Fla perde para o Olimpia e se complica na Libertadores. Brasileiro terá árbitros atrás do gol

Juiz de Fora (MG), 29 de março de 2012

O Flamengo até lutou, mas não teve boa atuação diante do Olimpia, na noite desta quarta-feira, no Defensores del Chaco, em Assunção. Após ceder empate em 3 a 3 no Engenhão, o time foi derrotado por 3 a 2 e viu sua situação na Taça Libertadores se complicar de maneira considerável. Caiu para a terceira colocação do Grupo 2, com cinco pontos, dois a menos do que Lanús e o próprio Olimpia. Os argentinos ficam em primeiro por causa do critério de saldo de gols. O Emelec, que completa a chave, soma três pontos.

Nas últimas duas rodadas, cada equipe jogará uma vez em casa e uma fora. O Flamengo visitará o Emelec na próxima quarta-feira. Um dia antes, o Lanús recebe o Olimpia. Apenas as duas equipes com maior pontuação avançam às oitavas de final.

Órteman, Zeballos e Aranda fizeram os gols dos donos da casa, com Vagner Love e Bottinelli descontando para os flamenguistas, que tiveram mais posse de bola mesmo atuando fora de casa (64%), mas encontraram dificuldade para furar um bloqueio defensivo.

A próxima partida do Flamengo será pela Taça Rio: enfrenta o Bangu às 16h de domingo, no estádio Cláudio Moacyr, em Macaé.

Sucessão de erros do Fla dá vantagem ao Olimpia

O Rubro-Negro começou o jogo com Muralha, Luiz Antonio e Willians formando o meio junto a Bottinelli. Mais à frente, Ronaldinho e Love fizeram a dupla ofensiva. O Olimpia teve formação semelhante à do primeiro jogo contra o Fla, no empate por 3 a 3, exceção feita a Maxi Biancucchi, que ficou no banco e deu lugar a Zeballos.

O Flamengo teve a primeira boa jogada da partida. Vagner Love recebeu na entrada da área, girou em cima da marcação e bateu para o gol. A bola saiu por cima. A resposta do Olimpia, entretanto, foi rápida. Aos seis minutos, o time da casa abriu o placar, aproveitando-se de uma sucessão de erros do Flamengo.

No meio do campo, Ronaldinho tentou uma caneta em Órteman e perdeu a bola. O craque do time paraguaio partiu em velocidade e foi desarmado já perto da área rubro-negra. A bola voltou a Ronaldinho, que errou e ofereceu a bola outra vez a Órteman. O uruguaio soltou a bomba de fora da área, e Felipe espalmou para o lado. Luis Caballero apenas protegia a bola, que saía pela linha lateral, quando foi atropelado por David Braz. O que seria lateral virou falta para o Olimpia. Zeballos bateu para a área, e Luiz Antonio não conseguiu acompanhar Órteman, que apareceu livre no meio da área para tocar de pé direito e estufar a rede.

Vagner Love tenta levar o Flamengo ao ataque: atacante fez um dos gols do time carioca (Foto: EFE)Em vantagem no marcador, o Olimpia se fechou e passou a explorar os contragolpes. O time paraguaio, a exemplo do que fizera no jogo do Rio, foi ríspido na marcação. O árbitro chileno Enrique Osses gosta de ver o jogo correr, e o Flamengo demorou a entender que as faltas não seriam marcadas por qualquer contato. Os rubro-negros mostraram-se irritados diversas vezes com a arbitragem ao longo da etapa inicial.

Aos 13 minutos, Ronaldinho se envolveu numa dividida com o volante Aranda: o brasileiro entrou duro, e o jogador do Olimpia deixou o cotovelo no peito de R10. A arbitragem deu cartão amarelo para o paraguaio.

Alegria rubro-negra dura pouco

Embora tivesse bem mais a posse de bola, o Flamengo mostrou-se impotente para furar o bloqueio do Olimpia. Com Muralha errando muito e Willians pouquíssimo inspirado, o time só voltou a assustar no primeiro tempo em chutes de Luiz Antonio e Bottinelli, de longe, e numa bobeada do goleiro Silva, que espalmou uma bola boba para o meio da área e mandou-a nos pés de Ronaldinho. O camisa 10 cruzou para Love, que mandou por cima.

O Olimpia, embora fechado, deu trabalho, principalmente com Órteman e Zeballos. Marín, em bom chute, obrigou Felipe a fazer uma defesa difícil.

Na volta para o segundo tempo, as equipes não fizeram alterações. O Flamengo entrou animado e não demorou para chegar ao empate. Aos três minutos, Ronaldinho deu um bom passe para Vagner Love, que entrou livre na área e tocou de canhota na saída do goleiro para deixar tudo igual no placar.

A alegria rubro-negra, entretanto, durou pouco. Aos oito, num lance em que uma bola boba bateu em González e subiu dentro da área, Zeballos, que estava caído, levantou-se e ficou em excelente posição para marcar. O atacante bateu rasteiro e Felipe fez um milagre. No rebote, porém, o próprio Zeballos encheu o pé e fez o segundo dos donos da casa.

Após o gol, o panorama do jogo voltou a ficar como no primeiro tempo. O Flamengo com muita dificuldade para furar o bloqueio do Olimpia, que por sua vez não deixava de ameaçar quando partia nos contra-ataques. O Flamengo perdeu David Braz, machucado. Welinton entrou para compor a zaga junto a González.

O time carioca só voltou a ter uma chance real aos 16. Após boa jogada pela esquerda, Love entrou na área, foi trombado por trás e caiu. Bottinelli pegou a sobra e tentou driblar o goleiro para completar para o gol, mas se enrolou com Love, que estava no chão. Os rubro-negros reclamaram de pênalti em Love no lance.

A dificuldade do Flamengo seguiu dando a tônica, e Joel resolveu arriscar aos 25: sacou Muralha e lançou Deivid. Logo em seguida, o Olimpia fez o terceiro gol. Aranda recolheu uma bola na intermediária, limpou Léo Moura e bateu rasteiro, no cantinho. Um belo gol.

Com dois gols de vantagem, o Olimpia tratou de fazer o relógio andar. Não mudou sua postura retraída, esperando para sair. E trocou Zeballos por Maxi Biancucchi, numa tentativa de manter fortes seus contragolpes. O Flamengo teve o mérito de não se entregar. Mesmo pouco inspirado, o time seguiu tentando e descontou aos 32. Bottinelli arriscou de fora da área e encobriu o goleiro Silva, que estava adiantado. Golaço.

O Flamengo ao menos foi valente, tentou até o fim, na base da vontade, conseguir o empate. Mas não foi capaz de marcar mais um gol e amargou sua primeira derrota na fase de grupos da Taça Libertadores. Derrota esta que deixa o time com a faca no pescoço.

Marin aprova testes e anuncia árbitros atrás do gol também no Brasileiro

O novo presidente da CBF, José Maria Marín, aprovou os testes com árbitros atrás dos gols e anunciou que vai implementar a medida também no Campeonato Brasileiro. O cartola fez o anúncio nesta quarta-feira, após se encontrar com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e com o presidente da Federação Paulista, Marco Polo del Nero.

Os testes com árbitros atrás dos gols já estão acontecendo no Campeonato Paulista e no Campeonato Carioca. Em âmbito internacional, a Champions League também está utilizando o artifício para tentar diminuir os erros de arbitragem.

A medida é paliativa enquanto a Fifa se decide por utilizar ou não a tecnologia no futebol. A entidade máxima do futebol mundial deve se reunir em abril para discutira novamente o tema.

Textos: www.globoesporte.com e www.espn.com.br

Deixe seu comentário