Se você ainda não conhece o melhor atleta de ciclismo de pista do país, eleito e premiado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em dezembro, ao ler esta matéria você não vai esquecer. O leopoldinense Kacio Fonseca da Silva Freitas vem colhendo seus melhores resultados na carreira e, com apenas 21 anos, ainda tem longa estrada a pedalar. Agraciado com o Mérito Esportivo Panathlon de 2015, pelo Panathlon Club Juiz de Fora como destaque no ciclismo de Juiz de Fora e região, o jovem multicampeão concedeu entrevista exclusiva ao Portal Toque de Bola, contando um pouco de sua trajetória, principais conquistas e próximos objetivos.
Leopoldina – Itaperuna – São Paulo
O mountain bike marcou o começo de Kacio sob uma bicicleta. Da cidade do interior mineiro, o ciclista se mudou para a quente Itaperuna, sendo a primeira de inúmeras viagens:
“Comecei no mountain bike enquanto morava em Leopoldina. Minha família mudou para Itaperuna (RJ), onde conheci o ciclismo de estrada. Comecei a competir e, quando vi, já estava em uma equipe de São Paulo aos 15 anos. Fui para meu primeiro campeonato de pista e com 17 anos entrei para a seleção brasileira de pista, onde estou até hoje”, relembrou Kacio.
Medalhas e o “melhor ano”
“ Hoje tenho 20 títulos de campeão brasileiro e cinco medalhas de campeonatos pan-americanos, todos no ciclismo de pista”, se orgulha. Muitas dessas vitórias vieram na última temporada. Kacio ajudou, por exemplo, a seleção brasileira de ciclismo de pista a quebrar um jejum de 30 anos sem medalhas e conquistou, junto com Flávio Cipriano e Hugo Osteti, o bronze na prova de velocidade por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá.
“Posso dizer que 2015 foi meu melhor ano. Nas três provas do Brasileiro que competi, sai campeão, e tivemos ainda a medalha de bronze em Toronto. Fazia mais de 20 anos que o Brasil não conquistava uma medalha no ciclismo de pista, então revolucionamos a modalidade no país. E consegui mais dois bronzes no Pan-Americano, que tem todo ano, sendo a melhor participação que o Brasil já teve. Ganhei ainda o prêmio de melhor atleta do ano na modalidade pelo Comitê Olímpico”, contou o leopoldinense.
“Vai ficar lembrado”
Questionado sobre a conquista mais marcante, Kacio não teve dúvidas: “A medalha em Toronto foi a mais satisfatória. Fizemos um longo período de treinamento na Suíça só focando nessa prova. E ainda mais disputando com a Colômbia, que tem uma história no ciclismo muito maior que o Brasil. Mas hoje estamos aparecendo bastante e 2015 vai ficar lembrado pela medalha nos Jogos Pan-americanos”.
Rio 2016
Para participar, a situação de Kacio é diferente da maioria das modalidades no Brasil. No entanto, ainda há possibilidade de Leopoldina e Minas Gerais serem representadas no ciclismo de pista da Olimpíada do Rio de Janeiro:
“Alguns esportes têm vaga garantida por ser país-sede, mas não possuímos esse privilégio. Temos que classificar como qualquer outro, estando entre os nove países do mundo. Está bastante complicado, mas a esperança é a última que morre, vamos até o final porque brasileiro não desiste nunca”.
No ranking de Sprint divulgado pela União Ciclística Internacional (UCI), a equipe brasileira ocupa a 14ª colocação.
Panathlon
Kacio também agradeceu o prêmio do Panathlon Club Juiz de Fora: “Fico feliz em saber que meu trabalho e esforço de cada dia estão sendo reconhecidos. É sempre bom mostrar para o público porque o ciclismo de pista no Brasil não é muito visto ainda e tendo a oportunidade de vocês ajudarem divulgando é muito bom, até por ser da minha região, então não poderia ser melhor!”.
Próxima parada: Londres
E se engana quem pensa que Kacio está de férias. No início de janeiro, o ciclista, lesionado, disputou com a seleção brasileira a última etapa da Copa do Mundo de Ciclismo de Pista, em Hong Kong, na China. O time verde e amarelo encerrou a prova de velocidade por equipes na 14ª colocação (45s310), a menos de 2 segundos de diferença para a equipe da Grã-Bretanha, primeira colocada nas eliminatórias (43s798), e na frente de concorrentes diretos por uma vaga na Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, como Colômbia e Venezuela.
“Em Hong Kong, última etapa da Copa do Mundo, fui lesionado, sofri um acidente, fiquei ‘só’ com escoriações pelo corpo, mas me atrapalhou, não treinei uns cinco dias, mas conseguimos a classificação para o Mundial em Londres, em março”, finalizou Kacio, já pensando no próximo compromisso.
Texto: Bruno Kaehler – Toque de Bola
Fotos: CBC / Divulgação e Tintin/Panathlon Club JF
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