Prática comum dos times do interior para não sacrificar seus já combalidos cofres com meses extras de salários, o registro de contratos com jogadores às vésperas das competições ganhou contornos de drama no Tupi para a disputa do Módulo 2 do Campeonato Mineiro 2020.
Somado à pré-temporada envolta em mistério e ao clamor da torcida por saber quem irá vestir a camisa alvinegra a partir deste sábado, dia 8, às 15h, quando a bola rolar no Sul de Minas para Pouso Alegre x Tupi, o expediente causou incômodo nos últimos dias. As confirmações ficaram apenas por conta de declarações esporádicas do diretor de futebol do Carijó, Adil Pimenta.
Razão do atraso
Correndo para regularizar os jogadores, os cartolas alvinegros não oficializaram a relação de contratados até o último instante. Procurando saber as causas do atraso na divulgação e no registro dos atletas carijós, o Toque de Bola foi atrás da informação e chegou em duas velhas barreiras do futebol juiz-forano: recursos e dívidas.
Segundo apurou a reportagem do Portal, a diretoria buscou recursos até o último instante para fazer o registro de seus jogadores. Na última semana, ainda não havia assegurado o montante necessário. Isso ficou ainda mais difícil em 2020, pois o clube tinha dívidas com a Federação Mineira de Futebol (FMF) que o impediam de registrar atletas. Ainda segundo as informações de bastidor, somente na última segunda, dia 3, o sistema para inserção dos documentos dos contratados ficou disponível para o Tupi.
Dívida parcelada e custos de registro
O presidente do Carijó, José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, admitiu as pendências, mas garantiu que tudo foi resolvido. “Todas as inscrições foram pagas, e a pendência com a FMF, parcelada. Pagamos a primeira parcela. Foi deixado R$ 17 mil de borderô sem pagar de três jogos do Campeonato Brasileiro”, explica o cartola, citando as partidas da Série D do Nacional, entre maio e junho de 2019, quando o clube ainda era presidido pelo grupo que apoiou o próprio Juninho nas eleições de outubro do ano passado. “Todas as dívidas serão sanadas, como anunciei”, completa.
A FMF não se pronuncia sobre valores de dívidas de seus filiados. Segundo o Código Tributário da entidade os custos dos registros de atletas podem variar entre R$ 100 (no caso de prorrogação de contrato) e R$ 2.250 (no caso de jogadores que ganhem mais do que 50 salários mínimos). Já as taxas de transferências de profissionais para dentro de Minas Gerais custam R$ 500, e para fora do estado R$ 1 mil.
Regularizados
Entre quarta, dia 5, e quinta, dia 6, o clube regularizou um total de 17 jogadores. Somados ao zagueiro Matheus Mega, que tinha contrato vigente com o Tupi desde o último ano; ao atacante Thulio, regularizado nesta sexta, dia 7; e o volante Robson, que deve constar no BID nas próximas horas, eles formam o grupo que viajou para Pouso Alegre para a estreia.
Elenco carijó para o Módulo 2 do Mineiro 2020:
Goleiros
Diego Dias (ex-Francana-SP e Palmeiras sub-20)
Rafael Mello (ex-São José-SP e Monte Azul-SP)
Laterais-direitos
Adson (ex-Figueirense-MG)
Arilton (ex-Santa Quitéria-PR e Internacional-RS)
Lateral-esquerdo
Elder (ex-Democrata-GV e Mamoré)
Zagueiros
Douglas (ex-Inter de Minas e Democrata-GV)
Emerson (ex-Mauaense e Guarani-MG)
Matheus Mega (ex-Tupi sub-20 e Volta Redonda sub-20)
Volantes
Isaías (ex-Serranense e Tupi sub-20)
Lucas Coutinho (ex-Mixto-MT e Tupynambás)
Matheus Dias (ex-Dunarea Calarasi-ROM e Paraná)
Matheus Campos (ex-Uberabinha)
Robson (ex-Tupi e Barcelona de Guaiaquil-COL)
Meias
Daniel (ex-Serrano-RJ e Tupi sub-20)
Esquerdinha (ex-Duque de Caxias-RJ e Fluminense)
Júlio César (ex-Ponte Nova)
Atacantes
Anderson Tanque (ex-Paraense-PA e Paysandu-PA)
Gueguel (ex-América-TO e Palmeiras)
Matheus Marques (ex-Flamengo sub-20)
Thulio (ex-Pouso Alegre e Tupynambás)
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Arthur Abrahão/Tupi FC; e Toque de Bola
Arte: Toque de Bola com informação da CBF