Depois de uma passagem marcante no Manaus, o técnico nascido em Leopoldina e radicado em Juiz de Fora, Welignton Fajardo, teve um 2021 agitado, com passagem por dois clubes.
A temporada na União Recreativa dos Trabalhadores (URT) começou ainda em 2020, e o treinador teve chance de montar o elenco. O trabalho, apesar do início difícil, deu tão certo que Fajardo reassume o Trovão Azul para o Campeonato Mineiro 2022, o segundo seguido no comando da equipe de Patos de Minas. Antes, ainda este ano, o técnico comandou o Treze, da Paraíba, em sua primeira experiência no Nordeste, na primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro.
Já começou
Como o treinador disse ao Prancheta do Professor da rádio web Nas Ondas do Toque, o trabalho já teve início, e não tem sido fácil. A meta é pelo menos igualar a quinta colocação do Estadual em 2021, e quem sabe ir além.
“Vamos tentar repetir pelo menos a campanha deste ano. Já estamos trabalhando, encontrando dificuldades porque os clubes perderam receita com as incertezas sobre transmissão dos jogos na TV. O mercado está muito agressivo. Mas continuamos tentando fazer o melhor. Temos outros concorrentes buscando o mesmo perfil de jogador. Não é fácil, mas é prazeroso ver lá na frente. Quero tentar levar a URT mais longe”, deseja Welington.
Aproveitar a experiência
O Fajardo que chega à URT é diferente do que deixou o clube ao fim do Mineiro 2021. “Temos que aproveitar o momento da carreira. Ela é muito desgastante, sofremos muito com o estresse, longe da família. Depois do sucesso no Manaus, foram aparecendo as oportunidades e fui aproveitando. No sentido de assumir novos times, que dão para o treinador oportunidade de conhecer novos jogadores e novo tipo de trabalhos. Os jogos no Nordeste, por exemplo, são muito mais intensos que aqui em Minas Gerais. As equipes jamais dão as partidas por perdidas, se entregam e correm o tempo todo. Foram experiências novas que tive e, agora, vou tentar aproveitá-las. Conhecendo a casa, fazer um trabalho ainda melhor.”
Com contrato até o fim do primeiro torneio do ano, Welington sabe que, caso vá bem, a própria URT tem calendário para garantir seu emprego no segundo semestre. E isso é fruto do bom trabalho em 2021. “Conseguimos a vaga na Série D ficado em quinto. Acredito que o Estadual deste ano vai servir para ter uma base. Vai depender dos recursos também. Meu contrato é até o final do Mineiro. Mas, a tendência, caso consiga chegar ao fim desse compromisso, é permanecer”, projeta.
Aprendizado
O treinador considera que a última temporada foi de evolução profissional. “2021 foi um ano de muito aprendizado. Vim de uma campanha muito vitoriosa no Manaus, todos sabem. Na URT foi um trabalho diferente. Conseguimos montar uma equipe do zero. Apresentei o plano de jogo, os jogadores que queríamos. O time foi muito mal no início do Mineiro 2021, nas quatro primeiras rodadas. Pegamos Atlético-MG, Cruzeiro, Tombense e Uberlândia. Fizemos apenas três pontos. Todos pediram minha demissão”, conta
“Então, tive uma grande demonstração de lealdade da presidenta (Maria) Isabel (Pimenta) e do diretor de futebol, Romero Meira. Ele disse: ‘conheço o Fajardo, nunca caiu com nenhum time, e nosso principal objetivo é permanecer na elite, assim, se ele sair por uma porta, eu saio pela outra’. Expliquei que a tabela tinha sido muito difícil no início e tive esse respaldo. Conseguimos dar a volta por cima e chegar em quinto, atrás apenas de Cruzeiro, Atlético-MG, América-MG e Tombense”, comemora Fajardo.
No Nordeste
Procurando tirara lições de todas as situações, fajardo assumiu o desafio de tentar recuperar um dos tradicionais clubes paraibanos e quase conseguiu. “No Treze também aprendi bastante. Cheguei e o time estava em último lugar da chave na Série D do Campeonato Brasileiro. Jogamos com o América de Natal e empatamos em 1 a 1. Chamei meu auxiliar e disse: olhei as seis primeiras rodadas, e o time não se repetiu, vamos fazer diferente, escolhendo 11 jogadores e indo com eles até o final para tentar subir. O time teve uma reação muito grande, chegamos de lanterna a figurar no G4”, relembra.
Foi quando as coisas saíram do controle de Fajardo. Por fatores extracampo ligados ao compromisso firmado entre direção e atletas, ficou sem dois atletas na equipe principal. “No jogo decisivo, contra o Central de Caruaru, perdemos o (João) Ananias (volante que se transferiu para o Altos-PI, da Série C) e o (zagueiro) Marlon (que foi para a Jacuipense-BA, da Série C), titulares entre os que escolhemos, por força contratual. Eles tinham uma cláusula no acordo com o Treze que, caso aparecesse uma proposta da Série C ou da Série B, o clube tinha que liberá-los. Assim, o empresário tirou os atletas, fomos jogar, estando invictos até então, e perdemos mesmo para o último colocado. Ficou a lição, para nós e a diretoria, de evitar aceitar termos como esses.”
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: divulgação/URT; e InterMédio Sports