Nesta terça, dia 5, o novo presidente do Tupi fez sua primeira comunicação oficial à frente do clube.
Em carta dirigida a associados e torcedores, Eloísio Pereira de Siqueira, o Tiquinho, revelou planos e os primeiros passos de sua gestão (veja íntegra ao lado). Inicialmente, o novo mandatário carijó ficará 88 dias à frente do clube, já que a licença pedida pelo antigo ocupante da cadeira, José Luís Mauler Júnior, o Juninho, entrou em vigor na última segunda, dia 4, e vai até o último dia de 2021.
Após o período, o antigo presidente retorna ao posto, segundo o presidente do Conselho Deliberativo do Tupi, Jarbas Cruz.
Transição
Como explica Cruz, o licenciamento de Juninho teve efeito imediato. Já houve, inclusive, uma reunião de transição.
“A carta pedindo a licença foi entregue na manhã de segunda a mim. Comuniquei imediatamente ao Tiquinho. Ele, desde então, responde pelo Tupi. Como segunda é o dia que habitualmente o clube está de folga, as demais medidas foram tomadas na terça. Inclusive eles já se reuniram para o Juninho passar andamentos do clube, uma transição”, conta Jarbas.
Comissão
Eleito como vice-presidente financeiro na chapa JR 2020, Tiquinho assumiu o posto de vice-geral do clube meses depois da posse, com a saída de Edemir Miranda. Em sua primeira comunicação oficial, revelou a intenção de formar “um novo grupo para gerenciar o clube neste momento conturbado”. A intenção é que a equipe implemente “um modelo de governança que contemple medidas de complaince adequadas e necessárias”.
Segundo Jarbas, estatutariamente, não há previsão de que o clube seja gerido por uma comissão. Mas o novo presidente pode escolher a melhor maneira de gestão. “Formação de comissão executiva é ato do novo presidente. Não está prevista em estatuto. Ele pode nomear para cargos de direção e fazer como quiser. O próprio Juninho pode manter o mesmo sistema quando retornar”, explica.
Avaliação jurídica
Em sua carta pedindo afastamento, Juninho também abriu mão do ano extra de mandato que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo em abril. Mas, Cruz ainda não sabe se isso será efetivado.
Por conta da pandemia, em reunião do Conselho, em abril, o fim mandato de Juninho havia sido prorrogado de 2022 para 2023. ” O Juninho abriu mão da extensão de mandato aprovada no Conselho Deliberativo por conta da pandemia. Isso ainda será estudado com a ajuda de advogados se pode ser feito. Mas agora, vamos aguardar o Tiquinho tomar pé da situação para tudo se definir e não ficar uma decisão em cima da outra”, deseja Cruz.
Investigações
O Tupi é investigado por conta de denúncias envolvendo a organização de peneiras pelos antigos parceiros da base do clube, o Grupo Multisports. Sobre a situação, a manifestação de Tiquinho garante que o novo grupo gestor será “transparente e cooperativo com as autoridades policiais em busca da verdade e da justiça”. Também identifica que “o clube precisa ser reconstruído de dentro para fora”.
Agora licenciado, Juninho responde me liberdade um processo por posse ilegal de três armas de fogo. Enquanto cumpria mandados de busca e apreensão na casa do presidente à época, a Polícia Civil encontrou duas espingardas e um revólver. O mandatário carijó chegou a ser preso e passar a noite no Ceresp, conseguindo posterior soltura mediante o cumprimento de medidas como recolhimento domiciliar entre 18h e 6h, impossibilidade de se ausentar de Juiz de Fora sem aviso à Justiça e comparecimento em juízo uma vez a cada mês.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Foto: Toque de Bola; e divulgação/Tupi FC