Três provas, três medalhas, três títulos mundiais. O paratleta Gabriel Araújo, nascido em Santa Luzia e radicado em Juiz de Fora, disputou como um veterano seu primeiro Mundial de Natação Paralímpica, disputado na Ilha da Madeira, em Portugal.
Além das conquistas mundiais que confirmam a sua condição de atleta campeoníssimo, os tempos e marcas estabelecidas demonstram a constante evolução do atleta treinado pelo juiz-forano Fábio Antunes.
O detalhe é que tanto Gabriel como Fábio estão sem clube no momento. Na preparação, em Juiz de Fora, treinaram em piscinas diferentes, cada uma com a sua temperatura, contando com a colaboração de amigos e donos de clubes e academias.
Confira as principais informações e depoimentos de Gabriel a cada conquista, divulgados no site do Comitê Paralímpico Brasileiro
Ouro nos 100m costas
O ouro de Gabrielzinho nos 100m costas, na terça-feira, dia 14 de junho, teve sabor de revanche. Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, ele ficou com a prata, superado apenas pelo chileno Alberto Abarza Diaz. Os dois se reencontraram pela primeira vez desde então e o mineiro de Santa Luzia não deixou por menos.
Venceu por 1min57s69, novo recorde da competição, enquanto que o adversário sul-americano ficou com 2min00s45. Jacek Cech, da República Tcheca, foi bronze (2min02s05). “Desde o início, eu venho dizendo que esta prova que eu queria primeiro, porque eu quero ser o melhor em tudo que o faço. Esta era a prova que eu não era o melhor, e melhorei meu tempo absurdamente. Estou muito emocionado”, explicou Gabrielzinho.
Foi apenas a primeira medalha de Gabrielzinho na Ilha da Madeira. Na quarta,15, ele nadaria os 200m livre, que diz ser sua prova preferida. Já na sexta, se despediria do Mundial nos 50m costas. Nesses dois eventos, o nadador da classe S2 é o detentor do ouro paralímpico em Tóquio.
Ouro nos 200m livre
Na quarta-feira, dia 15, o nadador mineiro quebrou o recorde da competição nos 200m livre da classe S2, com 3min59s06, catorze segundos à frente do segundo colocado, o chileno Alberto Abarza (4min13s32). Outro brasileiro nesta prova foi o paranaense Bruno Becker, que terminou em sétimo (5min10s99).
“Foi a prova perfeita, fiz mais do que eu esperava fazer. Esse tempo que eu fiz era uma meta para longo prazo, nadar abaixo de 4min00 era só para o ano que vem, estou ficando mais rápido a cada dia que passa”, disse Gabrielzinho, agora com dois ouros em duas provas.
Ouro nos 50m costas
Dos 29 nadadores na delegação do país no arquipélago português, 13 deles eram estreantes em Campeonatos Mundiais. E, dentro deste grupo, há os novatos já experimentados e laureados nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e aqueles que nunca tiveram a oportunidade de compor uma seleção brasileira fora do país em evento de tamanha envergadura como um Mundial.
No primeiro grupo, estão atletas do naipe de Gabriel Araújo, dono de dois ouros em Tóquio, e que na Ilha da Madeira, na sexta-feira, dia 17, concluiu os 50m costas em 53s24, novo recorde das Américas. “Terceira vez, terceiro ouro. Prova muito difícil, consegui fazer tudo perfeito, encaixar o nado, mas é o que eu sempre digo, quando eu estou na frente, não deixo ninguém me pegar mais. Fico muito feliz com essa prova, e fecho o Mundial de forma perfeita. Falo que foi perfeito para mim esse Mundial”, celebrou Gabrielzinho, que voltará para casa com ouro também nos 200m livre e nos 100m costas. Gabriel nunca havia disputado um Mundial antes, apesar do sucesso nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Depois do terceiro título mundial, Gabriel divulgou nas redes um vídeo, ao lado de Fábio Antunes, dizendo que com as três conquistas, também tem direito a pedir música no Fantástico (o programa de TV permite ao jogador que marca três gols numa só partida escolher uma música).
Texto com informações da Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro
Foto: Ale Cabral
Edição: Ivan Elias – Toque de Bola