Juiz de Fora (MG), 3 de fevereiro de 2011
Após empatar em 1 a 1 com o Villa Nova, o Tupi terminou a primeira rodada do Campeonato Mineiro ocupando a quinta posição na classificação geral. Mas, na disputa travada nas arquibancadas, o Carijó não começou bem. O público de 1.733 pagantes que compareceu ao Estádio Municipal Radialista Mário Helênio no último sábado, 29, foi o pior registrado entre as seis partidas da rodada inicial e gerou renda de R$ 11.798. O montante arrecadado em Juiz de Fora não foi nem mesmo suficiente para cobrir os custos da partida. Após o jogo, o Tupi teve que desembolsar R$ 1.282,48.
Entenda a conta
Foram vendidos 525 ingressos de arquibancada a R$ 12, totalizando R$ 6.300. O número de torcedores que pagaram meia entrada (R$ 6) foi de 858, que somados contribuíram com R$ 5.148. Houve ainda a venda de 350 ingressos a R$ 1 – bilhetes enviados pela Federação Mineira de Futebol para serem repassados a empresas patrocinadoras -, totalizando R$ 350. Somando as receitas, chega-se à renda de R$ 11.798.
As despesas que o clube tem que arcar quando disputa a 1ª Divisão do Campeonato Mineiro são divididas em três partes. Na primeira, chamada de B1, o Tupi pagou R$ 2 mil de remuneração para o quadro móvel da Federação Mineira de Futebol (FMF) e mais R$ 400 que correspondem a taxa de 20% sobre a remuneração do quadro móvel para o pagamento do INSS, totalizando R$ 2.400.
Na B2, consta o pagamento de 8,5% da renda do jogo à FMF, o que corresponde a R$ 1002,83. À Liga de Futebol de Juiz de Fora foi pago 1,5% da arrecadação – R$ 176,97, e ainda 277,28 do Seguro Torcedor. As três taxas da B2 totalizam R$ 1.457,08.
Na B3, a despesa é ainda maior. Foram recolhidos 5% sobre a receita bruta: R$ 589,90. As despesas para a confecção dos talões de ingressos (70) somaram R$ 332,50. Com a taxa de participação do Campeonato Mineiro, que inclui as despesas com os profissionais da arbitragem, o Tupi desembolsou R$ 7.201, e, com diárias e transporte das autoridades, mais R$ 1.100. Ao todo, a B3 atingiu a cifra de R$ 9.223,40.
O somatório das três parcelas totalizou R$ 13.080,48, valor R$ 1.282,48 maior que a renda obtida com a venda de ingressos para o jogo entre Tupi e Villa Nova. Segundo o Boletim Financeiro do Jogo, disponível no site da FMF, o valor foi pago após a partida.
Diretoria pessimista
Segundo vice-presidente do Tupi, José Roberto Maranhas, a situação não deve mudar muito até o final da competição. “O público está muito baixo. No ano passado, acho que pelo menos três partidas deram déficit. Os custos são muito altos. Tem as despesas com os testes de dopagem, sem falar na arbitragem, que a cada ano aumenta mais. Fora as despesas que não entram no borderô. Para não ter prejuízo, o ideal é um público mínimo de 2.500 torcedores”, avaliou Maranhas.
Em relação ao dia e horário escolhidos pelo Tupi para mandar seus jogos em Juiz de Fora, sábado à tarde, o vice-presidente acredita que a arrecadação seria ainda pior se os jogos passassem para o domingo. “Domingo é pior porque tem muitas opções na TV, sem falar que é o dia em que as famílias se reúnem. Mas, se fossem no sábado, às 18h, seria melhor. Daria tempo para o pessoal do comércio que fecha mais tarde ir ao jogo”, expôs.
Para Maranhas, nem mesmo se o Tupi conseguir uma sequência de vitórias o panorama na arquibancada do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio deve sofrer alteração: “Em 2010, aconteceu isso e não adiantou nada. Nas quatro primeiras rodadas, ganhamos três partidas e perdemos para o Atlético, em Belo Horizonte, em um jogo duríssimo. Mesmo assim o público foi o mesmo. Somente no ano de 2008 tivemos uma participação maior dos torcedores. Para isso acontecer, precisamos ter apoio intenso da TV e da Prefeitura.”
Apelo para jogo da quarta de cinzas
Quanto ao jogo contra o Cruzeiro, marcado para 9 de março, quarta-feira de cinzas, em Juiz de Fora, Maranhas relatou que a diretoria do Tupi está fazendo de tudo para tentar mudar a data, uma vez que a partida contra a Raposa é uma das poucas que o Carijó poderá sair de campo com dinheiro na conta. “Vamos tentar alterar a data de todas as maneiras. Nesse dia e horário e com transmissão de TV aberta, não conseguimos colocar três mil torcedores no estádio. Por outro lado, se a partida for realizada em outro dia, talvez sete mil pessoas compareçam. Ou seja, esse é o jogo que ganharíamos dinheiro”, comentou.
O maior público do último final de semana foi registrado em Varginha, no mesmo sábado, no empate em 1 a 1 entre América e Uberaba, partida assistida por 6.286 pagantes, com renda de R$ 53.060.
Em Poços de Caldas
Na abertura da segunda rodada, nesta quarta, 2, em Poços de Caldas, apenas 1.355 torcedores pagaram ingresso na partida Caldense 0x2 América da capital.
Texto: Thiago Stephan
Na minha opinião o que falta ao Tupi não é o apoio do torcedor, isso ele tem. É claro que o torcedor só comparece ao jogo quando o seu time vem numa sequência de jogos.E de preferênncia com vitórias. O que falta ao Tupi é a participação da classe empresarial no patrocínio do clube.Um apoio maior da cidade. Uma política agressiva de marketing e divulgação:venda de seus produtos – camisas, bonés, chaveiros e outras peças do clube.