JF Vôlei: fim da Superliga B é ‘lamentável e triste’

  Lamentação, incredulidade, tristeza e um sentimento de missão incompleta. Assim pode se resumir como a decisão da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) de encerrar a Superliga B Masculina 2020 foi recebida no grupo do JF Vôlei.

Grupo do JF Vôlei não queria fim da Superliga B 2020

  Jogadores, comissão técnica e diretoria da equipe juiz-forana queriam que a disputa fosse retomada assim que superada a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Mas, foram voto vencido na reunião virtual realizada pela CBV na última quarta, dia 18.

5 a 3

  O JF Vôlei divulgou nota sobre decisão da CBV (veja a íntegra abaixo) nesta quinta, dia 19. No comunicado, o time de Juiz de Fora explica que, além dele, o Anápolis Vôlei e o UPIS/Brasília queriam a volta da Superliga B mais adiante na temporada.

  Já Vedacit/Guarulhos, Uberlândia/Start Química/Gabarito, APAV/Canoas, São José Vôlei e Lavras Vôlei venceram a votação que determinou o encerramento do torneio por cinco a três. Os dois primeiros conquistaram o acesso para a Superliga Nacional.

Repercussão em quadra

  Falando sobre a notícia ao Toque, o central Fernando Pilan, um dos líderes do elenco, lamentou e disse ainda estar incrédulo. “Para falar a verdade, a ficha ainda não caiu. A notícia foi a pior possível. Não queria nem um pouco que terminasse a Superliga ou temporada desse jeito. Acontece. Foi uma reunião justa. Colocou em pauta, houve uma votação. Cabe a nós acatarmos”, lamenta.

Técnico Marcos Henrique lamentou

  Já o capitão e oposto do JF Vôlei, Caio da Silva, destacou o embalo vivido pelo time. “Recebemos a notícia pelas redes sociais, conversamos entre nós. Lamentamos, ficamos tristes. Vínhamos em um bom momento, em uma crescente grande na competição, como grupo e equipe. Foi um baque”, define.

  O técnico do JF Vôlei, Marcos Henrique, também lamentou o fim da competição sem seus playoffs. “O Maurício (Bara, diretor técnico do time) me manteve informado. Quando saiu a decisão fiquei sabendo instantaneamente. Vejo com tristeza isso. Planejamento feito, planos para as quartas de final, o confronto com Brasília, traçados. Todo o empenho da diretoria para manter o projeto. Toda a dedicação da comissão técnica. Triste.”

Pela saúde

  Ao mesmo tempo que lamentam, treinador e jogadores do time juiz-forano sabem que a medida foi tomada por algo maior do que o esporte. “Não temos muito o que fazer. Foi o mais sensato nesse momento. Temos que ser mais frios possível e pensar no coletivo, no bem comum”, aconselha Marcos.

  “As orientações são para ficar em casa e não contribuir com a proliferação do surto de coronavírus. Então, temos que seguir e ver como vai ficar o combate a essa pandemia agora”, diz Pilan. “Seguimos as recomendações da direção neste momento. Ficando em casa. Alguns foram para suas cidades por conta da quarentena”, explica Caio. 

Pilan (esq) e Caio querem voltar a atuar pelo JF Vôlei

Futuro

  Por enquanto, sobre o futuro, todos estão em compasso de espera. “Estou esperando passar esse momento. Não tem muito o que fazer. Tenho contrato até setembro e funções importantes na base também. Assim que passar essa pandemia, vamos sentar com mais calma e decidir. Estou aproveitando esse período para descansar e estudar mais para crescer como treinador”, explica Marcos.

  Os atletas esperam ter deixado aberta a porta do JF Vôlei. “A possibilidade de voltar a jogar pela equipe é grande. Tem muita coisa para vir. Mas creio que a maioria dos jogadores querem permanecer na cidade pois foram abraçados de uma maneira fantástica pela torcida, diretoria e comissão”, avalia Caio.

  “Agora vamos ver como vai ficar o mercado. Com a falta do término da temporada, a maioria dos times fica sem material para mostrar para os patrocinadores, de desempenho de temporada e tudo mais. Isso dificulta bastante a captação. Mas voltaria a jogar em Juiz de Fora com muito orgulho”, diz Pilan.   

 

Confira a íntegra da nota oficial do JF Vôlei:

Em respeito aos atletas, comissão técnica, patrocinadores, parceiros, torcedores do JF Vôlei e profissionais da imprensa, comunicamos que a Superliga B 2020 está finalizada, em virtude do risco gerado pelo Coronavírus (COVID-19).

Em reunião realizada por videoconferência, na tarde dessa quarta-feira, 18, representantes das oito equipes ouviram a proposta de conclusão da competição pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), e tiveram direito a votarem por aceitá-la ou não.

O JF Vôlei, representado pelo supervisor Heglison Toledo, votou, juntamente com Anápolis-GO e Brasília/UPIS-DF, pela continuidade da competição após o controle total da pandemia do COVID-19, quando isto ocorresse, mesmo que fosse no final do ano.

Fora das quadras, todo o investimento feito durante os meses de preparação, as inúmeras dificuldades encontradas para captar recursos, montar um plantel forte e competitivo, cumprir com a nossa obrigação de pagar os salários rigorosamente em dia, além de oferecer a melhor estrutura possível aos nossos jogadores e membros da comissão técnica.

Reiteramos nossa preocupação com a saúde de nossos atletas, comissão técnica e de toda a população, sendo uma das primeiras equipes de vôlei do Brasil a decidir jogar com os portões fechados, antes mesmo da determinação da CBV, e também um dos primeiros times a suspender suas atividades (equipe profissional, categorias de base e núcleos de iniciação), liberando os atletas dos treinamentos na última segunda-feira (16).

Fiquemos com a memória de nosso crescimento durante a competição, com quatro vitórias nos últimos cinco jogos, provando a força individual e coletiva da equipe, credenciando-se como um time forte na briga pela vaga na Superliga A, objetivo principal na temporada.

Vamos em frente que o “duelo” contra o coronavírus está somente começando e precisamos de todos para vencer esta verdadeira batalha.

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos

Fotos: Facebook JF Vôlei; e Toque de Bola

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