Daegu, Coreia do Sul, 30 de agosto de 2011
Fabiana Murer fez história nesta terça-feira, 30, em Daegu, na Coreia do Sul. A brasileira não só venceu a disputa do salto com vara como tornou-se a primeira atleta do país a conquistar a medalha de ouro em um Mundial de Atletismo e, de quebra, ainda unificou os títulos de pista descoberta e indoor, já que também foi a melhor no Mundial deste estilo em Doha, no Catar, em 2010.
É também a primeira vez que uma atleta brasileira mulher fica com uma medalha na história dos Mundiais de Atletismo. Junto com os outros homens que já alcançaram o feito – sempre com prata ou bronze -, Murer passa a ser o 12º medalhista do país.
Keila
A brasileira Keila Costa fez 14m15 metros e vai à final do salto triplo no Mundial. Keila Costa chegou a cogitar não competir no salto triplo no Mundial de Atletismo por conta de dores na perna. A brasileira passou a sentir o incômodo após a disputa das eliminatórias do salto em distância, na qual não avançou para a final. Mas ela decidiu competir após conversas com o médico Cristiano Laurino e com a treinadora Tânia Moura.
Nesta terça-feira, Keila Costa saltou 13,50 metros e 14,02 metros na primeira e segunda tentativa, respectivamente, nas eliminatórias. Assim, a brasileira só conseguiu a vaga na final no último salto, em que atingiu 14,15 metros. Com este resultado ela ficou em sexto lugar no seu grupo eliminatório e na 12ª posição na classificação geral.
A cubana Yargeris Savigne avançou em primeiro lugar nas eliminatórias do salto triplo ao alcançar 14,62 metros. Mabel Gay, sua compatriota, garantiu a segunda posição, com 14,53 metros. Já a colombiana Caterine Ibargüen atingiu 14,52 metros na sua única tentativa. A final feminina do salto triplo será disputada na quinta-feira, a partir das 7h20 (de Brasília).
Murer histórica
Murer superou a atual bicampeã olímpica Ielena Isinbayeva e a alemã Martina Strutz no salto com vara ao vencer a marca de 4m85, recorde sul-americano. Já com o ouro garantido após as falhas de Strutz nas tentativas de 4m85 e 4m90, a brasileira ainda tentou superar as marcas de 4m90 e 4m92, mas acabou não conseguindo completá-los.
O número quebrado de 4m92 explica-se: o objetivo era cravar a melhor marca do ano na modalidade. Strutz, com 4m80, ficou com a prata, enquanto a russa Svetlana Feofanova saltou 4m75 e garantiu o bronze.
“Realmente, é uma conquista muito grande mesmo juntar esses dois títulos. A Fabiana é uma campeã realmente, se esforçou, realmentre, esteve sempre tranquila, sem muita firula foi lá e acabou ganhando e fazendo o trabalho dela”, comemorou o técnico de Murer, Elson Miranda, em entrevista ao canal “SporTV”.
A bicampeã olímpica e musa Ielena Isinbayeva não conseguiu um bom rendimento, só passou nos 4m65 e acabou ficando sem medalha. A russa, que voltou a competir este ano após uma pausa para reavaliar a carreira, não quis tentar os 4m70 após falhar na primeira tentativa e foi direto para os 4m80, mas também não obteve sucesso.
Veja a lista de medalhistas brasileiros na história dos Mundiais de Atletismo:
Helsinque – 1983 – Joaquim Cruz, bronze nos 800m
Roma – 1987 – Zequinha Barbosa, bronze nos 800m
Tóquio – 1991 – Zequinha Barbosa, prata nos 800m
Gotemburgo – 1995 – Luiz Antonio dos Santos, bronze na maratona
Atenas – 1997 – Claudinei Quirino, bronze nos 200m
Sevilha – 1999 – Claudinei Quirino, prata nos 200m; Sanderlei Parrela, prata nos 400m; e Raphael de Oliveira, Claudinei Quirino, Édson Luciano e André Domingos, bronze nos revezamento 4x100m
Saint-Denis – 2003 – Vicente Lenilson, Édson Luciano, André Domingos e Cláudio Roberto Souza, prata no revezamento 4x100m
Osaka – 2007 – Jadel Gregório, prata no salto triplo
Ricardo Gomes ainda corre risco
Médicos que acompanham Ricardo Gomes no Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Fábio Miranda e José Antônio Guasti concederam entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira, para explicar o quadro do técnico do Vasco. Os dois descartaram a chance de o treinador passar por uma nova cirurgia e ter uma doença mais grave como aneurisma cerebral ou má formação. No entanto, ele ainda corre o risco de morte.
– A angiotomografia cerebral, exame moderno que mostra circulação cerebral, afastou a possibilidade de má formação que possa ter contribuído para a hemorragia. Isso é bom para a recuperação, afastando nova cirurgia – disse José Antônio Guasti, que operou o comandante vascaíno, na noite de domingo.
Segundo o clínico responsável pelo acompanhamento diário do treinador, Fábio Miranda, a evolução é satisfatória, embora o estado de Gomes ainda seja grave.
– Foi operado há 48h, e a evolução é satisfatória. Não há nenhum tipo de alteração. A monitorização feita no CTI, assim como tomografia, não mostram nada. Sinais de boa evolução clínica. O estado ainda é grave, mas hoje foi um dia muito bom – explicou.
Ricardo Gomes passou a madrugada desta terça-feira sem sofrer qualquer tipo de variação. O técnico permanece em coma induzido e respira com o auxílio de aparelhos desde que terminou a cirurgia emergencial realizada para diminuir o hematoma no cérebro e reestabelecer a circulação sanguínea.
Texto Fabiana: www.espn.com.br;
Texto Ricardo Gomes: www.globoesporte.com;