A sequência invicta do Tupi em Juiz de Fora contra o Atlético de 1984 a 1990 ficou ainda mais marcada na história pela presença, na maioria dos jogos, do ídolo do Alvinegro da capital mineira, João Leite. O goleiro foi o atleta que mais vezes defendeu a camisa do Galo de BH, com 684 partidas disputadas. Hoje deputado estadual (PSDB), vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legilsativa de Minas Gerais (ALMG) e casado com a ex-jogadora de vôlei do Minas e da seleção brasileira, Eliana Aleixo, João Leite, 60, concedeu entrevista ao Toque de Bola e relembrou a época dos equilibrados confrontos diante do Carijó de Santa Terezinha:
“Lembro de grandes jogos. O Tupi tinha grandes equipes e a maioria das partidas era no estádio do Sport, que ficava sempre cheio, com uma torcida apaixonada. O Tupi tinha grandes jogadores, como o Ricardo Uruguaio – o Ricardo Estrade, que era muito bom, tinha um zagueiro que depois foi presidente de Coronel Pacheco, na frente o Nequinha, que era um atacante muito rápido, e no meio o Sidney (Diabo Loiro), jogador canhoto, camisa 10 do Tupi, um chutador muito bom que tomei até gol de falta”, relembrou.
Virada e provocações
Uma partida e algumas reações foram destacadas por João Leite: “Teve esse jogo de 2 a 1 (1984) em que acho que vencíamos aos 40 do segundo tempo e o Tupi virou a partida em casa, o Nequinha fez os gols. Então eram grandes jogos e públicos especialmente em Juiz de Fora e me divertia muito e brincava porque a torcida do Tupi ficava atrás do meu gol e zoando: ‘Ô caipira! Ô da roça!’. Era interessante porque em alguns lugares a torcida era muito violenta e lá era uma maneira jocosa, falavam que o Atlético era o Galo da roça e o Tupi do litoral. Achava muito interessante jogar em Juiz de Fora e eram partidas dificílimas. O Tupi formou grande equipe e tinha uma torcida apaixonada”.
Ficha Técnica
22/07/1984 – Tupi 2 x 1 Atlético – Gols de Nequinha (2) e Roberto Biônico
Estádio Salles de Oliveira – Público: 8.473 pagantes – Renda: Cr$ 24.355,050,00.
Tupi: Gilberto; Evaldo, Ricardo Estrade, Júlio Maravilha, Simão; Isidoro, Manoel e Paulinho, Paulo Lino (Nequinha), Félix, Ronaldo (Paulo Sérgio). Técnico: Augusto Clemente
Atlético: João Leite; Nelinho, Marinho, Luisinho, Miranda; Vitor, Heleno, Reinaldo (Everton), Catatau (Elzo), Roberto Bionico e Éder Aleixo. Técnico: Procópio Teixeira
Ausência
Até 88, ano em que encerrou sua primeira passagem no Atlético, João Leite só deixou de atuar em uma partida em Juiz de Fora: Tupi 1 x 1 Atlético, no dia 22 de março de 1987. Pereira defendeu a meta atleticana:
“Não me lembro qual foi a razão, mas teve um tempo que o Pereira foi titular. Tive uma fratura no pé e quando voltei não atuava porque ele estava muito bem e ficou. Depois retomei a posição, mas ele jogou em um período desses e foi titular do Atlético após a contusão que tive. Pode ter sido isso”, explicou Leite.
Personagens das partidas
Das equipes do Tupi que enfrentou, João mantém contato com um atleta em particular: “Tenho com o Ricardo (Estrade). Uma vez ou outra fazemos contato, conversamos, gosto muito dele. Faz um tempo que não nos falamos, mas do Tupi é com quem tenho mais contato hoje”.
Texto: Bruno Kaehler
Fotos: Arquivo Léo Lima e arquivos pessoais
Arte: Toque de Bola
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Trabalhei neste jogo, como repórter da Rádio Nova Cidade (Saudade!!!!!!) e foi mai um jogaço entre Tupi e Atlético. A rinha ficou lotada para aquele briga de galos!