Neste ano, 14 mulheres participaram das diferentes categorias do 31º Pro Tork Ibitipoca Off Road. Sete competiram nos carros, seis como navegadoras e uma como piloto. As outras sete disputaram a categoria Motos – feminino.
A reportagem conversou com várias integrantes e elas destacaram as aventuras, os desafios e convergiram em um convite: para que mais garotas entrem no mundo da velocidade, seja no carro ou na moto e venham fazer parte das competições de enduro.
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“É a coisa mais gostosa do mundo”
Quem comandou o volante do carro 718 nas trilhas entre Juiz de Fora e o distrito de Conceição de Ibitipoca em Lima Duarte foi Ana Chamelete. Ao lado dela, o navegador Leonardo Sato completou a dupla que competiu na categoria turismo.
Estreante no IOR, ela considerou que foi uma lição de vida disputar a primeira prova fora de São Paulo, onde geralmente compete. Disse que gostou da organização, dos desafios apresentados e convidou as garotas a se juntarem às competidoras.
“Venham, o mais rápido possível, não percam tempo. É a coisa mais gostosa do mundo. Eu recomendo pra todo mundo, é uma higiene mental, as pessoas são muito legais, você conhece gente boa, aprende muita coisa, está sempre se superando”, comentou.
Às interessadas, uma dica: Ana Chamelete ensina as garotas que tiverem interesse em aprender como participar do mundo a velocidade. “Já treinei duas duplas da categoria Light, se alguém precisar de dica, se tiver alguma duvida, quiser começar, quiser ajuda, estou a disposição”, garantiu.
As seis navegadoras que competiram na Edição Épica do IOR 2021, foram: Maria Beatriz de Andrade Silva e Helica Carolinne Amaro Arruda (Graduado); Maria Clara Sagralzki Soares e Fernanda Rocha (Turismo); Maria Lucia Astorga (Turismo Light) e Isabella Silveira Soares (Pais e Filhos).
“Venham ter a experiência!”
Nas motos, Mariana Lemos Piazzi Larcher, de Juiz de Fora, estreou no IOR e terminou em sétimo lugar. Além da alegria de disputar ao lado do pai, do irmão e do primo, ela comentou como a experiência foi difícil, mas boa.
“Estava um pouco difícil, a chuva dificultou, muita lama, muito barro, mas estava legal. O segundo dia foi bem puxado, muita pedra, muita raiz, muita árvore”.
O IOR já está na agenda de Mariana em 2022 e ela espera encontrar mais garotas. “Vem ter experiência, se gostar vem de novo, e sempre focada, treinando, nunca desistir. No ano que vem, estamos de volta e tentando melhorar cada dia mais”, afirmou.
“As mulheres podem tudo que quiserem”
Elizane Marques, de Santos Dumont, foi a sexta colocada. A estreante Tatiane de Paula Silva de Lima Duarte ficou em quinto lugar e destacou que aprovou as dificuldades do percurso, quer ver mais garotas na competição e faz planos para voltar. “Gostei muito, deu para andar bem. Foi muito desafiante, pedra do meio no caminho, estava um pouco liso, mas a gente passou sem chuva. Aconselho para elas virem. É muito bom, mesmo, vale a pena. E estarei aqui no ano que vem”, afirmou.
A quarta colocada foi Josiane Silva Freitas, mineira de Cássia. Correndo o IOR pela segunda vez, ela comparou os percursos dos dois dias de Edição Épica. “A gente estava com bastante saudade, é uma prova boa, o Thiago e o Manoel capricham nos roteiros. O sábado foi bastante planilha e o domingo, bastante técnico, bastante pedra, uns lugares de bastante dificuldade pra gente passar. Graças a Deus, passamos de boa e conseguimos concluir a prova. Tinha uns lugares bem lisos e um rio lá que vou te contar…”, comentou.
Ela também incentiva outras mulheres a se tornarem competidoras e garante que moto combina com garotas: “Claro que sim, combina muito. Quem tiver com vontade, tem que vir participar sim! É uma prova muito boa, as mulheres podem tudo que elas quiserem, então tem que vir participar com a gente”, ressaltou.
“Mais mulheres participando estimula muito a gente”
Em terceiro lugar, ficou Aninha Miranda, de Piumhi. Ela competiu no Ibitipoca Off Road duas vezes, em 2010 e em 2012, desde então, ficou afastada e voltou neste ano, na Edição Épica. E garante que, apesar de alguns tombos no caminho, só teve motivos para celebrar.
“Este ano foi algo épico, excepcional. Fiquei afastada dos enduros por 10 anos, a tecnologia foi algo muito novo então achei que a velocidade estava bem alta. Pegamos chão liso, tive duas quedas, mas, graças a Deus, sem problemas de navegação”.
Aninha Miranda também considera como incentivo o recorde de garotas nas motos. Foram sete participantes em 2021. Ela disse que nas participações anteriores, foram duas competidoras na categoria.
“Pretendo voltar, ainda mais agora tem muitas mulheres participando e isso estimula muito a gente. Não só na competitividade, mas por perceber o quanto o esporte tem a crescer ainda. É extremamente satisfatório, eu que estou na vida dos enduros há 17 anos, foi a prova que mais encontrei mulheres em toda a minha carreira de piloto”.
Por isso, Aninha Miranda reforça que entrar neste universo só traz benefícios para as mulheres. “É algo fantástico, você não somente terá oportunidade de acelerar a sua moto em lugares magníficos, mas aumentar a sua rede de contatos, conhecer pessoas, fazer amigos do Brasil todo. É maravilhoso para nós mulheres, cada dia, cada etapa da prova é surpreendente como desenvolve na gente a superação, mostra que nós somos capazes”, comentou.
“Quanto mais interessadas, mais força a gente cria”
Ana Cecília Diniz, de Pará de Minas, foi a vice-campeã da categoria feminino e contou que começou a correr no regularidade neste ano e a estreia no rali mais charmoso do Brasil foi a oitava prova dela na categoria. Ela destacou os diferenciais que a organização oferece aos participantes – que incentiva que todos voltem nos anos seguintes.
“Pretendo voltar no ano que vem, com certeza, não só para cumprir o calendário de provas, mas pela grandiosidade da prova. O Ibitipoca recebe a gente em um lugar organizado, as informações de que a gente precisa já vêm de antemão nos grupos de whatsapp, as regras, os neutros. Toda a organização, não só o Manoel e o Thiago, são muito carinhosos conosco, fazem muita questão da nossa presença. Uma baita estrutura de trilha, de marcação, a planilha muito bem definida, desenhada, as referências que a gente usa na prova, todas batendo certinho”, analisou.
Ana Cecília também oferece para conversar com as garotas que desejem competir nas motos, independente da categoria. Segundo ela, é o momento das mulheres unirem força para o crescimento da participação na modalidade no país.
“Venham conhecer, trocar uma ideia com a gente de como funciona. A gente está disposta a trazer o maior número possível de mulheres possível para a modalidade. É engrandecedor ter visibilidade da participação feminina, mostrar que a gente é capaz, que a gente consegue. Óbvio, tudo vem acompanhado de treino, de dedicação. Venham, a gente está de braços abertos para receber. Quanto mais interessadas, mais força a gente cria nesse esporte que ainda precisa ser muito valorizado no Brasil”, comentou.
Texto: Texto: Toque de Bola/Misto Quente Comunicação/Ibitipoca Off Road
Fotos: Ângelo Savastano; Aninha Miranda/Instagram e Roberta Oliveira/Toque de Bola