Entrevista: Zico, orgulho e sorriso de quem honrou para sempre uma famosa camisa 10

Simples, solícito, sorridente e sem rodeios. Este foi o Zico que se apresentou no final da manhã de sábado, 16, para a entrevista coletiva ao lado de Leo Beire, diretor do Centro de Futebol Zico, momentos antes da implacável goleada (7 a 0) sobre a seleção Master de Juiz de Fora, gols do próprio Zico, seu filho Bruno, além de Petkovic(2) Cláudio Adão (2) e Beto.

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Cada veículo de comunicação fez uma pergunta. Entre os temas abordados, estavam: a manchete de quase todo dia “Procura-se camisa 10 no Flamengo”, a seleção brasileira – mal convocada para a Copa do Mundo, segundo ele, o tão reclamado amor à camisa, a violência no futebol e as lembranças mais marcantes do já histórico Fla-Flu de 25 anos atrás, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em que Zico marcou, de falta, um dos cinco gols na vitória sobre o Flu em sua última partida oficial pelo clube rubro-negro.

Em homenagem às diversas gerações que reverenciaram um craque que marcou época no Flamengo e no futebol brasileiro, o Toque de Bola traz a íntegra da entrevista coletiva.

Ao lado de Leo Beire, diretor do centro de Futebol que leva seu nome, Galinho de Quintino diz que jogar no final de semana foi uma exceção que abriu para a cidade
Ao lado de Leo Beire, diretor do centro de Futebol que leva seu nome, Galinho de Quintino diz que jogar no final de semana foi uma exceção que abriu para a cidade

      Juiz de Fora foi exceção

Estar aqui ao lado do meu parceiro Léo é muito bacana. Ele que é um amigo do Centro de Futebol Zico e quando me procurou lá no Rio para fazer esse tipo de evento, é lógico que estamos rodando o Brasil inteiro com o nosso projeto da escola Zico 10, e eventos assim, diferentes, a gente sabe das dificuldades. Geralmente fazemos esses jogos no meio de semana, mas a gente abriu essa exceção para o Léo, sabendo o que representa tudo isso, saber o que representa Juiz de Fora na minha vida, poder voltar aqui ao lado de grandes companheiros, ex-companheiros, adversário e pessoas que marcaram o futebol. A gente espera que seja um grande evento, que possa correr tudo bem, e que a gente possa reviver, não com tanta intensidade como foi aquele dia (em 2 de dezembro de 1989), porque foi para uns um dia de alegria, para outros de tristeza, mas eu já estava bem preparado na minha cabeça com o encerramento da minha carreira como profissional fazendo meu último jogo pelo Flamengo, procurando finalizar a carreira que eu escolhi há tantos anos atrás. Então, estamos aqui de novo e espero fazer um grande evento.

 

No campo hoje você vai jogar ao lado do Petkovic, vai deixar ele cobrar uma falta?

Deixo, claro que deixo. Não bato falta, nem pênalti há muito tempo. (Nota da redação: no segundo tempo do amistoso, em Juiz de Fora, Zico e Pet estavam juntos para uma cobrança de falta, e o Galinho de Quintino cobrou, para grande defesa do goleiro Nelson, que entrara na vaga de Zé Luís). Agora é só me divertir um pouco ao lado desse pessoal, Pet, Tita, Adão, Júnior Baiano, Djair, Valber, Ailton, Athirson, Maurinho, quer dizer, é uma turma grande, meus filhos também. A gente se diverte quando faz esse tipo de jogo, quinta-feira mesmo, jogamos lá em Sobral contra o pessoal do Sindicato lá do Ceará, estava o Angelim, Pechara, Clodoaldo, Sérgio Alves. Então é gostoso a gente reviver esses momentos. O pessoal que vai ao estádio fica feliz, é um jogo sem pancadaria, jogo que todo mundo curte, e estar ao lado desses nomes é sempre gratificante, muito bom, e acho que para eles deve ser bom também.

 

Clubes do interior e o calendário do futebol brasileiro:

   A gente está feliz porque o Tupi conseguiu passar na Copa do Brasil, acho que isso é bom. É lógico que as equipes do interior têm dificuldades, principalmente pela parte financeira, mas não é só com isso que se ganha. É questão de montar um plantel bom, uma geração boa, e às vezes tudo encaixa, tudo funciona. Nós já tivemos aqui em Minas equipes menores que superaram os grandes. Este ano mesmo a Caldense esteve na final. Com um trabalho sério, determinado, de respeito e com disciplina, você consegue resultados. Hoje o futebol está bem nivelado, o equilíbrio existe então aquele que consegue manter esse equilíbrio do inicio ao fim consegue levar a taça. Quanto ao calendário, eu acho que o calendário do futebol brasileiro hoje é bem mais racional. Quem dera se na minha época fosse assim. Hoje você pode se planejar com tudo, na minha época você não sabia onde ia jogar na semana seguinte, nem contra quem, então era sempre mais complicado. É lógico que evoluindo para melhor todo mundo ganha, o torcedor, os clubes, a imprensa, acho que não tem o que reclamar, ainda mais este ano, que aumentaram o período de preparação. Ninguém pode se queixar de que não teve tempo para montar uma equipe.

 

Como é retornar ao gramado em que você fez sua despedida? Passa um filme daquele momento?

Passa. Principalmente porque hoje eu estou com meu neto e naquele dia estava com meus três filhos, minha mulher. Tudo passa, tudo vem à tona, e isso é gostoso, sinal de que foi bom, porque se não fosse, não iria lembrar de nada. (risos)

Zico  durante entrevista coletiva momentos antes do amistoso em Juiz de Fora: sem rodeios
Zico durante entrevista coletiva momentos antes do amistoso em Juiz de Fora: sem rodeios

Gostaria que você falasse sobre os bastidores daquele jogo há 25 anos atrás e sobre a eterna manchete: “Flamengo busca um camisa 10”

(Risos) Eu acho o seguinte: eu já tinha me preparado para aquele jogo, minha cabeça estava boa, mas sempre você fica pensando muito naquilo. Naquele dia eu realizei uma competição, já vinha realizando competições de crianças lá do meu time, o Nova Geração, onde meus filhos e filhos dos meus amigos jogavam, e aquele dia era a entrega dos prêmios porque o Nova Geração foi campeão e era o jogo da entrega das taças e era contra a seleção do campeonato lá no Rio. Eu fiz esse jogo bem cedo, às 9 horas, e fizemos toda festa e tal, não vim com o time para cá, era o último jogo do campeonato, o Flamengo já estava fora mesmo, já não aspirava mais nada. E eu peguei o carro depois e vim direto, cheguei e já fui entrando no vestiário para ir jogar com meus filhos, foi a primeira vez que isso aconteceu. Então tenho lá no meu centro de futebol uma foto bem bacana, então isso foi bom porque me relaxou um pouco, não teve tensão e tudo deu certo. O homem lá de cima me abençoou, deu para fazer um golzinho e terminar minha carreira como jogador profissional do Flamengo. Em relação à despedida, eu já estava preparando tudo para fevereiro, para a festa que aconteceu no ano seguinte. Ali foi mais complicado, estava diante da minha torcida, quase 100 mil no Maracanã, ali foi complicado mesmo dar adeus àquilo tudo. Quanto à questão da camisa 10, é lógico que eu sofri muito disso na Seleção Brasileira, e muitos sofreram, porque quando surgia um jovem todo mundo dizia que era o substituto do Pelé. Rivelino sofreu isso, já consagrado. Quando a gente faz as coisas, não pode estar pensando no que vai acontecer no futuro. Pela minha história no Flamengo, muita gente que vier, todo mundo vai falar isso, pedir um camisa 10. Lógico que a gente torce para que isso aconteça, minha parte já foi feita, agora outros que venham e que façam. Só tem que saber que terão essa cobrança, essa responsabilidade, e jogar no Flamengo já é uma responsabilidade. Já vi casos de jogador jovem, mesmo mais tarimbados, que não queriam colocar a camisa 10, como se isso fosse mais difícil para eles. Se tem esse peso, não foi minha intenção, vesti com toda a satisfação, com todo respeito ao meu clube de coração e hoje sou feliz por ter contribuído com a história do meu clube.

 

Em 2013, você anunciou que não jogaria mais jogos festivos. O que o fez mudar de ideia?

Ademir da Guia. Meu filho levou o Ademir da Guia com 72 anos. Ele não fez seis cirurgias como eu, né? Todo mundo pede, todo mundo fala, eu gosto de jogar futebol, bato minhas peladas toda quarta-feira, então vou jogando até onde der. Os médicos estão ficando loucos, querem botar prótese e eu digo: vou jogando, não estou sentindo dor, está tudo bem. Então vamos jogando até onde der. (risos)

 

Qual feito no futebol você mais se orgulha e o que você mudaria se pudesse?

O que mais me orgulho é ter jogado com a camisa 10 do Flamengo. Esse era meu maior sonho de criança e Deus foi generoso comigo, me deu logo de cara. Quem é torcedor do Flamengo imagina que seja isso, e eu sou de uma família de rubro-negros, meu pai, todo mundo. O cachorro era Mengo, Mengão, Menguinho. Papagaio era Louro e tinha que ter uma coisa vermelha, se não ele pintava. Cardeal era preto e tinha um negócio preto e vermelho. Todos os filhos que nasciam, ele dava o uniforme completo. Então era paixão desenfreada e nós fomos criados nesse meio, e quando estava começando a falar, o Flamengo tinha sido tricampeão e o Dida tinha feito quatro gols. Depois de pai e mãe, era Dida, Dida, Dida. Vim a conhecê-lo e tornou-se aquele ídolo e criança sonha em vestir a camisa do ídolo. Cheguei na escolinha do Flamengo e logo vesti a 10, então depois era pegar a 10 do profissional, peguei e pronto. Agora era honrar e fazer o melhor que pudesse. Essa é a coisa que mais me orgulho na carreira.

 

Você acha que no futebol brasileiro faltam jogadores com características de pegar a bola no meio e levar até o ataque?

Faltam. Acho que são poucos no mundo que têm essa característica, esse risco. Não sei se hoje não estão dando essa condição aos jovens, os meninos, de fazer essa jogada individual, e no futebol o drible ser muito pouco utilizado. Uma coisa que me chama atenção é que, apesar dos goleiros terem uma grande envergadura, estejam mais treinados, ninguém tenta driblar o goleiro para fazer o gol. Então é uma coisa que além de eu ter isso natural, também procurava me aprimorar nos treinamentos. Se ele abrisse demais, chutava. Se ele fechasse, procurar driblar ele para marcar o gol. Eu vejo muito pouco isso e essa questão de pegar uma bola no meio e dar uma arrancada. No Brasil, sinceramente, não vejo e lamento, porque a gente vai para o jogo e quer ver esse tipo de jogado. Por isso é gostoso ver o Messi jogar, o Neymar, o Robben, porque são caras que vão para cima, não têm medo de cara feia, e eu acho que por isso que eles fazem a diferença. Claro que existem outros grandes jogadores com características diferentes, como o Cristiano Ronaldo, por exemplo, mas é um velocista, com presença na área muito grande. Mas é diferente, característica diferente de um Messi, como nós tínhamos Maradona, Ronaldinho, o próprio Ronaldo, jogadores que quando olhavam para o zagueiro o cara já ia de correndo de costas porque sabia que iriam levar a bola dentro do gol. É um trunfo muito grande que eu procurava usar, ir para cima dos zagueiros e ficar no mano a mano, então acho que isso falta no futebol brasileiro. Estamos vendo aí muitos camisas 10, mas todos argentinos (risos).

 

Você acha que os jogadores brasileiros vão deixar um legado no nível que você deixou?

Eu acho que tudo é questão de identificação com o futebol brasileiro. Eu saí daqui para jogar fora quando já tinha 30 anos e estava totalmente estabilizado, com tudo conquistado dentro do meu país, é lógico que isso marca bastante. E hoje, lógico que por essa ausência de jogadores com essas características, os pais, avós, eles falam da gente, e os jovens de hoje você fala e eles vão lá conferir na internet e acabam vendo que os pais podem estar aumentando um pouquinho, mas mentindo não (risos). Então eles vão comparando o que está acontecendo hoje, por exemplo, essa comparação Messi x Maradona. Eu acho que a grande diferença do Maradona é a identificação com o futebol argentino. O Maradona foi craque na Argentina, na seleção argentina, nos times argentinos e também lá fora. O Messi, por força da vida, foi só para fora, e na Argentina ele demorou muito a se consagrar. Hoje o torcedor tem um respeito muito grande, mas diferente do que representa o Maradona. E se você pegar os vídeos, o que ele está fazendo hoje, o Maradona já fez há muito tempo, e com uma diferença, com um cara bufando no cangote dele, marcando em cima o tempo todo. Eu acho que a minha identificação é exatamente isso, por ter feito mais coisas aqui, conquistado títulos aqui e não no exterior.

Zico ao lado de um dos netos: Felipe, 7 anos, o mais "velho", tratado pelo avô como "canhotinha de ouro". O final de semana do ídolo é sempre ao lado deles, e às vezes no Maracanã
Zico ao lado de um dos netos: Felipe, 7 anos, o mais “velho”, tratado pelo avô como “canhotinha de ouro”. O final de semana do ídolo é sempre ao lado deles, e às vezes no Maracanã

O que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol, que promove a Taça Libertadores da América) precisa fazer para se aproximar do nível de organização da UEFA (União Europeia de Clubes, que organiza a Liga dos Campeões da Europa)?

Eu não acho que é utópico chegar ao nível da UEFA. Quem gosta de futebol tem que copiar as coisas que são boas para todo mundo. Se tem uma coisa que funciona bem, temos que tentar fazer igual. Entra ano e sai ano e a Conmebol mostra que faltam muitas punições severas. Ano passado tivemos a o caso do Tinga, do Cruzeiro, que não aconteceu nada e estamos vendo outras coisas que não estão punindo. Dentro de campo foi uma coisa terrível de se ver  (na quinta-feira, 14,o clássico entre Boca Juniors e River Plate, na Bombonera, foi interrompido porque torcedores do Boca lançaram gás de pimenta sobre jogadores do River), duas equipes de tradição, um dos maiores clássicos do mundo, e foi uma vergonha mundial. Acho que você pode ter garra, disposição, entrega, mas não pode ter guerra, batalha campal, como vimos nos jogos. Então se a Conmebol não tomar atitudes drásticas contra eles (na noite de sábado, 16,  a entidade anunciou a exclusão do Boca), vai ficar uma mancha no futebol sul-americano e pode sobrar inclusive para uma Copa América complicada. Vemos um exemplo legal da torcida do Corinthians, todo mundo ficou esperando para ver o que aconteceria se fossem eliminados, e não aconteceu nada. Eles respeitaram e apoiaram o time, isso é bacana. Também tivemos lá no Ceará, na Copa do Nordeste, decisão entre Ceará e Bahia, uma festa linda, que nós gostaríamos ver em todo o Brasil. Aí três dias depois, na final do Cearense, aquela guerra campal (depois de Ceará 2 x 2 Fortaleza, houve briga generalizada entre torcedores em pleno gramado). Eu lamento que ainda no Brasil os torcedores não vejam os outros times como adversários, e sim como rivais. Isso é ruim para tudo, porque chega em um momento que você não pode levar sua família aos estádios e isso nos grandes clássicos fica complicado.

 

Como você avalia a dependência da Seleção Brasileira em relação ao Neymar?

É uma geração que infelizmente poucos tiveram uma regularidade dentro da seleção. Acaba que sobra tudo para o Neymar. Nós tivemos grandes nomes na seleção, que eram referência, mas ao lado tinham grandes nomes que davam um suporte bom. E eu acho que hoje essa dependência complica. Acho que até mesmo a seleção argentina, quando ficava na dependência do Messi,  não funcionava. Esse ano já teve um grande grupo em volta dele, sabendo que é preciso chegar lá e mostrar, a Argentina chegou. Acho que temos que tomar isso como exemplo. Não podemos sobrecarregar o Neymar. O Neymar é uma grande força da nossa seleção, vem demonstrando isso a cada jogo, e não tenho dúvidas de que logo logo ele vai estar entre os melhores do mundo, acho que esse ano ele vai concorrer, mas não podemos ficar nessa dependência. Nós temos que ajudá-lo a decidir para gente e isso, infelizmente, não ocorreu, falando até a Copa do Mundo. Jogo amistoso depois de Copa do Mundo eu não conto muito, agora na Copa América que nós vamos ver. Tomara que lá na seleção se encontre um meio de que seja um grupo equilibrado e que não joguem tudo nas costas dele, toda essa responsabilidade de que o Brasil só tomou de sete porque o Neymar não estava em campo. Não é bem assim. O Neymar estava em campo no Barcelona x Santos (final do Mundial Interclubes) e o Santos levou quatro, então não é questão disso. A estrutura tem que funcionar por completo e, lógico, o Neymar um degrau acima.

 

A convocação do Robinho (na última relação anunciada por Dunga) para você foi acertada?

Não discuto muito de convocação não sabe? O cara está lá, ganha para observar, você sempre vai ter suas preferências, eu tenho as minhas. Aí o cara que está lá está com a cabeça a prêmio, ele que vai ser o responsável, então ele tem o direito de convocar quem ele achar. Robinho está em atividade, tem tido boas atuações no Santos, eu particularmente sou fã dele, foi campeão agora, então seleção para mim são sempre os melhores do momento. Acho que um dos grandes erros do Brasil foi isso na Copa do Mundo foi não levar os melhores do momento. Levaram os melhores de um ano atrás, e aí naquele momento, os melhores não estavam melhores, e aí deu no que deu.

 

Está faltando amor à camisa aos jogadores brasileiros?

Eu não posso culpar os jogadores por isso não. Acho que é identificação, é momento. Acho que está faltando os clubes mostrarem que eles têm que ter esse amor ao clube. Tem que dar essas condições e oferecer isso a ele. Acho que essa questão é uma integração, o futebol hoje é trabalho, trabalho que você tem que ter um sustento adequado. Se você está bem ali, se você está feliz, o clube vai conseguir esse rendimento. Agora não pode você estar no clube e ter suas contas para pagar, família para sustentar e a coisa não ser aquilo que você espera, é lógico que vão ocorrer essas mudanças. Não podemos condenar os jogadores por isso, os técnicos por essas mudanças constantes. Os clubes têm que fazer por onde fazer com que o jogador tenha amor pelo clube. Nunca tive um problema ou motivo para querer sair do Flamengo, e mesmo quando saí (no início da década de 80, foi negociado com a Udinese, da Itália) não foi por minha causa, foi uma questão momentânea de lei de passe, que dois anos depois se eu fizesse o contrato iria ficar livre, e aí o presidente achava que o Flamengo tinha que ganhar um dinheiro em cima, e ganhou. Então ele fez tudo para que eu não renovasse, e aí eu não tive outra alternativa que não fosse sair naquele momento.

 

Como está sendo conciliar as funções de técnico na Índia, comentarista na Rádio Globo e no Esporte Interativo e outras atividades?

Técnico na Índia é só no finalzinho do ano (risos). Está tudo tranquilo, estou conciliando bem. Segunda-feira tem o programa à noite na Rádio Globo, que é uma vez só por semana. O Esporte interativo eu só comento os jogos da Champions League, uma vez na semana e participo de um programa semanal. Agora eu vou viajar para fazer a final da Copa da Europa e da Champions, nem esperava que tivéssemos essas viagens. E também o projeto Zico 10, que a gente faz essas viagens, inaugurações, jogos. E finais de semana, sempre dentro de casa. Eu fim de semana não saio de casa, são cinco netos, um esta aí. Dois vão no sábado, os outros vão no domingo, então eu fico em casa. Se não fosse esse jogo aqui, estaria em casa com eles. Minha vida está sendo isso, às vezes vou ao Maracanã e levo eles, tem sido assim minha rotina.

 

Comente sobre o Tupi

Achei legal o quase acesso ano passado. A gente vê um campeonato onde se fizer um trabalho legal você pode chegar. Essa conquista da vaga na Copa do Brasil foi importante, tirando um clube como o Atlético Paranaense. Então o clube precisa continuar se estruturando melhor, recebendo o apoio da cidade, porque às vezes a maior dificuldade é a falta de apoio e a torcida local torcer para outros times do que da cidade. Tomara que o Tupi tenha sucesso na sua caminhada para poder desenvolver o clube e o futebol da cidade.

 

Como é para você jogar para pessoas que o têm como ídolo, mas que sequer viram você atuando?

Por isso que eu estou jogando ainda, só não quero que exijam demais (risos). São 62 anos já, então são os outros que correm e a bola, entendam por esse lado, as arrancadas ficaram para trás, só no youtube.

 

Fotos: Toque de Bola

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