Rio de Janeiro (RJ), 13 de março de 2011
Muricy Ramalho não é mais o treinador do Fluminense. Ele anunciou sua saída do clube na noite deste domingo, 13, após o clássico com o Flamengo (0 a 0) pela terceira rodada da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca. Sua demissão acontece apenas um dia depois de o vice-presidente de futebol tricolor, Alcides Antunes, ter sido dispensado.
O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, confirmou oficialmente a saída ainda neste domingo em entrevista coletiva.
Os rumores em torno da saída de Muricy começaram a surgir no Rio de Janeiro há alguns dias, mas com muito mais força pouco antes do jogo no Engenhão. No sábado, Peter Siemsen evitou falar muito sobre o futuro do treinador, sendo sempre muito sucinto em suas respostas sobre o assunto.
Muricy deixa o Fluminense após ter negado um convite da CBF para treinar a seleção brasileira em 2010, logo após a Copa do Mundo, e também depois de ter conquistado o título do Campeonato Brasileiro nas Laranjeiras, honra que o time tricolor não obtia havia 26 anos, desde 1984. Tudo isso fez o treinador terminar o ano passado com moral no clube, mesmo com um membro da oposição sendo eleito no pleito presidencial.
A situação mudou em apenas três meses em 2011. Primeiro, as recorrentes reclamações de Muricy sobre a demora para a construção de um novo CT passaram a ser mal vistas pela direção. Depois, os resultados negativos em campo também começaram a pesar, como os dois empates e uma derrota nos três primeiros jogos da Libertadores da América e a surpreendente eliminação para o Boavista nas semifinais da Taça Guanabara.
Nota oficial – Pouco depois do jogo com o Flamengo, Muricy soltou uma nota oficial para explicar os motivos pelos quais deixou as Laranjeiras.
Leia a nota na íntegra abaixo:
‘Tomei esta decisão há alguns dias, mas devido ao clássico de hoje, achei correto esperar o jogo. Quando cheguei ao clube foram prometidas duas condições: uma equipe para ser campeã e a melhoria na estrutura física do clube. O primeiro foi conquistado com o título do Campeonato Brasileiro de 2010, e o segundo, a melhoria na estrutura, não foi realizada. Quero muito agradecer a todos que trabalharam comigo durante esse período e dizer que meu ciclo foi encerrado no clube. Quero agradecer também a Unimed, através de seu presidente Celso Barros, parceiro em todos os momentos, pelo apoio recebido durante todo o meu trabalho, e ao Alcides Antunes, que batalhou junto. O agradecimento especial é para torcida do Fluminense pelo total apoio enquanto comandei o time. Desejo muito sorte e sucesso a diretoria, a equipe, aos funcionários e torcida.