Mesmo com nariz quebrado, Juliana Vitral conquista Sul-Americano no Kumitê individual

Nem mesmo o nariz quebrado foi capaz de atrapalhar a alegria da karateca juiz-forana Juliana Vitral, que em 9 de setembro conquistou, em Lima, no Peru, dois títulos no Campeonato Sul-Americano de Karatê. Juliana, que é treinada por Rousimar Neves, terminou em primeiro na disputa individual no Kumitê, que é a luta contra um outro adversário, e também foi campeã por equipes no Katá, apresentação de golpes contra um adversário imaginário. A faixa preta ainda ficou em terceiro lugar no Kumitê por equipes.

Os títulos foram conquistados na categoria feminina adulta. Juliana já tinha sido campeã sul-americana quando ainda era juvenil. A conquista do início do mês teve um significado especial não só por ser em outra categoria, mas também pelo fato de ela ter superado contusão que a afastou um longo período das disputas.

“Eu tinha sido campeã no juvenil há quatro anos. Em 2009, mudei para o adulto e fui disputar o Sul-Americano, só que não consegui ter uma boa classificação. Em 2010, machuquei o joelho e fiquei dois anos parada. A maior dificuldade para mim foi voltar a competir e ter que lidar com a lesão, superar o problema e confiar que dava para ter um bom resultado”, confidencia a karateca.


A juiz-forana levou a bandeira brasileira ao lugar mais alto do pódio (Foto: Arquivo Pessoal da atleta)

O título que obteve no Kumitê individual tem um sentimento especial para Juliana. Nas quartas de final ela enfrentou a renomada argentina Jeanette Castañeda. A juiz-forana conseguiu a vitória, mas pagou um preço alto por ela.

“No ano passado, ela havia ficado entre as oito primeiras no mundial da Tailândia, chegando às quartas de final. Era a pior luta, a mais complicada. Ela quebrou o meu nariz, mas deu tudo certo no final”, revela, rindo da situação. Juliana disputou as demais lutas até o título contundida.

Além de Juliana e Rousimar, outros locais também marcaram presença em Lima, caso dos karatecas Fernando Barbosa e Daniel Klein. Segundo Juliana, outros atletas da cidade estavam classificadas para o sul-americano, mas não conseguiram viajar.

“Tinha mais gente que classificou, mas não conseguiu ir por falta de patrocínio. Uma das maiores dificuldades que a gente tem é essa, a falta de apoio, de incentivo”, lamenta a karateca, destacando que as próximas competições que pretende disputar ocorrerão somente em 2013, caso dos campeonatos Brasileiro e Sul-Americano, e em 2014, o quando tentará a classificação para o Mundial do Japão.

Texto: Thiago Stephan

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