E o Fla-Flu, hein?
Talvez seja a partida mais emblemática que eu conheça.
Pelas histórias que sempre ouvimos dos embates no tempo em que nem éramos nascidos.
Já neste mundo físico, pelo tanto de jogo visto, escutado, trabalhado…
No rádio, este veículo sempre especial, primeiro foi como ouvinte mesmo (Jorge Couri, Waldir Amaral, Doalcei Camargo e tantos outros) e, adiante, quem diria, lá estávamos nós atrás do gol no Maracanã pela Super B-3 ou Rádio Sociedade ou Rádio Solar ajudando os narradores a contar detalhes dos ataques contra defesas.
(Não tem como descrever o que é isso. Estar num Fla-Flu meio que fazendo parte do cenário).
E embora no nosso tempo de rádio a fase tricolor não tenha sido das melhores testemunhamos (atrás da trave de lá, vendo de camarote outros quatro gols) o histórico gol de barriga nos 3 a 2 de 1995.
Por tudo isso quando começa um Fla-Flu não conseguimos vislumbrar apenas aquele duelo entre os 22 jogadores que estão vestindo a camisa dos clubes naquele momento. Dada a saída, já viajamos no tempo e começamos a enxergar nos atuais atletas possibilidades e lances que limos, ouvimos e vimos.
Chegamos ao jogo deste sábado. Um Flamengo no papel e especialmente no primeiro tempo muito superior. Quarenta cinco minutos de dois a zero e o tricolor mal conseguindo encostar o pé na bola. Na roda mesmo.
No início do segundo tempo, depois deste prenúncio de goleada, o Flu revive um pouco dos Flus vencedores e diminui o placar, como se estivesse pegando um megafone e avisando: “Ainda tem jogo aqui”.
Entram em cena – extra-campo – os gandulas com camisa rubro-negra, que começam a demorar a devolver a bola.
A partida segue, o Flu se arrisca, tenta, corre, mas pela qualidade e já com parte da turma do banco de reservas em campo o Fla confirma a vitória com mais um gol e fecha em 3 a 1.
Sem ter olhado os números ainda, podemos concluir por alto que dos 90 e tantos minutos o Flamengo foi melhor por uns 70 ou até mais. E ainda assim, no sopro de futebol – mais vontade – que apresentou na segunda etapa, o Flu fez um gol e de alguma forma motivou os gandulas a assumirem um protagonismo patético.
Qual a conclusão? Se com um Flamengo muito melhor de finanças e de elenco e numa noite em que o adversário cometeu falhas individuais (que fazem parte do jogo, claro) ainda assim tivemos “jogo” e gandulas atrasando a reposição de bola…
Em jogos como o Fla-Flu, não entram em campo somente os 22 jogadores.
Sempre haverá um contorno de emoção e de imprevisibilidade que não será pauta de nenhum programa pré-jogo porque, de fato, não são fatos.
São viagens revisitadas por personagens que vestem a mesma camisa. Se entrarem em campo com parte da alma que o clássico carrega, a chance de virar retrato do lado bom dessa história é grande.
Texto: Ivan Elias
então inclui a entrada violenta do Cone ( Frederico) no Gerson.
Você não falou da mão do Arão, que se fosse do lado tricolor seria pênalti, e nem do segundo amarelo e consequentemente vermelho que o Rodrigo Caio deveria ter recebido. Claro, é uma incógnita, mas “poderia” mudar o jogo.
Coisas de Fla x Flu.