A caminho dos Jogos Olímpicos no Brasil, o juiz-forano Thiagus Petrus concedeu entrevista exclusiva ao Portal Toque de Bola.
Na verdade foram duas entrevistas. Uma via redes sociais. E a outra,em vídeo que disponibilizamos em nossa fanpage.
O vídeo
Agenda
Thiagus conversou pessoalmente com o Toque de Bola. No dia 27, estará em Taubaté, onde vai conduzir a tocha olímpica, a convite dos Correios – quando a tocha passou por Juiz de Fora, ele estava envolvido com as finais da Liga Húngara – ele defende o Mol-Pick da cidade de Szeged, na Hungria.
Torcida de peso
O atleta da seleção brasileira de handebol esteve na sede do Toque de Bola ao lado da namorada, Soraya. Ela será uma das torcedoras especiais da equipe nacional nos Jogos do Rio. mas a turma que vai acompanhar Thiagus Petrus bem de perto, no ginásio, na Olimpíada, é maior. Conta com a mãe Heliete, o irmão Georges e a esposa Flávia, a irmã Janaína e os sobrinhos Davi, Marianna e Lucas.
E olha que bacana! Os colegas dos tempos do handebol da Patrus, como Frederico, Vinícius, Guilherme, Sandro e Thiago, são presenças garantidas na arquibancada.”A gente se encontra e mantém a amizade até hoje”, revela o atleta.
Tabela do handebol brasileiro nos Jogos do Rio
Acesse aqui a tabela completa do handebol brasileiro nos Jogos Olímpicos 2016
Basquete não, futebol sim
Quando perguntamos ao jogador de 1.98m de altura se ele não se aventurou no basquete, em função da altura, ele reveliu que, na época em que começou a jogar handebol no colégio, a altura ainda não era o diferencial. “Foi com 15, 16 anos que comecei a ganhar altura.
Mas no futebol ele já esteve em campo, sim. “Jogava como volante na equipe do Projeto Renascer, na Copa Prefeitura Bahamas de Futebol Amador”, lembra.
O início na escola
Thiagus lembra bem do início da carreira, aos 13 anos, quando começou a jogar handebol por influência dos colegas da turma, na Escola Estadual Patrus de Souza, e também teve uma passagem pelo Olímpico Atlético Clube.
Clube “olímpico”
Thiagus tem um dado em comum com a também juiz-forana Larisssa Martisn de Oliveira. A nadadora, que começou no Clube Bom Pastor, em Juiz de Fora, também decidiu,na adolescência, transferir-se para o Pinheiros, na capital Paulista, a fim de perseguir objetivos maiores no esporte.
O momento
Hoje atuando pelo Mol-Pick Szeged Kézilabdacsapat, da cidade de Szeged, da Hungria, Thiagus tem mis dois anos de contrato por lá. Ele fala sobre o crescimento profissional na Europa, a incerteza sobre as competições nacionais da modalidade, a esperança decorrente de um novo centro de treinamento e o que espera a seleção brasileira na Olimpíada: “Nossos principais adversários são todos”, avalia, citando o retrospecto recente um a um.
A seleção
Convocado para a seleção desde as categorias de base, Thiagus relaciona os principais títulos conquistados por ele com a “amarelinha”: “a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de Toronto 2015, a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de Medellín em 2010 e o título dos jogos Panamericanos de 2016”.
Entrevista
Como recebeu a notícia da convocação?
Recebi a notícia da convocação no último dia de treinamento da seleção. Foi durante a fase preparação, quando ele [treinador Jordi Ribera] anunciou os 14 que iriam disputar os Jogos Olímpicos.
Conte um pouquinho sobre seu início de sua carreira, o interesse pela modalidade e a trajetória até chegar à seleção.
Comecei a jogar aos 13 anos, na Escola Estadual Sebastião Patrus de Souza, em Juiz de Fora. Eu tinha ido para a escola naquele mesmo ano, em 2002. Comecei a jogar porque o pessoal da minha sala jogava. Interessei-me pelo handebol e comecei a praticar. Depois fui para o Pinheiros e fiquei por 5 anos. Foi jogando lá que comecei a ser convocado para as seleções de base.
Joguei no colégio dos 13 aos 15 anos, em Santa Terezinha. Depois fui para o Olímpico (Olímpico Atlético Clube), que tinha handebol antigamente.
Como vê o fato de praticar a modalidade fora do Brasil? É uma demonstração de que por aqui as coisas são mais difíceis para ser valorizado ou natural pelo destaque que foi conquistando ao longo dos anos?
Os campeonatos fora do Brasil são bem mais fortes e as estruturas são bem melhores. Para o jogador brasileiro é mais difícil. Nos últimos dois, três anos é que estão chegando mais, principalmente jovens. Praticar fora do Brasil foi a oportunidade que tive para buscar meus objetivos, meus sonhos. Sei que a Europa é o caminho mais fácil para me ajudar. No Brasil não temos liga forte, equipes de qualidade. É difícil ser profissional de handebol no Brasil. Não tem como dedicar exclusivamente ao esporte, tem que trabalhar fora também. É o que a maioria dos jogadores fazem. Isso é difícil. Todo ano não se sabe quantos times terão na Liga Nacional. A relação é difícil.
Qual a expectativa de resultado nos Jogos Olímpicos? Quem são os principais adversários?
A expectativa é fazer o melhor. Tem que pensar passo a passo. Não adianta pensar lá na frente sem dar um passo. Eu penso na primeira fase. Se já conseguirmos passar de fase será um fato histórico. Primeiro tem que classificar. O Brasil, nas três Olimpíadas que foi, sempre ficou nas últimas posições. O objetivo é, pelo menos, superar os antigos resultados.
Nossos principais adversários são todos. Nossa chave tem Suécia, atual medalha de prata, Polônia, terceiro lugar do mundial, Eslovênia, que tirou a Espanha, time tradicional, Alemanha, atual campeã europeia e Egito, campeão africano de nações. Todos são grandes adversários, que irão deixar as coisas difíceis. Sem contar que no outro grupo tem os ditos favoritos. Dinamarca e França são favoritas em todas as competições que jogam. Não vai ser um campeonato fácil.
Você é otimista sobre o chamado legado olímpico de uma forma geral, para o crescimento do esporte no Brasil, ou é um pouco mais pessimista, como aqueles que acham que pouco tem sido feito de fato para que este legado realmente seja para valer?
Espero utilizar nosso centro de treinamento do handebol, que foi inaugurado, mas na está pronto. Esse seria o melhor legado para o meu esporte. Em relação ao resto do legado olímpico não posso afirmar porque não tenho acompanhado as notícias. Olhando o lado do handebol, se o centro ficar pronto realmente do jeito que foi arquitetado, será o melhor legado olímpico. Será onde todas as seleções irão treinar. Uma espécie de Saquarema (Centro de treinamento das seleções de Vôlei) do handebol.
Preparação
Quase ao final da fase de treinamentos que faz na Dinamarca, a Seleção Masculina de Handebol enfrentou pela segunda vez a equipe da casa, na quarta-feira (20), desta vez em um jogo-treino fechado. O importante teste terminou com placar favorável aos anfitriões: 35 a 31 (19 a 14 no primeiro tempo), mas os brasileiros mais uma vez mantiveram um bom ritmo e, principalmente, conseguiram treinar ações que estão sendo planejadas para os Jogos Olímpicos do Rio.