A história se repete quase sempre em Juiz de Fora: Um atleta local consegue grandes resultados, se classifica para competições internacionais e então começa uma corrida paralela à da rotina de treinos para poder viabilizar a viagem e representar a cidade e o país fora de suas fronteiras.
Este é o caso do triatleta paralímpico Fabrício Húngaro Jobim. O esportista foi convocado pela Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri) para participar do Campeonato Panamericano de Paratriathlon, no dia 13 de março, na cidade de Sarasota, na Flórida, costa leste dos Estados Unidos.
A entidade não cobre os custos da viagem do esportista da equipe VidAtiva, de Juiz de Fora. Assim, para realizar o sonho de competir fora do Brasil, Fabrício que é destaque do esporte juiz-forano há vários anos, tendo recebido o Mérito Esportivo Panathlon em 2019, tem que se virar.
Alternativas
Além de buscar apoio direto, apresentando seu currículo, conquistas e metas a empresários da cidade, Fabrício também busca alternativas. Uma delas foi iniciar uma vaquinha online para doações de valores por quem se interessar em apoiar o competidor de Juiz de Fora.
“Fui convocado porque fui vice campeão no Campeonato Brasileiro de Paratriatlhon, em 2021. Estamos buscando patrocínio para colocar no macaquinho de competição ou colocar na camisa que estamos fazendo para vender também. Montamos um link no Vakinha para as pessoas poder ajudar também, com divulgação no Instagram e Facebook“, conta o triatleta.
O atleta juiz-forano tem uma meta a atingir, que pode ser considerada dobrada, já que por conta da deficiência visual, viaja e compete com o guia, amigo e treinador Lucas Leite. “O custo está mais ou menos de R$ 15 mil a R$ 18 mil por causa da variação da passagem, dependendo de quando a gente for comprar”, conta. “A arrecadação é para a viagem de Juiz de Fora para o Rio e, de lá, para os Estados Unidos. Tem também aluguel de carro, pois a minha bike é muito grande e não dá em qualquer veículo; Hospedagem e alimentação tanto pra mim e meu guia”, completa.
Planos e prazos
A ideia de Fabrício é chegar antes a Sarasota para pelo menos ter a chance de fazer um treinamentos no local do Pan de Paratriathlon. “O planejamento é chegar lá na quinta na parte da manhã e fazer um treino no final da tarde. Na sexta, ir no local da prova para reconhecer e treino e os equipamentos serem avaliados pela organização. Sábado descanso, e domingo é a prova.”
Como já estamos em fevereiro, os prazos para o triatleta juiz-forano conseguir levantar o montante que precisa estão ficando apertados. “Tenho um prazo até semana que vem pra mandar fazer o uniforme. Demora 23 dias pra ficar pronto. A confederação já solicitou minha inscrição e tenho até o dia 18 para confirmar. Só depende do valor para eu viajar. Se arrumar um patrocínio para pagar o custo da passagem, aí já compro e, com a ajuda da vaquinha, vamos cobrindo os outros custos”, acredita.
Treinos em dia
Paralelamente à corrida pelo objetivo de financiar a ida aos Estados Unidos para competir, Fabrício, que é funcionário do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação Caed) da Universidade Federal de Juiz de Fora, continua firme nos treinos. Mesmo tendo que conciliá-los na rotina de agenda apertada.
“Eu já estava em treinamento para as competições desse ano, e a convocação pegou eu e meu guia Lucas leite e o treinador Hugo Amaral de surpresa. Os meus treinos agora estão mais intensos. Começam às 6h com dois treinos de spinning com natação ou com corrida até às 8h30. Aí vou para o meu trabalho. Volto às 19h para outro treino. Isso de segunda a sexta. Sábado e domingo são treinos só na parte da manhã”, conta.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: arquivo pessoal; Toque de Bola; e Lucas Leite/divulgação/Vidativa