Juiz de Fora (MG), 14 de janeiro de 2011
Derrubar o ginásio atual e construir um novo, moderno, que sirva para competições esportivas, shows e até outros eventos. Este é o sonho que a nova diretoria do Sport, com posse nesta sexta-feira, 14, espera ver realizado daqui a dois anos, quando se encerrar o mandato. O presidente, Paulo Cézar Gasparette, e o primeiro vice-Presidente, Márcio Guerra, receberam o blog nesta quinta, 13, e conversaram sobre vários assuntos de interesse do torcedor da cidade e do próprio associado do clube.
Toque de Bola (TB): O que motivou o senhor a voltar ao cargo de presidente do Sport Club Juiz de Fora, uma vez que já foi presidente em dois mandatos e atuou também na diretoria do presidente Walmir Evangelista?
Gasparette: É o amor ao clube, é você passar a sua vida toda aqui, frequentar o clube desde adolescente, ter raízes, essa é a motivação. Também são os desafios, ver o clube como fonte inesgotável de riqueza no esporte. Somos do mesmo grupo desde o meu primeiro mandato e é o mesmo grupo do presidente Walmir.
Márcio Guerra: É também não deixar o clube cair em mãos perigosas, é lutar para preservar o patrimônio do Sport.
TB: Há algum projeto que o senhor tenha começado quando foi presidente nos outros mandatos que queira terminar agora?
Gasparette: Gosto sempre de planejar tudo o que será feito. Foi assim com o gramado sintético para os associados, a piscina aquecida, a nova academia de ginástica, reformas dos banheiros, bares, churrasqueiras. Nosso grande objetivo neste mandato é derrubar o atual ginásio e construir um inteiramente diferente, moderno, com instalações para sediar ao mesmo tempo competições esportivas e grandes eventos, como shows musicais, transformando-o em fonte de renda. Temos um problema burocrático de um IPTU já quitado, de anos anteriores, e estamos resolvendo. Isso solucionado, e o clube com a certidão negativa, vamos correr atrás do sonho, jogar no chão esse de hoje e fazer outro.
Márcio: O Sport já deixou de sediar shows, como, por exemplo, no ano passado, do grupo Roupa Nova, exatamente por não contar, hoje, com a acústica adequada. E para as modalidades, seria um ginásio que atendesse, inclusive, às exigências técnicas das emissoras de TV.
Gasparette: Queremos ampliar também a sede social. Tudo dentro de um planejamento.
TB: E o futebol? O Sport participou, em 2009 e 2010, da Segunda Divisão, não conseguindo classificação para o Módulo II. Qual o pensamento da diretoria? Muitos torcedores nos perguntam por que o clube não faz, como outros, acordos com grandes clubes brasileiros, que cederiam aqueles atletas que estouram idade e precisam ser emprestados para adquirir experiência.
Gasparette: Olha, até podemos conseguir empresários que banquem salários de jogadores, mas o custo do futebol, ainda mais em Minas, com grandes distâncias, é alto. Numa viagem a Araguari, por exemplo, gastamos R$ 10 mil com transporte, alimentação, hospedagem e outras coisas. Não resta dúvida que o futebol traz visibilidade, retorno de mídia, tudo isso nós sabemos (Márcio acrescenta que já concluiu um trabalho sobre o retorno de mídia nas participações recentes do clube no futebol profissional).
Mas nos precipitamos. O planejamento inicial era manter a equipe no Estadual Júnior até 2009 ou 2010, e com a base desta equipe trabalhar para buscar a vaga no Módulo II e depois na primeira divisão. A ansiedade em voltar com o futebol acabou atrapalhando. Foi a vontade de colocar logo o time em campo de novo.
TB: Em 2010, o clube avalia que deixou de se classificar porque na fase decisiva os adversários se reforçaram e o Sport, não?
Gasparette e Márcio: Não, entendemos que foram erros nossos. O Valdiram, por exemplo, foi um grande erro. Nesse tipo de trabalho, é fundamental ter o grupo unido, e tínhamos, ótimo ambiente, um caso só de indisciplina registrado e resolvido. Com a chegada dele, e um certo tratamento diferenciado da Comissão Técnica, aí rachou o grupo.
Gasparette: Não podemos colocar o patrimônio do clube em risco. Nosso co-irmão (Tupi) vendeu parte do patrimônio. Futebol é caríssimo. Se não houver parceiros, não podemos comprometer o clube.
Márcio: Com as experiências desses dois últimos anos e uma boa Comissão Técnica trabalhando com antecedência, temos esperança em fazer diferente este ano no futebol.
TB: E as outras modalidades?
Gasparette: Vamos manter o futsal, que vai disputar só competições pelo estado do Rio, desde o adulto até as divisões de base. Temos o basquete, handebol, badminton, pretendemos reestruturar o vôlei.
TB: E quanto ao número de sócios? Quais os planos para manter, aumentar, atrair novos associados ao clube?
Márcio: O nosso programa de sócio universitário deu uma renovada, reconhecemos que o quadro social do clube envelheceu, mas o sócio universitário trouxe vida nova ao Sport, deu uma rejuvenescida. Temos mil e cem sócios em dia, incluindo-se os alunos matriculados em escolinhas este número chega a cerca de 1.400. Não é uma marca ruim, hoje, se compararmos com outros da cidade, mas sempre estaremos buscando melhorar.
TB: Tupynambás em agosto deste ano, depois o Tupi, e em 2016, o Sport. Todos centenários. O que a diretoria já tem em mente para a comemoração na Avenida?
Gasparette: Já queremos começar a trabalhar agora nas festividades e ações do centenário. Será em 2016, ano das Olimpíadas no Brasil, um ano muito importante para o esporte.
TB: E quem seriam pessoas consideradas símbolos do clube neste centenário?
Gasparette e Márcio: Olha, não tem como lembrar, assim, de momento, todos, mas, sem dúvida, alguns nomes não podem faltar, como o presidente eterno Francisco Queiroz Caputo, o também presidente José Simão, Procópio Teixeira Filho, Joaquim Fernandes Rosa, e alguns jogadores, claro, como Edson Costa, Edinho, Tetraudo, Zé Carlos, Aloísio Tavares e muitos outros. Estes são os que estamos lembrando agora, mas certamente há muitos outros.
Texto: Ivan Elias