Como está a situação dos clubes esportivos e sociais de Juiz de Fora após quatro meses de paralisação das atividades por conta da pandemia do coronavírus?
Em contato com os presidentes das instituições, o Toque de Bola elaborou uma sequência de reportagens sobre o tema.
Ao longo da série, dirigentes do SESI, Cascatinha Country Club (CCC), Sport Club Juiz de Fora, Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e Clube Bom Pastor (CBP) tratam da interferência provocada pela pandemia nas agremiações.
Como os clubes estão se adaptando e sobrevivendo sem poder sequer abrir as portas?
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“Total incerteza”
Na abertura da série de reportagens, o tema é o Clube Bom Pastor. Fundado em 1953, quando o General Oswaldo Duarte Corrêa Barbosa teve a ideia de construir uma quadra de vôlei ao lado de um campo de futebol no bairro Bom Pastor para que suas filhas também pudessem brincar, o CBP se levantou na Zona Sul com auxílio de Abel Monteiro Viana. A partir daí, começou a se desenvolver e hoje é expoente no esporte local.
Ao Toque, o presidente do Clube Bom Pastor, Carlos Augusto (Catgut) Bandeira, tratou das dificuldades enfrentadas desde março.
“O período, desde o início, é de total incerteza. Muita apreensão e dificuldades para traçar cenários possíveis para tomadas de decisão. Todo gerenciamento sem ter dados estatísticos, principalmente o tempo de duração, deixa qualquer previsão sujeita a grande margem de erro. Desde o princípio trabalhamos com os diretores delegando a liderança aos especialistas do setor. Por exemplo: logo nos primeiros dias, o departamento médico, liderado pelo Dr Nalon e pelo Dr Marcelo Salgado, mesmo antes do decreto da prefeitura, indicaram a suspensão das atividades esportivas e o fechamento total do clube. Foi um choque, mas foi feito. Simultaneamente, solicitei aos diretores Lucas Batitucci, Geilson Bulhões e Leonardo Miranda, responsáveis pelos departamentos jurídico, financeiro e pessoal, respectivamente, que montassem uma equipe de gestão de crise”, explicou.
Staff qualificado
No combate à proliferação do vírus, o CBP promoveu ações drásticas e fechou o clube. De acordo com Bandeira, uma crise financeira em 2018 serviu para que a equipe estivesse preparada em 2020 e soubesse lidar com os vencimentos.
“Dois anos atrás tivemos um grave evento na gestão financeira, que nos levou a fazer uma reforma radical, substituindo diretores, funcionários e contratando uma consultoria para o financeiro e também para o setor operacional. Essas mudanças foram fundamentais para atravessarmos esse momento de pandemia com o menor dano possível. Nosso consultor financeiro, a partir de rigoroso controle de fluxo de caixa, tem montado cenários semestrais, que avaliamos e redirecionamos quase que semanalmente à nossa comunicação, através do diretor social, Marcelo Marliere. Tivemos que aprimorar muito para mantermos os sócios e funcionários (com grande volume de dúvidas, inclusive que nós também tínhamos) a par das decisões”, disse o presidente.
Sequência das atividades… online
Com a impossibilidade de promover encontros e treinamentos presenciais, os diretores do clube encontraram novos formatos para manter, principalmente, o psicológico de todos em dia.
“O CBP, além de ser um clube social, tem um grande compromisso com o esporte, seja nas escolinhas, no master e no rendimento (convencional e paralímpico). Desde o começo, através dos diretores de esportes terrestres, Gustavo Micherif, e de natação, Marcelo Salgado, o clube tem tomado frente de ações junto aos seus coordenadores com todas as ferramentas online possíveis, para manter em alta a unidade, interesse e, principalmente, o psicológico dos nossos atletas, tarefa extremamente difícil por se tratar a grande maioria de crianças e adolescentes”, revelou.
Mais fortes
Catgut prega cautela para o retorno das atividades. “Temos que ter muita cautela! Temos muito cuidado e muita preocupação com a parte financeira, ainda mais com as incertezas de quanto tempo isso tudo vai durar. O cenário para todos os clubes é muito preocupante, mas temos certeza que sairemos dessa mais fortes!”, conclui.
Texto: Toque de Bola – Pedro Sarmento, supervisão de Ivan Elias – Toque de Bola
Fotos: Divulgação/Clube Bom Pastor
Estou sentindo a falta da alegria de viver que existe entre os associados do Clube Bom Pastor. Como a gente se acostuma com uma piscina e com os companheiros dos treinamentos. Vamos torcer para que essa fase de clube fechado termine. Parabéns para a Diretoria que está zelando por tudo. Até breve.