Juiz de Fora (MG), 24 de julho de 2011
Daqui a pouco vai sair o gol. Foi assim, em cerca de 100 minutos – o árbitro deu oito de acréscimo só no segundo tempo devido à cera do adversário, e sem que o gol saísse, que o Tupi empatou com o Tocantinópolis (TO) em 0 a 0, neste sábado, 23, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, pela segunda rodada da Chave A5 da Série D do Campeonato Brasileiro.
Liderança
No complemento da segunda rodada, neste domingo, 24, o Anapolina, em casa, só empatou com o Gama (1 a 1). A combinação de resultados mantém o time juiz-forano na liderança. O Anapolina faz campanha semelhante ao Galo. Venceu fora e empatou diante da torcida.
Sabe aquele jogo que, quando começa, dá a impressão que vai ser tão fácil que vai se tornar até sem graça? Assim começou Tupi x Tocantinópolis. O galo carijó entusiasmado pela vitória de virada em Itumbiara (3 a 1) na estreia e o adversário vindo de derrota em casa e tendo enfrentado quase 40 horas de um “voo terrestre” de Tocantinópolis, no estado de Tocantins, a Juiz de Fora.
A diferença de qualidade entre os dois elencos era tão evidente nos minutos iniciais que a dúvida era quando e quem marcaria o primeiro gol de uma previsível goleada. Mas o lema que tanto atormenta os favoritos voltou a atacar – não tem mais bobo no futebol. O Tupi, no primeiro tempo, criava uma chance atrás da outra, algumas roubando a bola do adversário na intermediária, o que aumentava a percepção de uma vitória elástica.
As chances eram consecutivas. Michel, aos 2, chutando cruzado rente à trave. Wesley Ladeira, aos 15, de cabeça, raspando na zaga e saindo a escanteio. Cassiano, aos 15, chuta da esquerda, a bola desvia na zaga e o goleiro Santos se estica todo e manda a escanteio. Mais dois minutos, Cassiano chuta da direita, em diagonal, para fora. Aos 20, Henriqua tabela com Cassiano e chuta na rede pelo lado de fora, no canto do goleiro. Aos 21, Luciano Ratinho invade a área em jogada individual e diante de Santos chuta duas vezes, em ambas o goleiro evita o gol. Aos 23, Cassiano, que jogava bem, percebe o goleiro adiantado e acerta um chute colocado, no travessão, com o goleiro só olhando.
Era um legítimo ataque contra defesa, sem que o Tocantinópolis desse um único chute a gol – o que só iria ocorrer aos 10 minutos do segundo tempo, com Robélio. O primeiro tempo ainda teria uma chance incrivelmente perdida pelo zagueiro Sílvio, depois que novamente Luciano Ratinho fez tudo certo, em jogada pela esquerda. Sílvio, na pequena área, deu um “peteleco” e a bola saiu à direita do goleiro. Aos 43, nova tabela entre Henrique e Cassiano e nova conclusão de Henrique, para fora.
Na volta do intervalo, o treinador Ricardo Drubscky disse, em entrevista, que daria um voto de confiança e por isso voltava com a mesma equipe. De cara, como na etapa inicial, nova chance perdida. Henrique invadiu a área pela direita e exigiu grande defesa de Santos. Minutos depois, Cassiano recebeu uma carga na área mas o árbitro preferiu mostrar cartão amarelo por entender que houve simulação. Augusto, em cobrança de falta, exigiu bela defesa de Santos.
As chances de gol começaram a diminuir. O treinador resolveu mexer e colocou o meia Vitinho, a quem foi atribuído parte do mérito pela reação diante do Itumbiara. Ele entrou na vaga de Felipe Cordeiro, com Henrique passando a atuar na lateral direita. Vitinho, no entanto, errou seus dois primeiros lances e parece que sentiu um pouco a pressão pelo gol que insistia em não sair. A esta altura, o recurso de gastar o tempo era fartamente utilizado pelo Tocantinópolis, já cansado da longa viagem e aguardando ansiosamente pelo final do jogo.
O passar do tempo mostrava o time da casa cada vez mais afoito, errando jogadas simples. E o adversário deu seus dois únicos chutes na direção do gol em todo o jogo, o de Robélio, aos 10, com perigo – Rodrigo estava adiantado e quase foi encoberto – e uma conclusão de Paulo Renato, aos 29, sem direção. O incrível estava se concretizando. A gritante superioridade não se traduzia no placar. Ainda entraram os atacantes Dennis e Francis nas vagas dos meias Denilson e Luciano Ratinho. Na saída de Ratinho, parte da torcida hostilizou o treinador, que se manifestou sobre o assunto, em seguida, na entrevista coletiva.
Nos instantes finais, uma confusão após a queda de um jogador do Tocantinópolis gerou longa paralisação. A arbitragem deu 8 minutos de acréscimo, mas não adiantou. Depois da euforia da estreia, a torcida deixou o Estádio Mário Helênio decepcionada, com sabor de derrota. O público, aliás, compareceu em pequeno número. Foi divulgado total de 1347 torcedores, sendo 1097 o público pagante, para arrecadação de R$ 7.905,00.
O próximo adversário carijó será o Gama, no domingo, 31, em Brasília. Apesar do tropeço, o Galo segue na liderança da Chave A5, agora com quatro pontos, pelo menos até o complemento da rodada, neste domingo, 24.
Tupi: Rodrigo, Felipe Cordeiro (Vitinho), Wesley Ladeira, Sílvio e Michel; Assis, Henrique, Denilson (Dennis), Luciano Ratinho (Francis) e Augusto; Henrique e Cassiano. Treinador: Ricardo Drubscky.
Tocantinópolis: Santos: Dominguinhos, Ricardo Henrique, Kanu e Manin; Leivinha, Ismael (Robélio), Renan e China (Gustavo); Paulo Renato e Teti (Carlinhos). Treinador: Pedro Mendes.
Árbitro: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ), auxiliado por Janette Mara Arcanjo (MG) e Pedro Araújo Dias Cotta.
Renda e Público: R$ 7.905 – 1.097 pagantes (1.347 presentes)
Cartões amarelos: Assis e Cassiano (Tupi); Santos, Dominguinhos, Ricardo Henrique, Maninho e Paulo Renato (Tocantinópolis)
Cartão vermelho: Leivinha (Tocantinópolis)
Texto: Ivan Elias
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