Saudosismo, indignação, esperança e dúvida. Estes são alguns sentimentos que o torcedor de um clube centenário, que já viveu glórias no passado e hoje passa por uma crise imensa dentro e fora dos gramados, carrega. Mas ainda assim o amor e a fidelidade de alguns desses amantes superam qualquer dificuldade, e o apoio, mesmo com protestos, é incondicional.
É desta forma com os adeptos do Guarani Futebol Clube, de Campinas, como o Toque de Bola comprovou e registrou em transmissão de Tupi 1 x 0 Guarani pela 12ª rodada da Série C. O Bugre, campeão brasileiro de 1978, que já teve jogadores como Careca, Neto, Zenon, Amoroso, Luizão e tantos outros craques, hoje está na Série C do Campeonato Brasileiro e na Série A2 do Campeonato Paulista. Fora dos gramados, o clube passa por uma grave crise financeira, tendo até que leiloar o tradicional estádio Brinco de Ouro da Princesa, sua casa.
“Na verdade, a gente não aguenta mais essa situação. Já fomos campeões brasileiros, já estivemos na elite, já disputamos títulos com grandes clubes e a torcida sofre muito e sente falta de ser grande de novo”, desabafa ao Toque de Bola o torcedor bugrino Bruno Viana, de São Bernardo do Campo (SP), que acompanha o time campineiro nesta Série C pessoalmente. Viana só não esteve presente na partida contra o Tombense, pois a data coincidiu com seu aniversário.
Até subir
Um dos representantes da torcida organizada Fúria, Mayke de Lima explica o porquê de em todos os jogos da equipe a faixa com o nome da torcida ficar de cabeça para baixo:
“A faixa está virada desde que o Guarani caiu a primeira vez para Série C e para a Série A2 do Paulista. E naquela época a diretoria da torcida organizada resolveu virar a faixa em forma de protesto com a situação do time. O Guarani é campeão brasileiro, disputamos três Libertadores, semifinalista em uma delas, e o intuito é deixar a faixa virada até que o Guarani volte a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Paulista”, conta.
Confusão
A situação do Brinco de Ouro da Princesa é bem complexa. A juíza Ana Claudia Torres Viana, titular da 6ª Vara do Trabalho, anulou o leilão em que a Maxion arrematou o terreno por R$105 milhões e cedeu o imóvel para a Magnum, por R$105,5 milhões. Ainda não se tem uma situação definida sobre quem ficará com o terreno e este imbróglio acaba refletindo nas arquibancadas: “Eu estou confuso. A cada dia que passa é uma informação diferente. E isso reflete diretamente na situação do clube, tanto política, quanto financeira. A gente espera que a venda do estádio seja o melhor para o Guarani” revela Bruno.
Esperança e provocação
O Guarani é sexto colocado do grupo B com 15 pontos e está na briga pela vaga na próxima fase. O torcedor mantém a esperança no acesso e ainda cutuca a rival, Ponte Preta: “Estamos acreditamos que o time vai subir. Começamos mal o campeonato e agora o time está se reformulando com o Paulo Roberto. Estamos nessa expectativa pelo acesso. Ano que vem vamos ter um dérbi na Série B. O Guarani vai subir e a Ponte vai cair” projeta Viana.
Texto: Guilherme Fernandes – Estagiário do Toque de Bola sob supervisão de Ivan Elias e Bruno Kaehler,
a partir de entrevistas feitas no intervalo de Tupi x Guarani na transmissão ao vivo pela web rádio do Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
O Toque de Bola é administrado por www.mistoquentecomunicacao.com.br