
Desafiando o tempo, o centroavante Ademilson jogará mais um Campeonato Mineiro, no qual estreia na edição 2020 com o Tupynambás, nesta quarta, dia 22, às 20h, contra o Tombense, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.
Aos 45 anos, o jogador do Tupynambás é o atleta mais velho a disputar os principais estaduais do país em 2020. A longevidade do atacante impressiona no Leão do Poço Rico, da comissão técnica aos companheiros.
Do técnico do Baeta, Paulo Campos, aos jogadores que atuam com o interminável camisa 9, todos ressaltam que a contribuição e qualidade do atacante parece gradativamente aumentar com o passar do tempo. Sem demonstrar o desgaste dos anos, a impressão é de que Ademilson ainda terá muitos estaduais pela frente.
Nem pensa em parar

Adê, como é carinhosamente chamado pelos companheiros, não tem no horizonte próximo o encerramento de sua carreira. Sem fazer previsão de quando vai parar, se sente grato em poder estar nos gramados e garante que, tendo condição, segue atuando.
“É gratificante poder estar jogando até agora e indo para mais um Estadual. Costumo dizer que enquanto eu tiver força, aguentando treinar junto com meus companheiros, vou levando”, pretende o jogador que foi homenageado em 2019 pela Federação Mineira de Futebol (FMF) por sua longevidade.
Ciente de que só a experiência e o respeito pelo nome que construiu ao longo da carreira não são suficientes para mantê-lo em campo, o camisa 9 do Baeta é um aficcionado em treino. “Sei que não posso jogar só com nome ou só com a experiência. Você tem que estar bem de perna e gostar daquilo que você faz. Eu gosto muito de treinar, de jogar. Espero assim, a cada ano, estar bem para poder prolongar a minha carreia”, deseja.
Como vinho

Campos destaca que é missão da comissão técnica dosar a vontade do veterano. “Ele é impressionante, é o carro-chefe do grupo. Parece vinho, quanto mais velho, melhor. Ele não demonstra nunca a idade dele. É impressionante o espírito, a vontade e a dedicação. Nós é que temos que ser inteligentes ao máximo para conseguir poupá-lo um pouco, caso não necessite. Se largar, ele vai embora, até o final. Claro, existe o limite da idade, que ele parece ignorar”, explica.
Quem está ao lado do centroavante conta que se impressiona com a vitalidade e entrega de Adê. O jovem Yago Caju, de 21 anos, além de aproveitar suas dicas, revela: “Me passa muita experiência, o tempo todo. Me diz para me movimentar de uma maneira, de outra. É muito bom jogar ao lado dele. Dá um tiros para marcar que eu mesmo fico impressionado. Aos 45 anos, o homem está voando!”
Carreira
Em seus 26 anos de carreira, Adê admite que alguns aspectos de seu jogo não são mais os mesmos. Mas, em compensação, o centroavante desenvolveu outras qualidade. “Caiu pra mim a velocidade. Eu era mais veloz. Mas, ganhei em experiência, comecei a encurtar mais os caminhos em campo”, avalia o jogador.

Trajetória do gaúcho
Nascido em Itaguaí, no Rio Grande do Sul, no dia 10 de setembro de 1974, Ademilson Correa começou sua carreira no Ypiranga-RS, em 1994. Teve passagens por: Rio Branco (ES), Comercial (SP), Alegrense (ES), Desportiva Ferroviária (ES), Botafogo (RJ), Fluminense (RJ), Deportivo Irapuato (MEX), Lokeren (BEL), Paysandu (PA), Cianorte (PR) e Marília (SP) antes de desembarcar em Juiz de Fora em 2007 para atuar no Tupi.
Na cidade
Ademilson chegou ao Carijó aos 32 anos e rapidamente se identificou com a torcida juiz-forana, adotando a cidade como residência fixa. Aos longo dos nove anos seguintes, até 2015, construiu sua idolatria com gols, dedicação e títulos em Santa Terezinha.
Com a volta do Tupynambás ao futebol, em 2016, o centroavante atendeu o chamado do Leão do Poço Rico, onde atua até o momento. O camisa 9 ainda teve duas passagens rápidas pelo Athletic, e São João Del Rei, em 2018, e novamente pelo Tupi, na última temporada.
Clube dos “quarenta”

Além de Ademilson, outros quarentões conhecidos disputarão estaduais Brasil afora. No próprio Tupynambás, o meia Lúcio, de 40 anos, ex-Palmeira e Grêmio, estará em campo ao lado de Adê.
Pelo Perilima, o meia-atacante Marcelinho Paraíba, 44, ex-São Paulo e Flamengo, joga o Paraibano. O atacante Magno Alves, 44, ex-Fluminense e Ceará, estará no Baiano, pelo Atlético de Alagoinhas.
O goleiro Fernando Prass, ex-Vasco e Palmeiras, aos 41 anos, jogará o Cearense pelo Ceará. Da mesma idade, o zagueiro Fábio Bilica, ex-Vitória e Grêmio, atuará no América de Pedrinhas, no Paraibano. Com 40, o atacante Nonato, ex-Bahia, joga o Baiano pelo Vitória da Conquista.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Toque de Bola; Facebook Tupynambás FC; Rise Up; Kiko Halfeld; e Patrocínio Photo Studio