Ânimos renovados e expectativa “lá em cima”. Assim começa a segunda temporada do goleiro juiz-forano Marcus Vinícius “Mancha” dos Santos com a camisa da Associação de Pais e Amigos do Futsal (APAF), da cidade de Paranaguá, no Paraná.
Após um ano de 2019 classificado como produtivo, o contrato entre atleta e instituição foi reafirmado para 2020. Em entrevista exclusiva ao Toque de Bola, Mancha falou sobre a renovação do contrato com o clube e avaliou a passagem até aqui como uma experiência enriquecedora.
“O interesse da APAF na renovação foi algo natural. Eu me adaptei ao clube, eles se adaptaram e gostaram do meu jeito de jogar, treinar e interagir com a Associação em si. Vejo como positivo para as duas partes. Está sendo uma experiência muito boa desde que cheguei. Nunca tinha vindo ao Paraná, mas está sendo proveitoso por ser um estado forte na modalidade”, disse o arqueiro.
Os troféus
Aos 23 anos, o atleta vive grande fase na equipe paranaense. Feliz, o goleiro explica as metas da APAF o ano de 2020.
“A expectativa para a temporada é a melhor possível. Em 2020 temos a Série Prata, na qual caímos a uma fase de chegar a semifinal em 2019, e a Taça Paraná, que é um campeonato novo e que tem um sistema de mata-mata que pode nos favorecer. Isso porque podemos fazer grandes jogos em casa e adotar estratégias para avançar no campeonato”, analisou Mancha.
Amadurecimento
Mancha nunca teve dúvidas de que seguiria carreira de atleta. Aos cinco anos, entrou na escolinha de futsal do Sport Club Juiz de Fora, que defendeu até 2010. Do Verdão, o goleiro foi para as categorias de base do Clube Bom Pastor, que foi um trampolim para ser contratado pelo Praia Clube, de Uberlândia, em 2012. Após quatro temporadas com a camisa aurinegra, ele se transferiu para o Dracena, de São Paulo, mas logo voltou a Juiz de Fora para defender as cores do Tupi Futsal em 2017 e 2018. Com o fim do projeto, o jogador foi para a APAF, onde permanece.
Desde que saiu de Juiz de Fora em 2012, aos 15 anos, Mancha revela ter amadurecido tanto dentro quanto fora de quadra.
“Assim como acontece com todo jovem, que sai de casa sonhando, buscando um lugar melhor, eu sempre fui assim. Dentro de quadra, como atleta, e fora dela, como pessoa, eu quis me fortalecer. Eu aprendi a ter humildade, educação, disciplina, caráter… isso eu nunca perdi. Sempre levei comigo e trago até hoje. Para um cara que saiu de casa com 17 anos e pôde conviver com atletas que eu convivi, fico muito grato”, relatou o goleiro.
“Ouvidos de ouvir”
O início da carreira foi de muito aprendizado, mas adquirir conhecimento daquilo que o envolve se tornou cotidiano. “Eu tento escutar ao máximo todos os professores e treinadores que tenho e as pessoas que convivem comigo.Tenho me preparado bastante para ser sempre um profissional melhor. Ainda vou aprender muito com erros e acertos, mas o Mancha amadureceu muito nesse período. Aprender a ouvir me fortalece muito”, confessou.
Celeiros de craques
Com passagens por tradicionais clubes do futsal de Juiz de Fora, Mancha desabafou quando questionado sobre o apoio à modalidade na cidade natal e disse se volta ou não a atuar “em casa” caso tenha oportunidade.
“Por onde eu vou eu costumo falar que Juiz de Fora, se não for o maior, é um dos maiores celeiros de atletas. Não sou o único que pensa dessa forma, mas se a cidade tivesse, hoje em dia, um, dois ou três times grandes na modalidade, com certeza iria chegar bem em todos. Tem muita peça boa na cidade, com muitos bons atletas. Se eu tivesse a oportunidade de voltar para defender um projeto interessante na cidade, eu voltaria com o maior orgulho”.
Realização
Consciente do que o aguarda na sequência da difícil carreira de atleta de futsal no Brasil, Macha segue alimentando um sonho que começou na infância. Segundo o arqueiro, a família e o futuro são os principais motivos pelos quais ele segue, ano após ano, lutando para jogar.
“Por mais difícil que seja, porque o futsal não é tão valorizado no Brasil, a vontade de dar uma condição melhor para a minha família e poder ter uma vida estruturada. Quero poder falar que eu alcancei meu objetivo, e vou continuar até consegui”, finalizou.
Texto: Toque de Bola – Pedro Sarmento
Fotos: Arquivo pessoal/Mancha; Rise Up Mídia