Não foi à toa que o técnico Marcão avisou que seria uma semifinal com tudo que tem direito. A primeira parte da decisão de uma vaga na final da Superliga B foi disputada, sofrida, com erros, desencontros, acertos, reclamações, momentos de sorte e muitos lances onde ficaram evidentes o peso das semanas sem treino para os dois times.
O jogo entre Unimed/Aero e JF Vôlei foi marcado pela instabilidade das equipes e disputa até o fim, neste sábado, 10, em Natal. Após mais de 2h30 de partida, o JF Vôlei se saiu melhor e venceu por 3 sets a 2, parciais de 17/25, 25/16, 15/25, 25/20 e 15/13.
É vencer e subir
O atacante Viller foi eleito o melhor do jogo e recebeu o prêmio Viva Vôlei. JF Vôlei e Unimed/Aero viajam para Minas Gerais para decidir a vaga na final em Contagem na próxima semana. O segundo jogo será na terça-feira, 13, às 16h, vencendo, o time de Juiz de Fora estará de volta à Superliga Masculina na temporada 2021/2022. Se for necessária, a terceira partida será no mesmo horário na quarta-feira, 14.
O futuro adversário na final não foi definido neste sábado. Precisando vencer e jogando em casa, Brasília levou a melhor sobre o Anápolis por 3 sets a 2. A parcial decisiva foi 21 a 19, após nove set points para os brasilienses. A terceira partida será disputada neste domingo, também no SESC Taguatinga.
Ih, gente!
O JF Vôlei abriu vantagem de 3 a 1 aproveitando falhas da defesa e erros do ataque do Unimed/Aero. No entanto, os donos da casa se recuperaram, empataram, passaram à frente no 5 a 4.
A parcial foi marcada pela regularidade da defesa e do bloqueio do Unimed/Aero que, quando não pegava, amortecia os ataques, o que permitia os contra-ataques. E pelo JF Vôlei com problemas na recepção e não conseguindo defender como os adversários.
Na primeira parcial, os dois times tiveram momentos de desencontro entre os jogadores, reflexo de semanas sem poder treinar por causa das restrições pela pandemia. E também houve rallies, com os dois times precisando ter paciência para colocar a bola no chão adversário. Entre erros e acertos, o Unimed/Aero apresentou melhor volume de jogo e fechou em 25 a 17.
Aí, sim, é o JF Vôlei que a gente conhece
O JF Vôlei voltou bem melhor, mais agressivo e com o saque entrando melhor. Abriu o placar e manteve a vantagem desde o início. O melhor time da competição estava em quadra: bloqueio, defesa, ataque funcionando com menos falhas que as apresentadas no primeiro set.
Juarez e Max deram trabalho à defesa mineira, mas as bolas raramente caíam direto, porque Dayan estava em tarde-noite inspirada e chegou em quase todas que iam em sua direção.
Com variação de saques entre os fortes, como os de Celestino, Viller e Paolinetti e os flutuantes táticos, como os de Gustavo e de Bruno, o JF Vôlei abriu quatro pontos de vantagem e controlou o set. Aliás, a parcial terminou em 25 a 16 quando Fábio Paes não conseguiu recepcionar o saque de Celestino.
Peraê
Jogo empatado em sets. Promessa de equilíbrio? Não. O Unimed/Aero abriu 3 a 0, aproveitando dois erros de ataque do JF Vôlei.
Aliás, tudo que funcionou para os visitantes no segundo set, não apareceu nesta parcial. Houve erros de saque dos mineiros e o bloqueio do time potiguar esteve bem colocado para conseguir vantagem.
Os atacantes Juarez e, especialmente, Max foram os mais acionados pelo levantador Marlon. A defesa chegava nas bolas, mas não em condições de dar sequência ao jogo. Para tentar mudar o ritmo do time, o técnico Marcão inverteu o 5-1 colocando em quadra Érick e Leonam nos lugares de Gustavo e de Paolinetti.
No entanto, a essa altura, o Unimed/Aero já tinha seis pontos de vantagem e soube controlar o jogo. Em um ataque de Breno, que tinha entrado na inversão, os donos da casa fecharam a parcial em 25 a 15.
Equilíbrio e a polêmica da bola na linha
O técnico Marcão fez uma mudança no time titular para o quarto set: deixou Paolinetti no banco, colocou Thiago como ponta e Celestino assumiu a função de oposto. A meta era equilibrar a recepção. Foi o começo mais equilibrado, com os times trocando pontos e vantagens.
O Unimed/Aero até abriu dois pontos, mas o JF Vôlei empatou em 7 a 7 e Thiago iniciou uma sequência muito boa de saques que deu dor de cabeça ao time potiguar. Entre erros de ataque e atuação do bloqueio, os mineiros abriram três pontos de frente.
Nesta parcial, houve o lance mais polêmico da partida: após um rally com as defesas levando vantagens sobre o ataque, o JF Vôlei mandou a bola para o outro lado. Max acreditou que ela iria para fora e deixou passar. No entanto, a arbitragem deu bola dentro. O time do Unimed/Aero, que tinha nove pontos, protestou que teria sido fora, mas os juízes não mudaram a marcação: foi o 14º ponto para o JF Vôlei.
Com toques na rede, defesas dando show, pontos de saque, erros e acertos no ataque, o JF Vôlei controlou a diferença favorável e fechou o quarto set quando o bloqueio mineiro parou Juarez: 20 x 25.
E vamos ao tie-break
O set desempate teve vários rallies, as defesas exigindo paciência do ataque adversário, reviravoltas e uma ajudinha da rede. O central Bruno foi para o saque, o JF Vôlei vencia por 4 a 3. O saque tático e curto, a bola bateu na rede, correu na fita e caiu na quadra do Unimed/Aero antes que qualquer jogador pudesse reagir.
O JF Vôlei saiu na frente, o Unimed/Aero virou, os mineiros empataram e abriram, os donos da casa buscaram a diferença e passaram na frente, os visitantes foram atrás. Esse foi o resumo até o empate em 9 a 9.
O levantador Gustavo foi para o saque e quem apareceu de novo, a favor dos mineiros? A rede. Optando pelo saque flutuante, a bola bateu na fita e caiu antes da linha de recepção, ponto direto. De tanto os sacadores do JF Vôlei mirarem em Juarez, o técnico Alessandro Fadul tirou o jogador.
Reta final tensa
Nos lances seguintes, Celestino marcou da entrada da rede e Max atacou para fora, JF Vôlei abriu três pontos de vantagem. Max se recuperou após o segundo pedido de tempo de Fadul e diminuiu. Pilan manteve a diferença em três pontos com um ataque pelo meio.
Robert pontuou e reduziu para dois pontos. Marcão pediu tempo para esfriar o jogo, mas não funcionou. O saque forçado de Max complicou a recepção mineira, a bola foi de graça, Marlon acionou Robert que colocou no chão.
Foi a vez de Marcão gastar o segundo pedido de tempo, mas Pedro parou Celestino no bloqueio individual, empate em 13 a 13. Foi quando terminou a sequência de Max no saque, porque a bola ficou na rede. E no ataque seguinte, o bloqueio do JF Vôlei pegou o ataque de Pedro e fechou o jogo.
Texto: Roberta Oliveira
Imagens: capa Liziane Virgílio/Unimed-Aero; e Canal Vôlei Brasil/reprodução