
O sábado, dia 20, foi de muita emoção, reação de quem estava em desavantagem, atuação decisiva do VAR e Lei do Ex na segunda partida da final do Campeonato Mineiro. Mesmo em um Independência lotado com a torcida adversária, o Cruzeiro foi atrás do empate e ficou com o título do Estadual, seu segundo seguido, após o 1 a 1 com o Atlético.
Os atleticanos saíram na frente com o volante Elias, aproveitando rebote do goleiro Fábio em jogada do centroavante Ricardo Oliveira, ainda na primeira etapa. Já o empate cruzeirense saiu com o artilheiro do Mineiro, o camisa 9 Fred, de pênalti, fazendo seu 12º gol no Mineiro, no segundo tempo. Por ter vencido o primeiro jogo por 2 a 1, no dia 14, a Raposa faturou o caneco com o placar deste fim de semana.
Reação com Elias

Precisando vencer, o Atlético começou a jogo pressionando o Cruzeiro. Empurrado pelos mais de 20 mil alvinegros no Horto, a time comandado por Rodrigo Santana precisava de apenas um gola para fazer a vantagem cruzeirense conseguida no primeiro jogo desaparecer. Logo aos 3 minutos, o atacante Geuvânio arrancou pela direita e cruzou para Ricardo Oliveira acertar o travessão de Fábio. A contagem de bolas na trave ficou igual aos 15, quando o zagueiro Igor Rabello tentou cortar cruzamento rasteiro e mandou contra o patrimônio. O travessão também salvou o que seria o gol contra.

Mesmo sem conseguir dominar, o Atlético surpreender aos 29 minutos. O meia Chará lançou Ricardo Oliveira que avançou livre a bateu na saída de Fábio. O goleiro cruzeirense salvou, mas, no rebote, Elias apareceu no meio da área para cabecear para o funda da rede. O Galo conseguia o 1 a 0 e estava conquistando o título desta maneira. Antes do intervalo, Geuvânio ainda assustou os cruzeirenses em belo chute de fora, mas o camisa 1 da Raposa fez bela defesa, deixando assim o placar em 1 a 0 até a metade do jogo.
VAR decisivo
Entrando na última metade da decisão, o caneco era atleticano, por isso, o Cruzeiro tinha que ir para cima. Essa situação e o acionamento do VAR seguidas vezes pela arbitragem deram o tom do segundo tempo. E foi em uma das participações do assistente de vídeo que o Cruzeiro conseguiu o lance que gerou o gol de empate. O atacante Pedro Rocha avançou pela esquerda, passou por dois e quando driblava Leonardo Silva, o zagueiro atleticano tentou o carrinho, e a bola tocou na sua mão dentro da área.

Inicialmente, o árbitro Leandro Bizzio Marinho nada marcou. Mas, alertado pelos companheiros de arbitragem da cabine do VAR, reviu o lance e marcou pênalti. Aos 34 minutos, com a frieza que o fez artilheiro do Estadual com 12 gols, Fred cobrou deslocando Victor e deixando tudo igual em 1 a 1 e fazendo o caneco mudar de mãos. O Atlético ainda tentou o segundo na base do abafa. Mas, o Cruzeiro soube segurar a pressão para poder soltar o grito ao final da partida.
Fred comemora outra volta por cima
Com a conquista do Estadual, o 39º da história celeste, os jogadores destacaram a importância de levantar o caneco, além de comemorar conquistas pessoais. Fred foi o artilheiro da competição com 12 gols, mostrando sua importância para derrotar o rival na final do torneio estadual. O adversário saiu na frente no primeiro tempo e a Raposa empatou na etapa complementar em pênalti convertido pelo artilheiro Fred, que garantiu o título celeste.
“Feliz pelo título, pela artilharia e mais feliz ainda por tudo que está acontecendo depois da lesão no ano passado, essa volta por cima. O sentimento é de gratidão com minha família, Deus, comissão técnica. Agradecer todo departamento médico do Cruzeiro pelo apoio, que ficou comigo durante todo o tempo, prometendo que daria tudo certo. Só tenho a agradecer”, disse o camisa 9 da Raposa.
Mano destaca reação na etapa final
Em entrevista após o encerramento do duelo que deu o título de Campeão Mineiro de 2019, o treinador Mano Menezes destacou a mudança de postura do Cruzeiro no segundo tempo.
“No primeiro tempo, até o momento em que sofremos o gol, estávamos tendo um jogo parelho. O Atlético-MG teve uma estratégia de jogo inteligente para jogar contra nós. E a partir do gol que sofremos, caímos um pouco de produção e perdemos a tranquilidade para jogar. No intervalo, fizemos uma cobrança em relação ao lance do gol. Aí tivemos orientações, de como colocar as coisas no lugar, como organizar novamente a equipe. E com a experiência que temos, a convivência ao longo desses anos, a confiança que eles têm no técnico, fez o Cruzeiro voltar para o segundo tempo bem organizado, buscando de maneira correta a igualdade no marcador”, completou.
Conhecedor do elenco que tem nas mãos, Mano Menezes colocou Pedro Rocha, recém contratado, e Thiago Neves, vindo de lesão, no segundo tempo. O treinador falou sobre as opções e também sobre a entrada de Dodô na lateral esquerda desde o início do jogo.
“Fizemos algumas alterações importantes como o Pedro Rocha, que entrou muito bem, e o Thiago Neves, fazendo com que arriscássemos um pouco mais. Era um risco que correríamos, mas fizemos o gol e soubemos suportar a pressão, pois temos uma defesa sólida. Vejo que em determinados momentos, o Dodô nos dá uma consistência maior em linhas de quatro. Nós sabemos que aqui no Independência, os lados do campo são bem explorados, com uma pressão muito grande. Então um jogador que fica um pouco mais, em uma linha mais fechada, nos traria uma maior segurança para atuar”, finalizou.
Fotos: Bruno Cantini/Atlético; Vinnicius Silva/Cruzeiro