Especial: Tupi rumo à Série C. Parte I – formação do elenco e preparação

Juiz de Fora, 31 de outubro

O caminho do Tupi até a conquista da vaga da Série C foi bastante turbulento, principalmente por questões extra-campo, já que dentro das quatro linhas a equipe não se envolveu em nenhuma confusão, sempre vencendo seus adversários na bola. A primeira dificuldade foi garantir a participação na Série C. Depois veio a definição do grupo, quando ficou estabelecido que o Carijó enfrentaria clubes das regiões Centro-Oeste e Norte, como se Juiz de Fora estivesse no Triângulo Mineiro. Longas distâncias foram superadas e o Tupi garantiu a classificação, mas teve que esperar quase um mês sem partidas oficiais em função de disputa judicial entre Anapolina, Itumbiara e Tocantinópolis. O que poderia ser um empecilho para a equipe juiz-forana acabou ajudando. Com a paralisação, foi possível recuperar o atacante Ademílson, com problemas no joelho direito. O jogador seria decisivo para a classificação histórica.

A vaga na Série D

O Tupi terminou na sexta colocação do Campeonato Mineiro 2011, atrás de Cruzeiro, Atlético, América, América (T.O.) e Villa Nova. Eram duas as vagas para a Série D destinadas a Minas Gerais, que seriam do Villa e América (T.O.). Entretanto, a equipe do Vale do Mucuri desistiu da competição nacional. Mas, para que a vaga fosse dada ao Tupi, o América (T.O.) deveria enviar uma carta à Federação Mineira de Futebol confirmando a desistência. Enquanto isso, o Uberaba fazia lobby para ficar com a vaga. Representante do clube do Triângulo Mineiro foi à CBF acompanhado de deputado para tentar a participação. Não teve jeito: a vaga ficou com a equipe de Juiz de Fora. Mas qual não foi a surpresa ao ver o Tupi em um grupo com equipes das regiões Centro-Oeste e Norte: Itumbiara (GO), Anapolina (GO), Gama (DF) e Tocantinópolis (T.O.), que substituiu o Gurupi (TO). Carijó teria pela frente longas quilometragens a percorrer. Contra o Tocantinópolis, uma viagem surreal: ônibus até o Rio de Janeiro, voo até Imperatriz (MA), ônibus até Tocantinópolis e, por último, balsa.

A chegada do comandante

Ricardo Drubscky: o treinador do Tupi no acesso à Série C do Brasileirão

O início da preparação carijó coincide com a chegada do técnico Ricardo Drubscky. O novo treinador foi anunciado em primeira mão pelo Toque de Bola em matéria publicada no dia 31 de maio. A apresentação ocorreu no dia 6 de junho. No vestiário do Carijó, Drubscky garantiu que seu objetivo seria subir para a Série C do Brasileirão. Diante deles, apenas 13 jogadores, alguns juniores. Seis deles teriam participação destacada na campanha carijó: Rodrigo, Michel, Marcel, Cassiano, Sílvio, e Vitinho. Outra contratação importante nos bastidores: o jornalista Aílton Alves foi anunciado como assessor de imprensa do clube.

Faltavam 40 dias para o início da competição. Em entrevista coletiva à imprensa naquele mesmo dia, o treinador disse que esperava montar “uma equipe ofensiva, organizada, competitiva, séria, com objetivos a alcançar nos jogos e na competição”. Clique aqui e confira a matéria da apresentação do técnico.

Reforços começam a chegar

No dia seguinte à apresentação do técnico, três reforços foram anunciados. Augusto (meia) e Francis (atacante) vieram do Monte Azul (SP), e Nando do América (MG). O volante Assis, que disputou o Campeonato Mineiro pelo Tupi, também acertou com o clube. O Tupi começa a formar sua espinha dorsal. Clique aqui e leia a matéria 

O retorno de um ídolo

Ademílson retornou prometendo acesso e título

Ademílson, um dos jogadores mais queridos pela torcida do Tupi, retornou ao time. O jogador, decisivo para a classificação à Série C, rescindiu contrato com o Uberlândia e voltou prometendo “fazer melhor ainda do que já fiz pelo Galo, para cravar de vez meu nome na história Carijó”. Dito e feito. Leia mais.

Na sequência, mais quatro reforços são incorporados ao elenco do Tupi: os laterais Felipe Cordeiro e Henrique (ele viraria meia e atacante com Drubscky), o zagueiro Alisson e o volante Marquinho. Clique aqui e leia mais.

Em 17 de junho, foram anunciados novos reforços, entre eles o meia Luciano Ratinho. Com passagens por grandes clubes do futebol brasileiro, chegou com a responsabilidade de ser o cérebro carijó. O volante Denílson chegaria mais tarde. Clique aqui.

Preparação

Com o elenco praticamente formado, o Carijó iniciou uma sequência de amistosos para dar maior entrosamento à equipe. Em 18 de junho, derrotou o América, de Três Rios, por 2 a 0. Ademílson e Augusto marcaram. Mais informações.

No dia 23 de junho, o Galo foi a Coronel Pacheco enfrentar selecionado local e conquistou nova vitória: 4 a 2. Ademílson, Nando, Henrique e Francis marcaram os gols do Tupi. Após a partida, o técnico Ricardo Drubscky destacou a evolução da equipe, que jogou coletivamente. Confira como foi esse amistoso.

Em 1º de julho, o Tupi foi a Belo Horizonte realizar jogo-treino contra o Atlético. Drubscky começava a desenhar o time que conquistaria o acesso para a Série C do Brasileirão.

Em 9 de julho, o adversário foi a Seleção Brasileira Sub-20, que venceu o desafio na Granja Comary por 2 a 0, com gols de Alan Patrick e Diego Maurício. De acordo com o assessor de imprensa do Tupi, o resultado não refletiu o que as duas equipes apresentaram em campo. Apesar da derrota, Ricardo Drubscky elogiou a evolução da equipe em relação ao duelo contra o Atlético. 

Na tarde do dia 15 de julho, uma sexta-feira, Ricardo Drubscky comandou coletivo apronto, no Estádio Municipal, para a estreia na Série D, contra o Itumbiara. O time ainda não estava definido: Ademílson e Felipe Cordeiro eram as principais dúvidas. Após 950 km de viagem em ônibus, o Carijó realizou um rachão na véspera da estreia. A histórica campanha na Série D estava prestes a começar. Mas esse é outro capítulo, que você poderá ler em breve no Toque de Bola.

Texto e edição: Thiago Stephan

Arquivo: Toque de Bola 

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