Nem Fla e Palmeiras escapam da “tesoura”

  Em meio à pandemia do novo coronavírus, os clubes integrantes da elite do futebol nacional se movimentam para solucionar os problemas financeiros decorrentes da crise mundial da saúde.

  Com o corte dos pagamentos dos direitos de TV e patrocínios suspensos, as equipes da Série A (e o Cruzeiro), a exemplo de grandes times de outros países, têm reduzido os salários dos funcionários para conter gastos. Mas nem toda instituição adotou medidas.

Guilherme Bellintani elogiou os atletas do Bahia

Decisões tomadas

Atlético-MG

  Jogadores, dirigentes remunerados, membros da comissão técnica e funcionários sofreram um corte de 25% do salário. A decisão foi tomada pela diretoria, sem acordo com funcionários, e vai durar enquanto perdurarem os efeitos da pandemia, segundo nota oficial assinada pelo presidente Sérgio Sette Câmara.

Bahia

  Através do presidente Guilherme Bellintani, o Tricolor confirmou que houve um acerto e que os jogadores aceitaram a redução salarial de 25% proposta pelo clube. Membros da comissão técnica e da diretoria também concordaram com a medida, até a volta do futebol.

  No futebol de base, as medidas de redução de salário e suspensão de contratos estão sendo negociadas. Os descontos chegarão a, no máximo, 20% dos vencimentos. O pagamento de quem recebe até 1,5 salário mínimo será mantido.

Ceará

  O acordo feito entre funcionários e diretoria do Vozão foi feito no início de abril. Os atletas vão receber 75% do salário e 75% dos direitos de imagem, com os 25% restantes sendo incluídos nos pagamentos a partir de julho.

  Em maio serão pagos 75% das férias e dos vencimentos CLT e 75% dos direitos de imagem. Todos aceitaram abrir mão de 10% do salário e dos direitos de imagem deste mês, e os 15% restantes também serão quitados a partir de julho.

Corinthians

  O Corinthians informou que cortará parte do salário de seus funcionários. Os que estão trabalhando em casa terão cortes de 50%, enquanto os que não estão em atividade receberão apenas 30% de seus vencimentos. Enquanto o isso, o clube também revê sua posição sobre não cortar o salário dos atletas.

  As medidas só entrarão em vigor para funcionários que recebem mais de R$ 3 mil. Os jogadores podem ter um reajuste nos ganhos a partir do próximo mês.

Cruzeiro

  A exemplo do Atlético, o Cruzeiro optou unilateralmente por corte: “Caso se mantenha a situação de pandemia, será aplicada uma redução de 25% sobre o salário dos funcionários (colaboradores, jogadores, diretoria e membros da comissão técnica), imediatamente após o retorno das férias, mesmo período em que poderá iniciar a redução para os que não estão de férias”, disse o clube em nota.

Diretoria conversou com lideranças do elenco antes de fazer corte dos salários

Flamengo

  O clube não mexeu nos salários dos jogadores, mas começou a redução da folha com a demissão de mais de dez funcionários nesta quinta, dia 30. O número de demitidos neste fim de semana será de 62 funcionários. Além das demissões, outras medidas estão previstas para a próxima semana, como cortes de parte dos salários e liberação de boa parte dos funcionários até que as atividades voltem à normalidade.

Fluminense

  O Fluminense também divulgou um acordo com o elenco para a redução salarial dos jogadores nos próximos meses. Em março, os cortes foram de 15% do salário, enquanto em abril o pagamento foi integral, por conta das férias coletivas. Em maio, a redução será de 25% dos vencimentos.

  O presidente Mário Bittencourt utilizou as redes sociais para agradecer os atletas pela compreensão da atual situação.

Fortaleza

  No Leão, o salário do elenco de março, a ser pago em abril, teve um abatimento de 25%, que será pago posteriormente. Quanto aos vencimentos de abril e pagos em maio, jogadores aceitaram abrir mão de 10% e a diretoria fez o corte de 15%, que também será acertado ao final da crise.

Grêmio

  A diretoria gremista, que estimou um prejuízo de R$ 25 milhões com a paralisação, chegou a um acordo com os jogadores no fim de março.

  Segundo o jornal Zero Hora, uma das medidas foi pagar os direitos de imagem dos atletas correspondente ao período de paralisação apenas no ano que vem.

Internacional

  Nesta terça, dia 28, o Inter anunciou um acordo de ajuste salarial junto aos jogadores do grupo. Conforme o comunicado divulgado pelo clube, os cortes serão aplicados a partir do mês do maio, mas não houve divulgação dos valores.

  A diretoria elogiou a compreensão dos atletas e disse que a medida segue o plano de contenção de gastos da atual gestão. A previsão é de um prejuízo de R$ 100 milhões.

Palmeiras

  Nesta quinta, dia 30, o Palmeiras informou que cortará 25% do salário dos membros do departamento de futebol, o que inclui jogadores, comissão técnica, o gerente Cícero Souza e o diretor Anderson Barros.

  O comunicado oficial do clube diz: “A proposta prevê também a postergação dos pagamentos referentes a direitos de imagem dos atletas – os de abril serão divididos entre os meses de agosto e dezembro de 2020, enquanto os de maio serão divididos entre janeiro e junho de 2021. Todos os jogadores concordaram com as decisões, que são pontuais e serão avaliadas de forma recorrente”.

Santos

  A diretoria santista acertou a redução do salário de abril em 30%, sendo que 15% serão pagos de forma parcelada quando a bola voltar a rolar e os outros 15% não serão reembolsados.

  O Santos já estava em crise financeira declarada antes da pandemia e chegou a atrasar os pagamentos meses antes. De acordo com o portal UOL, a proposta inicial era um corte de 50%, mas foi recusada pelo grupo de atletas.

São Paulo

  A diretoria tricolor apresentou uma proposta de uma redução salarial de 50% aos atletas, mas não houve aprovação unânime. Diante da recusa, o corte foi feito de modo unilateral, o que não agradou os jogadores. A principal reclamação gira em torno dos direitos de imagem, que estão atrasados.

Red Bul Bragantino foi o único clube que confirmou manutenção dos salários

Decisões a tomar

Atlético-GO e Goiás

  Diante da indefinição no cenário nacional, os dois representantes do Estado de Goiás na Série A se reuniram diretamente com o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de Goiás (Sinapego), mas também não chegaram a acordo. Tanto o Dragão quanto o Esmeraldino ainda não têm acerto para enxugar os gastos neste período.

Athletico-PR e Coritiba

  A diretoria do Furacão pretende reduzir os salários dos atletas, mas ainda não houve avanços e as conversas só devem evoluir depois das férias coletivas.

  Após anunciar que não cortaria o salário de seus jogadores, o Coritiba deve reduzir cerca de 25% dos vencimentos de seus atletas, mas não houve acordo até o momento.

Sport

  O Sport espera negociar um corte no salário de seus atletas, mas quer quitar os vencimentos atrasados antes disso. Segundo o jornal Folha de Pernambuco, nada foi resolvido pela diretoria do Leão.

Vasco

  O Vasco também trabalha para chegar a um acordo pela redução salarial de seus atletas, mas tem três meses de salários atrasados para quitar. As conversas só devem acontecer depois do retorno dos jogadores aos treinos.

Sem cortes

Botafogo

  A diretoria do Botafogo trabalha para manter em dia os salários dos jogadores. Para seguir com a proposta de não fazer cortes, o Glorioso quer reduzir sua folha dispensando atletas que têm altos salários.

  O volante Gustavo Bochecha, revelado nas categorias de base do Botafogo, será emprestado. O meia Cícero já foi comunicado que não será utilizado pelo técnico Paulo Autuori. Da mesma fora, o zagueiro Joel Carli, que um salário alto, pode ser negociado. O lateral Marcinho, convocado por Tite em 2019 para Seleção, também está no radar de Corinthians e Flamengo.

Red Bull Bragantino

  Na contramão da maioria dos clubes, o Red Bull Bragantino afirmou que possui condições financeiras suficientes para não reduzir o salário de seus jogadores.

Texto: Toque de Bola – Pedro Sarmento, com informações dos portais UOL, Folha de Pernambuco, ESPN e Globoesporte.com 
Fotos: Ari Ferreira/RB Bragantino; Divulgação/Cruzeiro; Facebook/Bahia

Deixe seu comentário