O JF Vôlei vai para a sua sexta participação consecutiva na Superliga Masculina, edição 2016/17. A confirmação ocorreu na manhã desta quarta-feira, 29, quando a direção do projeto, ao lado dos dirigentes do Sada Cruzeiro e do presidente da Federação Mineira de Voleibol, anunciou que foi acertada uma parceria entre JF e Sada.
Pelo acordo, o Sada, maior campeão dos últimos tempos disparado entre as equipes brasileiras, inclusive com títulos mundiais de clubes em competições sediadas em Belo Horizonte, cede o treinador e dez atletas, bancando seus vencimentos, e em troca estampa a marca de um de seus parceiros na camisa – a princípio, do jornal O Tempo, de Belo Horizonte. O acordo tem duração de um ano, mas as duas partes garantem que o objetivo é estendê-la após este período.
Novo treinador
O encontro, no Independência Trade Hotel, serviu ainda para a apresentação do novo técnico do JF Vôlei: Henrique Furtado, natural de Rio Pomba e auxiliar técnico da equipe principal do Sada. O técnico do time principal, Marcelo Mendez, também presente, disse que pretende acompanhar o andamento do projeto, com visitas quinzenais a Juiz de Fora.
Presenças
Diante de patrocinadores e imprensa, estiveram reunidos, para a assinatura de um termo chamado de “contrato de cooperação técnica”, os dirigentes do JF Vôlei, Toninho Buda, Maurício Bara e Heglisson Toledo, o diretor esportivo do Sada, Flávio Pereira, o treinador da equipe principal, Marcelo Mendez, e o presidente da Federação Mineira de Voleibol, Tomás Mendes.
Como fica
Com a decisão, o JF Vôlei assegura permanência na elite do vôlei brasileiro – no encontro, seus dirigentes revelaram que, sem a novidade, não teriam condições de bancar a formação de uma nova equipe – e o Sada Cruzeiro deixa de disputar a Superliga B, como vinha fazendo nas últimas temporadas.
O formato da parceria é que foi bastante exaltado, seja pelos dirigentes juiz-foranos, do clube mineiro e da Federação Mineira. O Sada acredita que colocar os atletas na Superliga principal fará com que eles estejam em atividade constante, ao contrário da Superliga, tradicionalmente com dificuldades para reunir e confirmar participantes. E o JF se exime dos vencimentos de mais da metade do elenco, e ao mesmo tempo resgata o perfil de uma equipe jovem e promissora.
“Na temporada 2012/13, quase toda nossa equipe era sub-23, disputamos nove tié-brakes (quinto set de desempate). Foi o momento do projeto de maior identidade e energia, mesmo sem o resultado esportivo alcançado. Hoje nossa realidade volta a ter esse perfil”, destacou Maurício.
Para traduzir o sentimento diante das novas perspectivas do projeto, Maurício usou uma frase de sua esposa. “Ela disse que há muito tempo não me via sorrir com o vôlei. Antes só andava triste e fazendo contas, em todos os sentidos, agora você está sorrindo, depois de muito tempo”
O respeito com que o JF Vôlei sempre foi tratado pelo clube mineiro, mesmo com as equipes ocupando tradicionalmente posições contrárias na classificação, foi outro aspecto bastante abordado na “costura” da parceria, concretizada nesta quarta-feira pela manhã.
A concretização da parceria não interrompe a busca por patrocínios. “A luta continua”, enfatizou Bara.
COLETIVA – MAURÍCIO BARA – PARCERIA JF VÔLEI/SADA CRUZEIRO
QUAL A DURAÇÃO DA PARCERIA? E A PROJEÇÃO?
A duração inicial é de um ano, mas a projeção é de muitos anos. É um ano de testes para os dois lados, mas a ideia é que perdure isso por mais anos, que se torne, talvez, nosso modelo de desenvolvimento para o futuro.
JOGADORES: ALÉM DOS DEZ, QUEM MAIS?
Esse ano, provavelmente, dez jogadores estarão presentes, mais o Henrique, como treinador. Depois trabalhamos pontualmente para trazer outros jogadores e reforçar a equipe. É uma necessidade, um fato. São garotos bons, mas garotos. Precisamos entender esse processo. O mercado está movimento. Não é tão simples. Vamos tentar quatro ou cinco reforços para impactar o time de maneira positiva e seguir com essa linha de raciocínio.
RELAÇÃO COM O CLUBE BOM PASTOR (que mantém atletas na base no projeto do JF Vôlei)
A relação com o Bom Pastor só melhora. O presidente está aqui e pode dizer isso. A gente ganha um braço muito importante, um cara com experiência, para o desenvolvimento da categoria de base. Não está da maneira que queríamos e pretendemos preparar o terreno para 2016 e em 2017 termos mais jovens jogando voleibol e formando atletas. Não é de um dia para o outro que se formam atletas, precisamos de quatro, cinco anos para ter essa formação.
APRESENTAÇÃO DA EQUIPE
Pretendemos ter o time no início de agosto, quando queremos ter a equipe já treinando. Vai depender de alguns aspectos, inclusive dos Jogos Olímpicos. No final de agosto já devemos estrear no Campeonato Mineiro.
IMPORTÂNCIA DA PARCERIA
Não podemos esconder. Sem a parceria não jogaríamos. Tentei minimizar, mas é um fato. Íamos ter que refazer o planejamento e voltar à categoria de base. Veio em momento e modelo muito importante. Não só a cessão de jogadores, mas a parceria real. A presença do Marcelo aqui. A gente sabe que é difícil, mas vai tentar estar aqui de 15 em 15 dias para faze reuniões com a gente. A gestão e o desenvolvimento são nossos, mas agora com uma escola de voleibol sendo somada. O projeto precisava de um oxigênio diferente para crescer. Temos que sair da zona de conforto e crescer.
EXPECTATIVA PARA A SUPERLIGA: PROJEÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO PARA PRÓXIMA TEMPORADA
Vejo a gente lutando de novo. Não adiantar achar que vamos chegar entre os quatro, que não é a realidade. Vejo a gente com a capacidade de brigar muito mais com outras equipes. Sair muito rapidamente e não ficar naquela situação. O primeiro objetivo é permanecer novamente. Se conseguirmos permanecer, com uma equipe jovem, já é uma vitória muito grande. A partir daí, qualquer coisa é lucro. Vai depender do desenvolvimento do trabalho. Isso depende do ano, da formação das outras equipes. Estamos confiando no trabalho, na motivação das pessoas que vão trabalhar aqui e principalmente nos jovens. Alguns deles estiveram aqui na Superliga e sofremos para ganhar por 3 a 2. Imagina esses meninos jogando 30, 40 jogos na temporada. O jogador tende a crescer. Vêm de uma escola vencedora. Estão acostumados a brigar por títulos, serem cobrados por vitórias. Isso é importante. Não vamos nos acomodar com resultados negativos. Somos vencedores também, mas eles têm resultados e títulos. São garotos que vislumbram estarem lá (SADA Cruzeiro), então eles têm que ir bem aqui. Ir mal aqui significa que, provavelmente, o SADA Cruzeiro não dará sequencia ao desenvolvimento deles. Ir bem aqui cria uma ponte para lá. Isso mexe com o sistema.
COMISSÃO TÉCNICA: APROVEITAMENTO DE ALESSANDRO FADUL E OUTROS INTEGRANTES DO JF VÔLEI
Ainda estamos estudando isso. Vendo nome a nome. O que vamos aproveitar aqui e lá. Ainda não sentamos para decidir comissão técnica, tudo é possível.
Texto e fotos: Toque de Bola
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