Um lance, aos 12 minutos do primeiro tempo, começou a determinar o que seria a primeira vitória do Tupynambás no Módulo 2 do Campeonato Mineiro, pela quarta rodada da competição que levará os dois primeiros colocados à primeira divisão estadual.
Num estádio Ipatingão com o maior público disparado até aqui – 2295 torcedores, conforme relato da súmula, depois de já ter desperdiçado mais uma chance incrível (como tem acontecido desde a estreia) de um atacante diante do goleiro, desta vez o contra-ataque foi pela esquerda e o goleiro Talisson saiu da meta para não perder a viagem. Ocorre que no “rapa” ao adversário para evitar chance clara de gol, ele exagerou e foi expulso.
O goleiro reserva Marcus Vinícius entra (o treinador substituiu o atacante para repor o camisa 1) e nem encosta na bola. A cobrança do lateral-direita Igor Pupinsk buscou o ângulo, numa cobrança que especialistas em cobranças de falta assinariam com gosto: 1 a 0.
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O time jogava bem, e só no final da primeira etapa passou a ser pressionado por um adversário inferiorizado numericamente, mas que atuava como mandante e tinha que correr o risco de qualquer maneira.
Quem apostou numa segunda etapa de jogo “administrável” se enganou. A luta dos anfitriões (ou o cochilo dos visitantes, quem vem primeiro nessa lista é uma longa discussão) tem recompensa aos 31. De cabeça, Wellington empata. “Não é possível, gente. Com um a mais quase o tempo todo e vai dar este mole?”, foi o inevitável comentário do torcedor do Baeta.
Mas o “hoje sim”, “hoje não” do torcedor do Leão do Poço Rico terminaria com um dramático “hoje sim”. Já nos acréscimos do acréscimo de cinco minutos determinado pela arbitragem, falta na esquerda de ataque e a bola sobra para Lucas Lino. O mesmo atacante que desperdiçou chance incrível na estreia, em casa, e já tivera outras chances no próprio jogo em Ipatinga, desta vez acertou o pé e, consequentemente, as redes.
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Ipatinga 1, Tupynambás 2, final feliz de partida depois de três a quatro dias bastante agitados nos bastidores do clube. Treinador dispensado no sábado à noite (ficou na bronca pela maneira como foi conduzida a sua saída após empate em casa 1 a 1 diante do Varginha), anúncio do novo técnico na manhã de domingo, seguida da divulgação da volta do atacante Fabinho Alves (que entrou e saiu no mesmo segundo tempo no triunfo desta terça).
O novo treinador, Nilson Corrêa, nem ficou no banco de reservas por não ter sido regularizado a tempo na Federação Mineira de Futebol – o auxiliar Wires Souza ficou à beira do campo.
O novo “antigo” atacante não fez a diferença – entrou e saiu sem participar de jogadas decisivos. Mas pelo menos por duas vezes nos 90 e tantos minutos a bola entrou (até então, eram dois gols em três partidas e nenhuma vitória).
Com cinco pontos em quatro jogos disputados, o Tupynambás espera ter encontrado o equilíbrio necessário para se firmar como candidato à segunda fase da divisão de acesso. Próximos jogos: domingo, 10h, com mando de campo juiz-forano mas partida em Ubá diante do União Luziense (o Estádio Mário Helênio estará cedido à Festa Country), e no dia 21 de maio, sábado, 15h, diante do Betim, em Betim.
Anderson Florentino cita falta de ética e defende jogadores
O treinador Anderson Florentino, que dirigiu o Tupynambás na preparação e nos três primeiros jogos da equipe no Módulo 2 do Campeonato Mineiro, publicou um texto em que diz não concordar com a maneira com que sua saída foi conduzida pelo clube (saída divulgada antes de ele ter tomado conhecimento) e elogio muito o comportamento dos jogadores, além de revelar que atletas pediram sua permanência no comando do time. Revelou, ainda, ter plena confiança num bom desempenho do time na sequência do Módulo 2.
O texto foi publicado antes do jogo entre Tupynambás e Ipatinga, disputado na noite de terça-feira, dia 10 de maio.
O Toque de Bola consultou o presidente Cláudio Dias sobre as declarações do treinador referentes à diretoria do clube, mas até o momento ele não se manifestou.
Na noite de sábado, questionado sobre a saída de Anderson, o dirigente informou: “Vim a Lima Duarte encerrar nosso contrato. Como contratei o Anderson pessoalmente, vim encerrar pessoalmente com ele”, disse, por mensagem.
O texto de Anderson
Qualquer clube ou instituição tem o direito de demitir seus funcionários quando e por qual motivo quiser.
Porém, existe algo que se chama ética profissional, onde não se demite um treinador e informa a imprensa, sem antes falar com o treinador.
Fiz o que pude fazer no que diz respeito a trabalho e a preparação da equipe.
No dia da minha contratação, mediante a presença da imprensa, me foi prometido pela diretoria 8 semanas de preparação e tempo hábil eles tiveram para cumprir com o combinado, fato que não ocorreu.
Foram exatos 20 dias de treinamentos até a estréia, pois chegamos em Lima Duarte no dia 30/03 e a estrutura não estava em condições de iniciarmos os treinamentos e só pudemos começar dia 04/04, foi quando entramos em campo pela primeira vez.
Foram 20 dias, para avaliar, condicionar fisicamente e definir o elenco, ou seja, as primeiras semanas se resumiram nessas questões.
A outra semana foi para preparar a equipe e dar um padrão tático. Menos de 1 mês de preparação, e o futebol profissional tem suas etapas para condicionar e preparar a equipe e com o tempo reduzido não se consegue fazer tudo, além de ter sido a última equipe a começar a trabalhar , fora que alguns atletas chegaram na semana da estréia, tanto que até no dia 26/04 um dia antes da estréia, não sabia quem estaria disponível no BID, ( inscrito ) para poder jogar.
Tínhamos um elenco bem reduzido, onde estavam disponíveis apenas 18 jogadores de linha para realizar os treinamentos.
Mas a equipe, como citei, a cada jogo mostrava evolução e a vitória já estava amadurecendo e creio que no próximo jogo, onde a equipe vai ganhando mais confiança e conjunto, já venha ocorrer e torço por isso, pois sei que irão manter o padrão de jogo que eu implantei e os resultados positivos virão.
Até porque deu certo, como todos puderam ver, dominamos todas as partidas que jogamos, propondo o jogo na maioria do tempo e criando mais e tendo as melhores oportunidades de gols que nossos adversários. Faltou só uma melhor execução diante do gol adversário e infelizmente ocorreram algumas falhas individuais do qual surgiram os gols adversários.
Assumi integralmente esta responsabilidade como treinador da equipe, mas não culpa, afinal não posso entrar em campo e fazer os gols.
Mas também não culpo os atletas, pelo contrário tiveram e sempre terão todo o meu apoio, pois sempre se entregaram 100% para alcançarmos os objetivos traçados. Sempre chamei para mim a responsabilidade pra deixa-los tranquilos para dar sequência ao trabalho.
Aproveito para agradecer aos atletas por terem ido junto a diretoria pedir a minha permanência no comando, após verem a notícia na imprensa.
Deixo a equipe a 3 pontos do terceiro colocado. A competição está bem no início e a classificação bem indefinida para todas as equipes.
Desejo boa sorte aos atletas para a sequência do campeonato, e como treinador profissional darei sequência à minha carreira, onde já estou avaliando uma nova proposta de trabalho.
E ressalto que estive e estou em paz, e quem está em paz , não quer guerra com ninguém, quem não está, que busque a paz.
Nilson Corrêa
Nota oficial divulgada pelo clube por volta de 11h de domingo: “O Tupynambás Futebol Clube definiu seu novo treinador, Nilson Corrêa. Capixaba, como treinador teve passagens por Flamengo de Arcoverde, Sociedade Esportiva Decisão, Vera Cruz FC e Retrô FC. Com o Decisão conseguiu acesso ao campeonato Pernambucano A1 2020 e com o Vera Cruz o acesso ao campeonato Pernambucano A1 2021.
Como jogador Nilson teve passagens por União da Madeira (Portugal), Moreirense FC (Portugal) além de Náutico (PE), Santa Cruz (PE) e Vitória (BA). Junta-se a Nilson Corrêa o auxiliar técnico Wires José de Souza, que como jogador também teve passagem por Brasil e Portugal.”
Texto: Ivan Elias – Toque de Bola
Fotos: Igor Reis/Fotop, Divulgação Tupynambás e Ipatinga