Neste domingo, 13, um dos maiores eventos anuais do esporte mundial será realizado nos Estados Unidos, com início às 20h30 de Brasília.
O Super Bowl arrebata todos os anos cerca de 100 milhões de pessoas diante da telinha para acompanhar a partida. Em 2021, o jogo expandiu sua presença digital, se tornando o primeiro evento a romper a marca de um bilhão de minutos de streaming feitos, com média de 5,7 milhões de pessoas vendo por minuto nas plataformas digitais, segundo relatório do Nielsen Consulting Group. Este ano, o evento volta para a TV aberta brasileira após dez anos de hiato e será exibido pela Rede TV.
Segundo maior mercado do futebol americano fora dos Estados Unidos, o Brasil está na rota de expansão internacional da National Footbal League (NFL). Estima-se que a base de aficionados pelo esporte atualmente esteja em mais de R$ 20 milhões de fãs no país, o que o deixa apenas atrás do México. Mas, como evento, o Super Bowl atrai não só quem já ama o esporte, mas quem quer conhecê-lo e, por conta das atrações musicais, quem só quer ver o show do intervalo.
Vem com o Toque
Para ajudar quem está chegando agora a se familiarizar com o esporte e curtir um pouco mais o Super Bowl, o Toque foi conversar com quem conhece: a turma do Juiz de Fora Imperadores. O time de futebol americano local, que recentemente retomou as atividades presenciais, indicou o atleta Bryan Evaristo, que atua como defensive end (DE), para dar o caminho para você acompanhar o confronto entre Cincinnati Bengals, campeão da Conferência Americana, e Los Angeles Rams, campeão da Conferência Nacional.
Começamos pelo básico. “O Super Bowl é simplesmente a final da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos”, crava Bryan. O campeonato é composto por 32 times, agrupados em duas grandes conferências, a Americana e a Nacional, que possuem quatro divisões cada uma.
Este ano, as equipes, que no EUA são conhecidas como franquias, jogaram 17 partidas na temporada regular, com uma semana de descanso não coincidente para cada uma, entre setembro e dezembro. A partir daí, em janeiro, vieram os playoffs, onde os times de melhor campanha jogavam em casa, e quem perdesse dava adeus ao sonho de chegar à grande decisão. Até Bengals e Rams se sagrarem os campeões de suas conferências e se classificarem para o Super Bowl. Um detalhe: a partida será jogada no SoFi Stadium, onde jogam os times de Los Angeles, mas isso já havi sido determinado há cerca de dois anos. Esta é apenas a segunda vez que a equipe da casa está presente na grande decisão.
Tem favorito?
Quem não acompanha habitualmente a NFL, certamente não tem um time de preferência. Por isso, vai escolher na hora para quem torcer no Super Bowl. Claro, seria melhor poder torcer para o campeão e esticar a comemoração no domingo, mas a missão não é tão fácil.
O Bryan nos ajudou na análise dos times, mas não apontou favoritos. “Favorito, a gente nunca pode falar. Mas, como o jogo vai ser em Los Angeles, no SoFi Stadium, os Rams levam vantagem nisso. Outra motivação é que querem apagar sua última aparição no Super Bowl em 2018, que foi lamentável. O Bengals não aparece no Super Bowl há mais de 25 anos. Então, provavelmente, vão entrar para ganhar, a briga vai ser feia mesmo”, prevê.
Nos dois lado tem gente boa para ficar de olho. “No Bengals, temos Joe Borrow (quaterback) no comando, junto com Jamar Chase (wide receiver), que foram companheiros no futebol americano universitário, venceram juntos o título por lá. Contra uma defesa do Rams, basicamente a melhor da temporada, com Aaron Donald, Von Miller – que foi melhor jogador de um Super Bowl pelo Denver Broncos – e Jaylen Ramsey. Vai ser um grande jogo”, aposta Bryan.
Se liga nas posições
Basicamente, um time futebol americano se divide em unidades de ataque e defesa. No jogo, são 11 jogadores de cada lado em campo por jogada: quem está com a bola ataca, quem está sem ela defende. O objetivo é cruzar uma linha ao final do campo, que mede um total de 100 jardas (aproximadamente 91m), e entrar na chamada end zone.
A cada jogada, apenas um passe para frente pode ser executado, habitualmente este é feito pelo principal jogador do ataque, o quarterback (QB). Para ajudá-lo, à sua frente, ele conta com a linha ofensiva (OL) como proteção, composta por um center (C), dois guards (G) e dois ofensive teckles (OT). Pode-se lançar a bola para jogadores abertos, os wide receivers (WR), ou mais próximos, tight ends (TE), além da opção de entregá-la – ou lançá-la – para um corredor, o running back (RB), avançá-la. Caso não consiga chegar à linha de fundo do oponente, o ataque deve optar por chutar a bola de uma das duas maneiras: para devolvê-la ao adversário, através do punter (P), ou tentar fazê-la passar voando entre traves em forma da letra “Y”, que são colocadas no fundo da end zone do time que está na defesa, através da ação do kicker (K).
Na defesa, a linha defensiva, composta pelos defensive tackles (DT), nose tacles (NT) e defensive ends (DE), tem a missão de ultrapassar o bloqueio da linha ofensiva e chegar no QB antes dele lançar a bola ou parar o RB antes dele avançá-la correndo. Eles contam com a ajuda dos line backers (LB) que se posicionam atrás dos primeiros defensores para avaliar a jogada do ataque e, conforme a leitura, fechar espaços ou ir atrás de quem tem a posse. Caso o passe consiga ser executado, a missão de interceptá-lo, desviá-lo ou interromper o avanço do WR com a bola é dos corner backs (CB) ou safeties (S).
Como pontuar
Em uma partida de futebol americano, cada time tem quatro oportunidades, chamadas downs, para avançar dez jardas e conquistar mais quatro chances para cumprir a mesma distância novamente. Como já dissemos, o objetivo é percorrer o campo todo, entrando na end zone. Mas há outras maneiras de se pontuar, como explica o DE do JF Imperadores.
“Basicamente, no futebol americano, se pontua com o touchdown, que é atravessando a linha do fundo do campo do adversário, conquistando seis pontos. Após marcar assim, o time tem a opção de chutar o extra point, ganhando mais um ponto, ou marcar um mini-touchdown, que vale dois pontos. Além disso, se a equipe estiver em uma posição de campo confortável, mas que não consiga chegar para cruzar a linha final do oponente, pode chutar a bola entre as traves, o field gol, valendo três pontos”, explica Bryan. Além destas maneiras, outro modo de pontuação é o safety, quando um jogador do ataque é derrubado ou comete uma falta dentro da própria end zone.
Atrações à parte
Não só se espetáculo dentro do campo vive o Super Bowl. Como já citamos, o show do intervalo é uma atração à parte do maior evento esportivo anual do planeta. Já fizeram apresentações memoráveis nos intervalos da grande decisão da NFL nomes de sucesso do por e do rock mundial como Michael Jackson – que inaugurou o tempo das megaproduções em 1993 -, Paul McCartney, Diana Ross, Rolling Stones, Prince, Bruce Springsteen, The Who, Madonna, U2, Beyocé, Coldplay, Bruno Mars, Maroon 5, Lady Gaga, Kate Perry, Shakira, Jennifer Lopez e, em 2021, The Weeknd.
Para este ano, foram convocadas cinco mega-estrelas do rap e do rythm and blues: Dr. Dre, Snoop Dogg, Mary J. Blidge, Eminem e Kendrick Lamar. Além do show, os espaços comerciais do Super Bwol são extremamente disputados, sendo os segundos mais caros da TV mundial, batendo recordes ano após ano. Publicidades especiais são confeccionadas para serem exibidas durante os intervalos da partida – cujo preço de um segundo de exibição de algo é o mais caro de todos os tempos a cada ano – e, invariavelmente, grandes produções cinematográficas e do mundo dos games lançam novos produtos ou teazers neles.
Em 2022, estão previstos o trailers de O Senhor dos Aneis: Anéis do Poder, série do provedor de streaming Amazon Prime, que ganha suas primeiras imagens na TV; e Nope, novo filme do aclamado diretor Jordan Peele, que ainda não divulgou nem sinopse. Há ainda a especulação de que produções audiovisuais como Adão Negro, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, Cavaleiro da Lua, Sonic: O Filme 2, Stranger Things 4 e Obi-Wan Kenobi também tenham peças publicitárias especiais exibidas nos intervalos do Super Bowl. Mas só quem acompanhar a transmissão internacional vai poder conferir todos esses comerciais.
Toque de Bola: Wallace Mattos
Fotos: divulgaçãp/NFL; Facebook Los Angesles Rams; e Facebook Cincinnati Bengals