Exclusivo! Tinoco, novo treinador do Tupi, mostra confiança: “Teremos uma equipe muito forte”

Flávio Tinoco, novo treinador do Tupi, falou com exclusividade ao Toque de Bola

Quem é o novo treinador do Tupi? Quais clubes defendeu, em campo ou atuando na Comissão Técnica? O que ele pensa, por exemplo, sobre esquemas táticos, jogadores experientes ou pratas da casa e formação de elenco?

Anunciado no dia 13 de dezembro como o técnico da equipe para o Módulo 2 do futebol mineiro em 2023, Flávio de Lira Tinoco, 41 anos, conversou com o Portal Toque de Bola nesta quinta-feira, dia 5 de janeiro (a apresentação do elenco está prevista para a segunda quinzena de fevereiro e a competição começa em abril).

O ex-zagueiro, formado nas divisões de base do Fluminense, conta  também quais técnicos ao longo de sua carreira de atleta mais o influenciaram, comenta o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo e cita suas experiências como treinador, função para a qual se preparou e se planejou para exercer ainda quando era jogador profissional.

Currículo de atleta

Conforme divulgado em seu currículo, Flávio Tinoco foi formado nas divisões de base do Fluminense e, considerando também o período já como profissional, ficou no Flu de 1993 a 2005. Esteve na seleção brasileira sub-20 em 2000 e 2001. O currículo ainda informa suas passagens, como jogador, no Brasiliense, em 2005/06, pelo Duque de Caxias (RJ), de 2007 a 2010, no Paysandu (PA), em 2011. Também no material de divulgação, há passagens por mais três clubes: América (RJ), em 2003, Olaria (RJ), em 2009, e Treze (PB), em 2011.

Currículo de treinador

Tinoco foi auxiliar técnico do Duque de Caxias em 2013, esteve na Comissão Técnica do América (RJ) em 2014, foi treinador do Duque de Caxias em 2020-22 (o currículo informa um terceiro e um quarto lugar na Série B 1 do Rio pelo clube), dirigiu o Sampaio Corrêa Futebol Esporte (RJ) em 2021 (constando dois terceiros lugares por este clube –  na seletiva da Série A e no primeiro turno da Série B1, ambos disputados no estado do Rio de Janeiro. No Americano, de Campos (RJ), a passagem ocorreu em 2021-22, com a informação de um terceiro lugar na Copa Rio.

Formado em Educação Física na universidade Unigranrio, com licenciatura e bacharelado.

Tem o curso de licença B da CBF Academy Brasil em 2019.

Conquistas

Como atleta e treinador, as conquistas de Tinoco que constam no currículo são as seguintes: campeão pelo Fluminense nas divisões de base e nos profissionais; na base, título pela seleção sub-20 em torneio na China; títulos por Brasiliense, Paysandu e Treze, e acessos defendendo as cores de Goiânia, Duque de Caxias e Olaria.

Fala, Tinoco!

Confira como foi este papo com o comandante carijó que demonstra entusiasmo e garante que trabalho não irá faltar para reconduzir o Tupi à primeira divisão do futebol mineiro.

 Como surgiu o interesse em se tornar treinador? Já era uma situação que pensava ou surgiu sem estar muito planejado?

  “Me planejei para ser treinador ainda quando era atleta. E logo ingressei na faculdade fazendo licenciatura e bacharelado em Educação Física.”

  Destas passagens pelos clubes do Rio, o que pode destacar?

 “Tenho quase três anos como treinador e nos destacamos no Rio de Janeiro formando equipes consistentes, competitivas e que valorizam a posse de bola. Chegamos em todas as fases decisivas nesses anos, um acesso com o Duque (de Caxias) em 2020 da Série B1 para a A2 e duas finais, perdemos uma nos pênaltis e uma empatamos e a vantagem era do adversário.”

Como surgiram a possibilidade e o convite para vir treinar o Tupi?

“O convite para o Tupi veio do Esquerdinha (nota da redação: no Tupi, Esquerdinha foi jogador e hoje é o Diretor de Futebol), que foi meu companheiro ainda como atleta no Fluminense e também foi meu atleta como treinador e conhece bem nosso trabalho.”

Como o senhor vê a questão do esquema tático das equipes que dirige? Já adiantou que procuram valorizar a posse de bola. Pode falar um pouco mais sobre isso?

“Costumamos variar muito nosso sistema tático. Gosto de mudar o sistema sem precisar trocar atletas. Então treinamos muito essas variações para os atletas automatizarem. E respeitamos as características dos atletas que nos empurram sempre para uma formação tática com mais ênfase.”

Como está pensando, junto à diretoria, sobre a formação do elenco do Tupi para o Módulo 2? Acredita que possa trazer peças com as quais trabalhou nas equipes fluminenses (considerando as limitações financeiras sempre enfatizadas pelo Tupi)?

“Nós fizemos um mapeamento bem aprofundado do nosso mercado e o que posso garantir até o momento é que teremos uma equipe muito forte dadas as limitações financeiras. Ainda não posso adiantar nomes.”

É comum nos últimos times formados por Tupi e outras equipes do Módulo 2 Mineiro contar com alguns jogadores mais veteranos, com idade até já mais avançada, em busca de um equilíbrio com peças mais jovens do elenco. Também era este de alguma forma o cenário nas equipes que dirigiu recentemente?

“Sempre buscamos mesclar a experiência com a juventude. Mas eu gosto de oportunizar atletas oriundos da base e que possuem identidade com o clube.”

Dos treinadores com os quais trabalhou quando foi atleta, com qual ou quais deles aprendeu mais, ou admirou mesmo pela forma de trabalhar?

“Eu filtrei muitas coisas de todos que tive a oportunidade de trabalhar,  Ricardo Gomes, Osvaldo Oliveira,  Espinoza,  Joel Santana,  Marcos Paquetá, Parreira,   Renato Gaúcho,  etc… Todos contribuíram de alguma forma no ganho de conhecimento.”

Sobre a Copa do Mundo, em relação a esquemas táticos ou outras situações observadas, o que mais chamou sua atenção dos jogos que viu?

“Destaco a Argentina que soube jogar de várias formas. Foi reativa contra a Croácia explorando a velocidade no contra ataque. Propôs o jogo contra a França no primeiro tempo de forma surpreendente. A Copa mostrou pouco pra gente que vem estudando o avanço tático nos últimos anos. Não teve algo que possamos pontuar como novidade.”

E a seleção brasileira na Copa, qual o balanço que faz? Quem considera que seria bom nome para treinador?

“Nunca é legal julgar trabalho de outros profissionais, posso dizer que esperava mais conteúdo tático da seleção, principalmente quando perdeu alguns atletas por lesão. Para mim o treinador da seleção deveria ser o Fernando Diniz.”

 

Texto: Ivan Elias – Toque de Bola

Fotos: Arquivo Pessoal/Divulgação/assessorias dos clubes

 

 

Ivan Elias

Ivan Elias, associado do Panathlon Club de Juiz de Fora, é jornalista, formado em Comunicação Social pela UFJF. Trabalhou por mais de 11 anos no Sistema Solar de Comunicação (Rádio Solar e jornal Tribuna de Minas), em Juiz de Fora. Participou de centenas de transmissões esportivas ao vivo (futebol, vôlei, etc). Apresentou diversos programas de esporte e de humor, incluindo a criação de personagens. Já foi freelancer da Folha de S. Paulo, atuou como produtor de matérias de TV e em 2007 e 2008 “defendeu” o Tupi, na Bancada Democrática do Alterosa Esporte, da TV Alterosa (SBT-Minas). Criou, em 2010, ao lado de Mônica Valentim, o então blog Toque de Bola que hoje é Portal, aplicativo, Spotify, Canal no Youtube e está no Twitter, Instagram e Facebook, formando a maior vitrine de exposição do esporte local É filiado à Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) e Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace).

Este post tem um comentário

  1. Célio Luiz de Almeida

    Parei de ler quando diz: “dadas as limitações financeiras não posso adiantar detalhes”
    Traduzindo: time vai ser uma bosta com o menor orçamento do campeonato

Deixe seu comentário