UFJF: nove semanas para começar a Superliga ‘na ponta dos cascos’

Ainda digerindo o sabor amargo da eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro, o técnico do time de Vôlei da UFJF, Maurício Bara, concedeu entrevista exclusiva ao Portal Toque de Bola. Apesar da derrota para o Vivo/Minas por 3 sets a 2, ele classificou a participação da equipe juiz-forana como positiva, uma vez que houve um salto muito grande em relação a 2011. Agora, o treinador terá nove semanas para colocar sua equipe na ponta dos cascos para a Superliga 2012/2013, que deve começar em 24 de novembro. “Até agora foi aquecimento”, afirma Bara.

Treinador queria levar a equipe à final do Mineiro, mas não joga fora a campanha no Estadual

Campeonato Mineiro 2011

Apesar de ver a vaga para a decisão do Estadual escapar, Maurício Bara avaliou positivamente a campanha, a melhor nos cinco anos desde que a UFJF iniciou a participação no Mineiro. De 2011 para 2012, a equipe saltou de três para 13 pontos na fase de classificação com o mesmo número de jogos.

“Conseguimos a classificação em terceiro lugar e ainda conseguimos vitória sobre uma grande equipe, o Minas. Ficou um gosto amargo porque a gente tinha vontade muito grande de fazer a final do campeonato. Sabíamos que seria uma tarefa árdua. Fizemos um grande jogo contra o Minas, um 3 a 2 em que qualquer uma das duas equipes poderia ganhar”, analisa.

Rivalidade com o Minas

O esporte mostra que a história de grandes equipes passa também por grandes rivais. Neste sentido, a campanha no Campeonato Mineiro serviu para aumentar a rivalidade com o Minas. As duas equipes fizeram jogos pegados dentro de quadra, decididos em detalhes. Bara afirma que o relacionamento com os profissionais da equipe de Belo Horizonte é o melhor possível, mas não nega que esses confrontos passaram a ter um sabor especial. “É uma rivalidade natural. O relacionamento é muito bom, mas cada um querendo defender o seu lado”, afirma.

Um novo capítulo poderá ser escrito na Etapa Estadual dos Jogos de Minas: os dois times estão classificados para a competição, que será realizada em Juiz de Fora entre os dias 13 e 18 de novembro. “Não sei o que o Minas pensa. O Vôlei deles está classificado, mas não sei com que equipe eles virão. Cabe a nós procurar vencer o jogo. Nós vamos jogar e queremos fazer um bom campeonato em Juiz de Fora”, destaca Bara.

Superliga: elenco de 2011 x elenco de 2012

Segundo o treinador, é difícil traçar comparações entre os elencos que foram montados para as participações na maior competição de Vôlei do país. O grupo atual sai na frente devido à preparação rigorosa por qual passou, o que não ocorreu com o time de 2011/2012, montado às vésperas da estreia. Leva vantagem também por ser mais equilibrado, opinião de Bara, e mais jovem, além do fato de ser composto, em sua maioria, por jogadores que ainda estão buscando espaço no Vôlei nacional.

Equipe de 2012 tem melhor passe. Por isso, joga com a bola na mão

“São promessas do Vôlei que precisam correr atrás, da mesma forma que a gente corre neste projeto novo. Essa é a grande diferença entre as duas temporadas. Hoje, somos um time que trabalha mais com a bola na mão em razão da qualidade do passe. Em compensação, não temos ainda um jogador da classe e experiência do Jardel, mas os jogadores da posição dele estão suprindo o papel que ele fazia no ano passado e têm tudo para crescer ainda mais. Temos uma equipe equilibrada, mas a prova final será a Superliga. Até agora foi só aquecimento”, expõe.

Reforçar o elenco?

Apenas quatro jogadores do atual elenco são remanescentes do ano passado. Tendo o desempenho no Campeonato Mineiro como base, Maurício Bara afirma que não haverá mudanças no grupo antes da Superliga. Segundo ele, a equipe ainda pode subir muito de rendimento individual e coletivamente. Além disso, o projeto não conta com recursos suficientes para investir na contratação de um jogador que seja acima da média dos atuais da UFJF.

“Para vir alguém, tinha que ser um jogador muito diferenciado. Não vejo no mercado jogadores disponíveis. A gente também não tem tanta verba para fazer contratações deste tipo. Além disso, o elenco atual nos deixou muito satisfeitos. Nenhum atleta do elenco atual nos deixou insatisfeitos a ponto de precisar entrar outro. Ainda temos um tempo sobrando, mas, a princípio, não vamos mexer no elenco não”, garante o treinador.

E se fosse o André Nascimento?

Recentemente, o oposto campeão mundial André Nascimento, criado em Juiz de Fora, deixou o Canoas, equipe comandada pelo campeão olímpico Paulão. O jogador tem seu futuro incerto em relação à participação na Superliga. Certo é que não faltarão clubes interessados em contar com o canhoto. Bara também gostaria de tê-lo em seu time, mas afirma que não houve nenhum tipo de contato com o jogador.

“Seria muito legal [contar com André], principalmente pela sua história com a cidade, mas não houve nenhum contato. Financeiramente não temos como trazê-lo. É um jogador de uma classe elevada. Acredito que o futuro dele esteja muito mais próximo de Florianópolis, é uma especulação, porque a família dele está lá”, explica Bara.

Planejamento até a Superliga

De acordo com o responsável pelo time de Vôlei da UFJF, a Confederação Brasileira de Vôlei trabalha, extra-oficialmente com a data de 24 de novembro para o início da Superliga 2012/2013. O planejamento até a competição prevê, após a folga de uma semana, o reinício das atividades na terça-feira, 25.

“Teremos nove semanas. Estamos tentando arquitetar vários amistosos com equipes que estejam disputando a Superliga. Precisamos de jogos de alta qualidade. A preparação será finalizada com a participação, muito pelo respeito do projeto com sua torcida e com a cidade, nos Jogos de Minas. Não sabíamos se o calendário permitiria a participação com a equipe principal. Como a Superliga só vai começar no dia 24, vamos para os Jogos de Minas para tentar o bicampeonato do torneio e um título dentro da cidade, já que é difícil a gente ter essa oportunidade. Vamos colocar esse time para jogar. Já fizemos 13 jogos e queremos chegar a 20, 22 jogos, para que a equipe ganhe maturidade e chegue na Superliga na ponta dos cascos”, revela Bara.

Texto: Thiago Stephan

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