Completando um mês desde que dispensou seu grupo de jogadores nesta quinta, dia 16, o Tupynambás está em compasso de espera, mas a diretoria já contabiliza prejuízos. Por enquanto, estes não são financeiros, mas esportivos.
Segundo o vice-presidente do Baeta, Cláudio Dias, o esforço final feito para que o Leão do Poço Rico permanecesse na elite do Campeonato Mineiro, foi anulado com a paralisação do futebol nacional. “Foi muito ruim para todos. Inclusive para o Tupynambás. Fizemos mais um investimento para a reta final da primeira fase do campeonato, justamente para tentar fugir do rebaixamento. Contratamos técnico, jogadores e ai tem a paralisação. Tudo se perde.”
Pode pesar no bolso
Com as finanças em dia, o Baeta já acertou com seus profissionais antecipadamente e vai poupar a ajuda que receberá da CBF. Mas Dias cobra um posicionamento da Federação Mineira de Futebol (FMF) e prevê que, caso a entidade queira o retorno do Mineiro, o bolso dos clubes pode pesar.
“A Federação ficou de dar um posicionamento até 30 de abril. Então são 46 dias parados. Não tem como voltar o campeonato no começo de maio. Se é marcado um jogo no início de maio, digamos dia 8, quem tem maior risco é clube. Se alguém se lesiona, quem tem que arcar com os custos do atleta é o clube. A FMF não vai assumir isso”, prevê Dias. “Fazendo uma pré-temporada de 20, 25 ou 30 dias, acabou maio. Vai marcar para junho. São outras duas folhas de pagamento. Quem pagará esse valor a mais?”
Compromisso encerrado
Para Dias, o Baeta se comprometeu com a FMF para a disputa do Mineiro até o fim do mês, quando a maioria dos contratos de seus profissionais se encerra. “Nós assumimos compromisso até abril. Maio e junho não fazem parte desse compromisso. ‘Ah, mas tem a Série D’, a Série D será uma outra equipe. O Tupynambás montou uma equipe para o Mineiro e teria uma outra para o Brasileiro. São valores diferentes. Não se pode contar com isso.”
“Além do mais, nem todos os jogadores podem ou querem retornar. Tivemos um custo para mandar os atletas para casa, e agora teremos outro para trazê-los de volta? O Vanger, por exemplo. Foi para o Maranhão. São R$ 1,5 mil a passagem. Ele não vai jogar a Série D aqui no Tupynambás pois já acertou com um clube maranhense. Vamos ter que pagar para ele voltar para lá. se tivermos 20 atletas nessa mesma situação, são cerca de R$ 30 mil só em custos com passagens”, explica.
Sem condições de terminar
Dias defende a inviabilidade para o término do Campeonato Mineiro 2020. “Acredito ser inviável voltar com o campeonato. Não é questão de ser rebaixado ou não. É que não vai haver mais o mesmo nível de disputa. A partir do momento que você não vai ter mais o mesmo time, vai ter que criar uma nova equipe, quem não jogará a Série D vai cumprir tabela. Isso vai atrapalhar completamente a competição. Colocando em campo um time que não serie o principal, a chance de este ser derrotado é muito maior”, prevê.
Para Cláudio, o Leão do Poço Rico será prejudicado caso as duas últimas rodadas sejam realizadas nas circunstâncias que se apresentam. “Uberlândia, Patrocinense e URT dispensaram todos os atletas. Já comunicaram que, se por acaso forem voltar, vão fazê-lo com equipes de base. O Uberlândia pega o Villa na rodada quando a competição voltar. Jogando com o time de base (Uberlândia), está prejudicando indiretamente o Tupynambás. A mesma coisa o Boa, que joga com o Patrocinense. Esses times vão ser muito inferiores aos que tinham. Desta maneira, o Baeta será prejudicado.”
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Rise Up Mídia/Tupinambás FC