“Todo fim de semana tem confraternização no local”. A frase de um morador vizinho do Estádio Salles Oliveira, em Santa Terezinha, relata o que, segundo ele, tem ocorrido no bar localizado dentro do estádio do Tupi durante o período da pandemia causada pelo novo coronavírus.
Segundo moradores da região, grupos de 10 a 15 pessoas se reúnem no local aos fins de semana para confraternizações, mas “não adianta fazer a denúncia”.
“Desde quando começou a pandemia e as restrições com relação a ela, tivemos várias movimentações e pequenas reuniões de alguns grupos, principalmente nos finais de semana. No primeiro fim de semana eu entrei em contato com o número que estava disponível para a denúncia, mas não vimos nenhuma atuação direta dos órgãos de fiscalização”, disse um morador.
“Churrasco na brasa, cerveja gelada”
Ainda de acordo com os vizinhos do estádio utilizado como centro de treinamento da equipe profissional do Galo Carijó, “em um primeiro momento, os encontros contavam com churrasco, cerveja e som alto”.
“Geralmente isso já acontecia antes da pandemia, mas eles continuaram com os encontros. Mesmo com as orientações da Organização Mundial de Saúde e da Prefeitura de Juiz de Fora, o bar continuava sendo aberto durante a semana. Nos fins de semana, as aglomerações contam, inclusive, com alguns ex-atletas do Tupi, que se reúnem frequentemente no Salles de Oliveira para bater pelada”, revelou o morador.
O que diz o clube?
A reportagem conseguiu contato com o presidente do Tupi, José Luiz Mauler Júnior, o Juninho. A primeira troca de mensagens acerca do tema ocorreu no dia 24 de março, quando Juninho detalhou o formato do contrato com o bar e repudiou a realização das reuniões.
“O bar do campo é terceirizado para o Evaldo, mas, de qualquer forma, ele tem que ter um pouco mais de consciência. Não estamos em um momento de pensar em ganhar dinheiro, mas em um momento de proteger a saúde e a vida de todos”, disse o presidente.
Repetiu a dose
Após denúncias nas redes sociais sábado, dia 2 de maio, de que outras confraternizações foram realizadas, a reportagem entrou em contato com Juninho novamente. O presidente, mais uma vez, foi contra o ocorrido.
“É lamentável. Evaldo deve estar de brincadeira. Avisei a ele e ele falou que não iria mais fazer esse tipo de reunião. Vou chamá-lo aqui na segunda-feira. Que falta de consciência. O Tupi, de forma alguma, pactua com tal procedimento”, falou Juninho.
Posição final
Por fim, na segunda, dia 4 de maio, o presidente confirmou que rescindirá o contrato com o proprietário do bar caso ocorra um novo encontro no local. Ao Toque, ele confirmou a informação. “Falei com ele sim e avisei que, se acontecer de novo, vou rescindir o contrato”, finalizou Juninho.
Questionado sobre o ocorrido, o proprietário do bar respondeu que “a forma como as informações foram veiculadas é ‘fake news’, que vai processar a moradora que fez a denúncia e que já conversou com a fiscalização”.
Texto: Toque de Bola – Pedro Sarmento
Fotos: Reprodução/JF Depressão; Reprodução/Tupi FC