
Representantes da diretoria do Manchester tiveram uma quarta-feira, dia 3, agitada em Belo Horizonte.
Eles entraram com recurso no Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais (TJD-MG) pedindo a impugnação do jogo contra o América, em Teófilo Otoni. E também oficializaram um protesto junto à presidência da Federação Mineira de Futebol (FMF).
“Erro de direito”
O motivo foi a decisão do árbitro Hieger Tulio Cardoso de marcar um pênalti aos 49 minutos e desmarcá-lo pouco depois no jogo no último domingo, 31 de outubro. A partida terminou 1 a 0 para os donos da casa, pela oitava rodada da fase classificatória do Campeonato Mineiro da Segunda Divisão.
Tanto no pedido de impugnação quanto no protesto oficial encaminhado à presidência da Federação Mineira de Futebol (FMF), o clube juiz-forano alega ter sido vítima de um “erro de direito” porque a equipe de arbitragem teria voltado atrás em um lance importante após sofrer pressão externa de dirigentes e pessoas ligadas ao América. E portanto, pleiteia a anulação da partida.
“Erros gravíssimos”
O presidente do clube, Fernando Ozório, e o Diretor Jurídico, Manoel Denezine, se encontraram com o Secretário Geral da FMF, Daniel Las Casas e o diretor jurídico da entidade, Daniel Ribeiro para entregar o protesto formal contra os fatos ocorridos no Estádio Nassri Mattar, em Teófilo Otoni.
“O Manchester saiu prejudicado por erros gravíssimos cometidos pela arbitragem. Erros que ficaram comprovados que foram ocasionados por pressão e por influência externa. onde o árbitro aos 49 minutos deu um pênalti para o Manchester. E devido à invasão de campo de diretores, de várias pessoas do América pressionando o quarteto de arbitragem, ele voltou atrás e não marcou o pênalti”, explicou Manoel Denezine.

Além disso, o clube argumenta que os fatos ocorridos antes, durante e depois do jogo – principalmente a confusão em campo após o pênalti marcado e desmarcado – não foram relatados de forma completa na súmula enviada pela arbitragem para publicação no site da FMF. O Diretor Jurídico explicou as providências que foram oficializadas pelo clube em Belo Horizonte.
“Impetramos na Federação Mineira de Futebol, junto à Presidência, um protesto escrito e oficial, pedindo que a Federação tome providência diante desses absurdos ocorridos. Paralelo a isso, entregamos ao Tribunal de Justiça Desportiva da Federação um pedido de impugnação da partida, com consequente anulação da mesma, com base de todas as provas que foram juntadas que mostram que o trio de arbitragem foi pressionado a não marcar o pênalti”.

No protesto, o Manchester pediu que a equipe de arbitragem que trabalhou no jogo contra o América, formada pelo árbitro principal Hieger Tulio Cardoso; pelos assistentes Helen Aparecida Gonçalves Silva Araújo e Warllen Breno da Paixão Salgado e pelo quarto árbitro Lucas Amaral e Silva Crivellari Leite Branco, seja vetada em futuros jogos do time.
Mesmos critérios para todos
Ainda no documento encaminhado à FMF, o clube pede que sejam adotados nos jogos como visitante os mesmos critérios cobrados do Manchester enquanto mandante, oferecendo as condições de uso, conforto e segurança a quem vem jogar no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.
Na cobrança por isonomia, o Manchester explicou que “em outros estádios onde atuamos, o tratamento é outro, permitindo-se tudo, como por exemplo: ambulância só com motorista e um auxiliar (sem médico, enquanto em Juiz de Fora, é com motorista, paramédico e médico); policiamento com apenas 3 policiais (enquanto em Juiz de Fora, são duas viaturas da PM com aproximadamente 10 policiais, mais vários Guardas Municipais, além da segurança privada; liberação de entrada de pessoas estranhas à partida no gramado, etc. Vale ressaltar ainda, que tudo isso gera um custo elevado, porém, da forma adotada por esta FMF, só atinge ao Manchester Mineira E.C”..
Na torcida por “bom senso”
O clube disponibilizou os quatro vídeos que foram apresentados junto com o protesto e o pedido de impugnação. Nas imagens, que foram captadas da transmissão da TV Mecão, constam o lance do pênalti e as consequências, a entrevista do presidente e do treinador do América-TO, denuncia interferência externa e pressão de dirigentes e políticos que estavam presentes no estádio.
“A gente entende que esses absurdos não podem acontecer e que, enquanto tivermos condições, o Manchester não vai aceitar esse tipo de coisa. Vamos aguardar agora a decisão da Federação e no Tribunal o julgamento desse nosso pedido. Estamos torcendo e temos quase certeza de que eles vão ter bom senso para poder impugnar essa partida e anular a mesma para que uma nova partida seja feita”, finalizou Manoel Denezine no áudio divulgado pelo clube.
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira com informações da assessoria do Manchester
Fotos: reprodução/TV Mecão