O técnico da Seleção Feminina de Vôlei, José Roberto Guimarães, e Thaísa, eleita a melhor jogadora e central do último Grand Prix, foram alguns dos destaques do lançamento da Superliga Masculina e Feminina, que ocorreu na última quinta-feira, 5, em São Paulo. Em entrevista exclusiva ao Toque de Bola, eles destacaram o nono título na competição e a projeção para os próximos torneios.
Toque de Bola: Independente da competição, ganhar todos os jogos da fase final por 3 sets a 0 é muito difícil. Qual foi o segredo para esses resultados, a concentração?
Thaísa: A gente estava muito concentrada mesmo, com foco total. Acho que foi a fase final mais equilibrada e difícil que já disputamos. Talvez, essa mentalidade tenha feito com que a equipe entrasse muito séria, muito focada e também estudasse muito os outros times. Isso pode ter favorecido a Seleção nos jogos mais tranquilos.
José Roberto Guimarães: Foi surpreendente porque eu não esperava, nem nos meus melhores sonhos, que nós conseguiríamos ganhar de 3 a 0 das seleções que encontramos. O primeiro jogo, contra os Estados Unidos, foi de muita apreensão porque a gente vinha perdendo deles há alguns anos, no Mundial e no Grand Prix. Felizmente, conseguimos ganhar e, com isso, demos um passo importante para jogos seguintes.
Toque de Bola: Como é que vocês, jogadoras, vêem o fato de algumas equipes tentarem surpreender, às vezes, até deixando o time principal fora da partida como foi o caso da China? Como é o comportamento da Seleção em relação a isso, é uma sensação de que o grupo está conseguindo se renovar, usando as mais experientes e as mais novas na hora certa?
Thaísa: Todo mundo está muito pronto e as reservas podem entrar a qualquer momento. Apesar das pessoas pensarem o contrário, esse negócio de jogarem com time reserva é complicado porque sempre estudamos muito e traçamos estratégias específicas para cada equipe adversária. Mas, no caso da China, a gente soube se encaixar aos poucos e ganhar a partida. Isso foi muito importante e positivo para nós.
Toque de Bola: Em relação ao título do Grand Prix, existe algum assunto que não foi destacado ainda?
José Roberto Guimarães: Não. Para mim, o destaque é o ciclo. Vai ser um ciclo extremamente difícil, onde a gente vai ver todas as seleções do mundo e o surgir de novas jogadoras , como é o caso da China e da Itália. A equipe da Sérvia, que é muito boa, é a mesma que jogou as Olimpíadas de Londres e as quatro atletas que se machucaram já estão em totais condições de jogo. A Bulgária, que foi para quem a gente perdeu na fase de classificação do Grand Prix, é uma ótima seleção também. Então, vamos ter a oportunidade de medir forças contra as melhores seleções do mundo já no ano que vem, no Campeonato Mundial.
Thaísa: Muitas meninas estão começando agora e é superbacana começar com vitória, mas a gente precisa manter o pé no chão porque vão vir muitas dificuldades pela frente, tem seleções muito fortes. A premiação individual e ganhar de todo mundo de 3 a 0 não significa que não vamos ter dificuldades. Temos que treinar e focar bastante para formar um time cada vez mais coeso.
Gabi e Fabi: a tradução de renovação e experiência
Outro registro feito pelo Toque de Bola foi com dupla Gabriela, revelação da equipe, e a experiente líbero Fabi. As duas analisaram o entrosamento entre as atletas mais antigas e as mais novas.
Para Gabi, revelação do Rio de Janeiro e grande promessa da nova geração de José Roberto Guimarães, o início da caminhada com a camisa amarelinha não poderia ser melhor.
“Não só eu, como muitas outras meninas que apareceram agora na Seleção nos tornamos símbolos dessa renovação. É o caso da Monique, Michelle, Pri Daroit. O José Roberto Guimarães falou muito que esse renovação era uma coisa inevitável, que aconteceria com o decorrer dos anos. A gente fica feliz de verdade com essa possibilidade que estamos tendo. Foi uma etapa muito boa, estou muito feliz de ter conseguido esse meu primeiro título com a Seleção Brasileira, já ter participado como titular na minha primeira participação”, disse a jovem de 19 anos.
Do outro lado, a experiente líbero Fabi, com caminho dourado dentro da Seleção Brasileira, comemora o fato de poder estar acompanhando todo o processo de renovação do voleibol feminino no país.
“Foi um título muito importante para a Seleção, principalmente nesse ano pós-Olímpico, quando estamos passando por um processo de renovação. É um ano, geralmente, de muitas dúvidas, mas conseguimos começar bem. Eu já tenho quase 11 anos de Seleção, fico feliz não só pelo título, mas por poder estar vendo o surgimento de novas atletas, ver o nosso voleibol em boas mãos”, destacou.
Observação: o Toque de Bola foi o único veículo de comunicação de Juiz de Fora e região presente no evento de lançamento da Superliga Masculina e Feminina de Vôlei 2013/14
Igor Rodrigues liked this on Facebook.
Exclusivo:José Roberto, Thaísa, Gabi, Fabi e os bastidores do Grand Prix: Entrevista exclusiva com o técnico da… http://t.co/5sLLhLgRqm