Juiz de Fora (MG), 8 de abril de 2011
O Secretário Nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte, juizforano Wadson Ribeiro, anunciou na tarde desta sexta-feira, 8, em encontro com lideranças esportivas locais, no Instituto Cidade, que a cidade será incluída ainda este ano no Programa Esporte e Lazer. Segundo ele, pode ser considerado “um programa Segundo Tempo voltado para a terceira idade”.
Wadson também abordou as constantes denúncias na imprensa sobre supostas irregularidades do Segundo Tempo e as críticas feitas recentemente pela FIFA sobre as obras em andamento no País visando à realização da Copa do Mundo. E aproveitou para revelar como ficará a estrutura do Ministério. A pasta que ele assumiu é considerada “a maior” das quatro.
Verbas para Juiz de Fora
Assim que chegou a ante-sala do encontro, Wadson foi recepcionado pelo Secretário de Esporte e Lazer de Juiz de Fora, Renato Miranda. Instantes mais tarde, Renato contou ao blog o que foi tratado junto a Wadson: “Entendemos que, nesta nova função no Ministério, ele pode contribuir para novas parcerias e outros convênios com o município”.
Sobre os assuntos envolvendo o esporte local atualmente ligados ao Ministério, o Secretário Municipal relatou ao blog: “O ginásio municipal, próximo ao Estádio Mário Helênio, tem seu cronograma de obras sendo cumprindo normalmente, já a verba para a reforma dos campos de várzea chegou a ser retida pelo Ministério mas há informações que será liberada em breve, e o Ministério confirma a liberação de verba para a construção de um ginásio, na área do Cesporte – Centro de Apoio ao Esporte Amador, em Santa Terezinha”.
“Satisfação ao mundo esportivo da cidade”
Foi exatamente o Secretário quem inicialmente agradeceu a Wadson por suas iniciativas ligadas ao esporte local. Dirigentes do Instituto Cidade, Programa Segundo Tempo e Conselho Municipal de Esportes também formaram a mesa. O Panathlon Club de Juiz de Fora também se fez representar, inclusive pelo presidente da entidade, Professor Juarez Carvalho Venâncio. O Secretário Nacional agradeceu o incentivo da comunidade esportiva e disse, em sua volta à cidade após as eleições, em que tentou o mandato de deputado federal, que gostaria de “dar uma satisfação ao mundo esportivo da cidade” e falar de seus planos, em nova função no Ministério.
Sob nova direção
Wadson revelou que, em breve, a pasta que comanda, a Secretaria Nacional de Esporte Educacional passará a ser chamada de Secretaria Nacional de Esporte Educacional, Inclusão Social e Lazer. “Será a maior pasta do Ministério”, explicou, “as outras três são: uma, tratando do esporte de alto rendimento, outra, de futebol e direito do torcedor e mais uma, de recursos e incentivos”.
Patinho feio
Ao reforçar a informação, transmitida antes mesmo de sua exposição, de que o Programa Segundo Tempo emprega 160 profissionais de Educação Física na cidade, Wadson aproveitou a oportunidade para fazer um levantamento do quanto o Ministério já realizou e o quanto ainda pretende fazer e melhorar. Foi aí que lembrou da indicação para ocupar o cargo em 2003: “Na verdade, ninguém queria a pasta, não se imaginava que hoje o Brasil estaria na condição de país-sede de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada. E o fato de pertencermos a um partido pequeno, PC do B, e o Ministério ter alcançado hoje essa dimensão, isso nos parece que incomoda muitos setores”.
As denúncias
É nessa linha de raciocínio que o juizforano analisa as constantes denúncias de irregularidades no Programa Segundo Tempo, veiculadas pela mídia dos grandes centros. “Quando ocorre alguma matéria do tipo, primeiro nós paralisamos o convênio em questão até julgar se há de fato alguma irregularidade, mas percebemos que há algumas informações que não correspondem totalmente aos fatos. Muito se fala em envolvimento de ONGs, que seriam a maior parte das ações do Programa Segundo Tempo. Na verdade, hoje 80% dos convênios do programa são com governos municipais e estaduais e outros parceiros do Governo Federal. Podem ocorrer problemas, sim, como em qualquer outro programa, mas em toda política pública existem órgãos de controle, todo programa tem sua entidade fiscalizadora. Temos que agira com cautela e energia, e ter que cabeça fria na apuração, nem tudo que se denuncia é comprovado, os avanços que implementamos nas políticas públicas incomodam alguns ambientes, e precisamos distinguir o que realmente está sendo veiculado. E do final do ano passado para este ano, era período eleitoral e há uma disputa política maior e ataques são naturais”.
Sociedade diferente
Para Wadson, possibilitar, por exemplo, que comunidades de bairros e periferia tenham acesso ao esporte e lazer já são demonstrações do objetivo das ações do Ministério. “Queremos garantir à maioria da sociedade brasileira, através do esporte e do lazer, a construção de uma sociedade diferente. E entendemos que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos podem, sim, deixar um legado. No caso da Olimpíada, até mesmo na mudança de cultura, da preferência sempre ao futebol que ocorre no Brasil”.
Esporte e Lazer em JF
Wadson anuncia que ainda este ano o Programa Esporte e Lazer vai chegar a Juiz de Fora, beneficiando as pessoas de terceira idade. “Faremos grandes convênios”, disse, ampliando a possibilidade de outros programas serem estendidos à cidade.
Copa de 2014: “Há dois anos o presidente da Fifa não vem ao Brasil”
Afirmação de Wadson sobre as recentes críticas às obras brasileiras para a Copa do Mundo: “Foi uma declaração preconceituosa, até com a África do Sul, porque a Fifa não acreeditava que eles seriam capazes de fazer um bom evento, e a Copa da África foi um grande evento. Há mais de dois anos o presidente da Fifa, Joseph Blatter, não vem ao Brasil. Fizemos um ótimo Pan-Americano, por exemplo. E temos obras que vão modernizar o nosso País, como estádios e hoteis em bom ritmo de construção, mas não foi citado pela Fifa.”
Críticas de “O Globo”
Quanto, especificamente, às críticas publicadas no Jornal O Globo desta sexta, 8, Wadson garantiu que há um erro de interpretação. Segundo ele, a junção do Programa Segundo Tempo ao convênio Mais Educação, o atendimento passará de um milhão a três milhões de jovens e, ao mesmo tempo, o custo vai diminuir. Se cada aluno custa hoje R$ 350 com o Segundo tempo, vai passar a custar, com o Mais Educação, R$ 90. Vamos reduzir custos e aumentar o investimento, sem diminuir a qualidade.
Projeção
O que pretendemos com o Segundo Tempo lá na frente, como diz o próprio nome, é a escola em tempo integral, com o esporte e lazer sendo incorporado à carga horária do estudante.
Texto: Ivan Elias
Foto: Toque de Bola