
Desde o início do ano, o ex-árbitro juiz-forano Adilson Mattos tem nova função nos bastidores da arbitragem: passou a integrar a Comissão Nacional de Regras da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS). Assim, tem percorrido o país ministrando palestras e cursos de reciclagem, como os dois encontros que já ocorreram no auditório da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), em Juiz de Fora.
A tarefa não é nada simples. Para a atual temporada, nada menos que 68 itens que compõem as regras e regulamentos do futsal foram alterados. “Várias regras foram modificadas, principalmente para facilitar a compreensão. Em algumas, foi introduzido texto novo”, explica Mattos, que falou com exclusividade ao Toque de Bola.
Invasores punidos
Muitas regras modificadas permanecem as mesmas, apenas tendo alteradas as redações de seus textos para compreensão mais fácil. Mas, algumas mudanças podem mexer com a dinâmica do jogo. Adilson comentou para o Portal as principais delas.
Antes sem orientação específica para casos de invasão de quadra buscando evitar gols, o futsal agora tem previstas punições para essa situação. “Quando um atleta suplente invade a quadra para impedir um gol ou uma chance clara de gol, o mesmo será expulso. O técnico de sua equipe terá que tirar um jogador, ficando com menos um, cumprindo punição de 2 minutos ou até levar um gol. O jogo é reiniciado com tiro livre indireto contra esta equipe”, explica o ex-ábitro.

E se for gol?
Caso o invasor não tenha sucesso em evitar o tento, a equipe escapa não é punida. “Se for marcado o gol mesmo com a interferência, o jogador será expulso. Mas o time não terá que retirar um atleta. Considera-se que a punição já foi cumprida com a exclusão do jogador e a consignação do gol”, afirma Adilson.
Integrantes das comissões técnicas também receberão punições. “Caso seja integrante de comissão: entrou e não conseguiu tirar, gol validado. Entrou e tirou, será expulso, e o jogo reiniciado com bola ao chão onde ele tocou na bola”, informa Mattos. “Essa situação veio por conta do futebol de campo, a Fifa alinhou neste contexto, buscando beneficiar o fair play. É um grande avanço a meu ver”, considera.
Atendimentos
Outro aspecto alterado foi a regulamentação sobre o atendimento de atletas em quadra. “Jogador medicado em quadra antes era obrigado a ser substituído. A partir de agora, não. Qualquer jogador que seja medicado em quadra, exceto o goleiro, deve sair. Mas pode ficar na área de substituição e esperar a bola voltar ao jogo e retornar à quadra. Ou o técnico pode fazer sua substituição”, explica Adilson.

Segundo Mattos, a mudança surgiu para que o árbitro não interfira em aspectos que não competem a ele em uma partida. “Isso veio para a arbitragem não interferir na parte tática da equipe. Quando você obriga o time a tirar um atleta de quadra, você interfere nesse aspecto. É mais um avanço”, afirma.
Outras mudanças
Nos bancos de reserva, agora, serão permitidos seis integrantes nas comissões técnicas, um a mais do que era possível antes. Algumas mudanças também foram feitas para que a arbitragem possa estar mais segura e mais eficiente. “Árbitro não pode mais usar óculos, por conta do risco de uma bolada, por exemplo. Em contrapartida, foi liberado equipamento de comunicação. Quem já esteve em um ginásio lotado sabe como é difícil se comunicar”, comenta Adilson.

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Toque de Bola, arquivo pessoal e Facebook Adilson Mattos