Os dois ouros e a prata de Gabriel Araújo nas Paralimpíadas de Tóquio colocaram o Clube Bom Pastor na vitrine do esporte paralímpico.
Além dos resultados do nadador de 19 anos nas provas da classe S2, o clube de Juiz de Fora também foi representado pelo treinador Fábio Antunes, que é integrante do corpo técnico da equipe de natação paralímpica.
O presidente do Clube Bom Pastor, Luiz Gustavo Micherif, conversou com a reportagem do Toque de Bola sobre o trabalho com a equipe paralímpica, a repercussão dos resultados de Gabriel e a importância do esporte para a sociedade.
Quer conferir a coletiva do Fabinho e do Gabrielzinho no retorno ao Clube Bom Pastor? O vídeo está no instagram do Toque de Bola.
“O primeiro a dar frutos”
De acordo com Micherif, a visibilidade com os resultados em Tóquio desencadeou um sentimento positivo no clube e no entorno. “Está repercutindo muito positivamente, o feedback dos sócios, as pessoas da cidade, os conhecidos, todos nos parabenizando, todos muito felizes com o resultado que o Gabriel alcançou junto com o Fábio”, comentou
Micherif destacou que as vitórias não são apenas motivo de festa, mas de responsabilidade e compromisso com o projeto.
“Ouro olímpico é a glória maior do esporte mundial. Estamos aqui lutando, vamos continuar com esse trabalho. Apesar de ser a nossa equipe mais nova, o Paralímpico é fixo. Nós não vamos abrir mão disso”.
Gabriel Araújo é o rosto mais conhecido de um time que engloba 15 atletas, com perspectiva de chegada de mais nadadores e nadadoras. Por isso, o presidente está otimista. “É só o começo do trabalho. Queremos que o Gabriel seja o primeiro que deu frutos”.
Influência positiva
As vitórias e o destaque de Gabriel foram compartilhados por todos os atletas do clube. O presidente disse que há uma sensação de pertencimento e que todos perceberam que, com trabalho duro, podem conseguir as próprias conquistas.
“Os atletas são todos muito unidos, não só da natação, como da ginástica, do vôlei, do futebol. Todos estão muito felizes com o Gabriel. Agora todos querem ir para Olimpíadas, quer ser campeão brasileiro, etc. [Ele] é um incentivo”, comentou.
Seja olímpico ou paralímpico, o presidente destaca como o esporte faz a diferença na vida das pessoas. “A prática de esporte não traz nada além de benefícios. Não só de melhoria física, mas de princípios. É meio de mudança de vida”, afirmou.
Equipe Paralímpica do Bom Pastor
A justificativa da Moção de Aplauso da Câmara dos Vereadores para a equipe paralímpica do Bom Pastor em 2019 conta a história do projeto, iniciado em 2014, por iniciativa do atleta Paulo Costa, então Presidente do Clube e primeiro atleta paralímpico.
Há sete anos, ele disputou o Circuito Caixa de Natação Paralímpica, representando a Equipe do Tijuca Tênis Club, do Rio de Janeiro, porque o Clube Bom Pastor não era inscrito no Comitê Paralímpico Brasileiro.
Em 2015, o clube juiz-forano se cadastrou no comitê nacional e iniciou a própria equipe. Desde então, os nadadores e nadadoras conquistaram vitórias nos jogos escolares, etapas nacionais e se classificaram para etapas nacionais.
Com a capacitação dos treinadores e o planejamento seguido à risca, as metas ficaram mais ousadas e surgiu o Projeto Tóquio, que levou Gabriel Araújo às Paralimpíadas e às medalhas.
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Fotos: Roberta Oliveira/Toque de Bola e Jéssica Pereira/Clube Bom Pastor