Nesta terça-feira, 13, o comandante carijó na histórica campanha do Tupi durante a Série D de 2011, em que o clube se sagrou campeão, voltou a Juiz de Fora pela primeira vez desde a conquista e por pouco não conteve as lágrimas ao ver a foto da equipe treinada. Sorridente durante todo o treinamento do Goiás na véspera da partida contra o Botafogo, pela Série A, Ricardo Drubscky recordou a época vitoriosa.
“Já quis chorar ali fora, quando vi nossa foto de campeão (da Série D) e depois do título nunca mais voltei aqui. Venho com muito prazer, revendo as pessoas, e é incrível como o futebol nos reserva essas coisas. Depois que passou, vemos que deixamos amigos e é sempre bom estar voltando aqui para reviver esses momentos que tivemos juntos”, disse Drubscky.
O comandante também ressaltou o clima do grupo, que, de acordo com Drubscky, não possuía vaidades e foi fundamental na conquista em 2011. A equipe passou por dificuldades em viagens, por exemplo, mas de acordo com o treinador, nada abalava a união do elenco, que mereceu ter o nome na história do clube centenário.
“Foi um trabalho em equipe, está aqui a turma que trabalhou comigo na época e os jogadores abraçaram a causa. Não tínhamos bicho por partida, jogamos pelo salário e pelo objetivo de crescimento na carreira e o Tupi “saiu lucrando” com isso porque viu um grupo de homens sério e trabalhador. Não tínhamos problemas extra-campo, fizemos viagens históricas que foram verdadeiras epopéias pelo Brasil à fora. Houve uma delas que eu falo que foi de ônibus, carro, a pé, de balsa e avião. Então fizemos isto tudo e só podia dar o que aconteceu. Também teve muita qualidade, aquele jogo histórico no Arrudão, onde nossa equipe, faltando dez minutos, foi aplaudida pela torcida do Santa Cruz e aquilo para mim foi um prêmio, uma vitória muito bonita. Só tenho bons momentos para lembrar de Juiz de Fora e do Tupi”, recordou o atual treinador esmeraldino.
Reencontro com parte da comissão técnica
Depois da atividade, Drubscky recebeu a visita de ex-companheiros do Carijó. O preparador de goleiros, Walker Campos, ao lado do treinador e, na época, auxiliar técnico, Felipe Surian, compareceram a atividade e puderam rememorar a campanha. Após a rápida conversa com o treinador, Walker ressaltou as qualidades do profissional com quem trabalhou em 2011.
“A gente veio aqui para deixar nosso apoio e abraço. É um mestre, aprendi muita coisa com ele e é uma amizade que vai perdurar por muito tempo. É uma pessoa humilde, que merece onde está e daí por diante vai seguir uma carreira brilhante com certeza, porque é muito inteligente, entende muito de futebol e merece tudo de bom”, disse Walker.
Auxiliar técnico em 2011, Surian afirmou que o crescimento de sua carreira se deve muito também ao que pode aprender com Drubscky, inclusive na parte tática que leva aos seus comandados.
“Na vida você tem que pegar parâmetros de pessoas boas e a gratidão que tenho pelo Condé, por exemplo, tenho pelo Ricardo, que em 2011 veio engrandecer ainda mais o nome do Tupi e meu conhecimento dentro do futebol e da parte técnica. Estamos sempre em contato, acompanhei todos os clubes em que ele passou pelo padrão tático que é o mesmo que adotei e é um cara que sempre vou guardar no coração”.
Torcedor “carijó-esmeraldino”?
A idolatria do torcedor do Tupi a Ricardo Drubscky é tão grande que, em rede social, carijós levantaram a hipótese de ir ao Estádio nesta quarta-feira, 14, torcer para o Goiás. A informação agradou o treinador, que vê como uma consequência do trabalho bem realizado na Série D.
“Fico muito feliz, porque realmente viemos para cá com o intuito de trabalhar e as coisas fluíram muito. Mas não foi só o Ricardo que fez as coisas. Estou aqui com a metade da comissão técnica me visitando. Vim sozinho com minha mala para o clube e encontrei uma penca de pessoas sérias e profissionais competentes que, juntos, fizemos um grande trabalho. Se isso acontecer realmente, vou ficar ainda mais contente e espero que essa turma do Tupi que vier, nos ajude a empurrar o Goiás ainda mais para frente.
Busca por sequência
Com trabalhos de destaque em clubes como o Atlético-PR, Joinville e um início promissor no Goiás, Drubscky vem ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional. No entanto, a rápida demissão no Criciúma, no início de 2014, onde ficou em sete partidas e teve apenas uma derrota, deixou o comandante chateado e o fez, na época, divulgar uma carta criticando o imediatismo do esporte no país. Por situações como esta, Drubscky admite que um de seus objetivos é conseguir uma sequência de trabalho em um clube.
“É uma situação que o futebol brasileiro é especialista . Os treinadores não têm tempo para trabalhar. Tenho dito isso há muitos anos, o treinador que é demitido com menos de seis meses no cargo não tem culpa. No Criciúma, por exemplo, não consegui conhecer os jogadores e nem eles se conheceram, porque o time tinha apenas três atletas da temporada passada, então o restante todo foi contratado mais alguns garotos da base que subiram. Mas essas coisas são do futebol brasileiro e não vou desistir por isso. Fica uma pontinha de chateação, porque não precisava ser assim, mas infelizmente é. O que eu tento é não ter tropeços no início do trabalho, de uma coisa tenho certeza absoluta: se a gente tiver felicidade na primeira meia dúzia de jogos, vou fazer um grande trabalho. E é nisso que estou apostando em minha carreira” contou.
O treinador fica concentrado com o restante da delegação do Goiás visando a partida contra o Botafogo nesta quarta-feira, em Juiz de Fora, às 22h, no Mário Helênio.
Texto de Bruno Kaehler
Fotos: Toque de Bola
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