Pés no chão, mas otimista. Assim estava o treinador Ricardo Drubscky na conversa com os jornalistas depois do treino da manhã de quinta-feira, 12, véspera da tão aguardada estreia da equipe na Série B do Campeonato Brasileiro, nesta sexta-feira, 13, às 21h30, com cobertura nas redes sociais do Toque de Bola (face Toque de Bola Juiz de Fora, twitter toquedebolajf e Instagram toquedebolajf) e posteriormente no Portal, com apoio de Plasc e Hiperrol Embalagens.
Ao mesmo tempo em que adverte para a falta de entrosamento nas primeiras rodadas – “precisamos de um tempo porque estamos remontando o time”, elogia as contratações e assegura que a intenção é fazer a equipe mostrar um futebol consistente que a torne competitivo – “são meninos valorosos, de qualidade, e junto com o trabalho que vamos fazendo, iremos bem”. A sua própria experiência em disputar a competição é citada como ponto importante na caminhada alvinegra – “Já disputei umas seis ou sete Séries B, sei que é um campeonato de muita competitividade e que, geralmente, os times que chegam jogam bola. Quero estar nesse rol de times que jogam bem.”
Acompanhe, abaixo, a íntegra da entrevista concedida pelo treinador do Tupi
Como recebeu a notícia da lesão do Hiroshi?
Ricardo Drubscky: É chato porque é um jogador que terminou bem o Mineiro e eu estava contando com ele para começar jogando. Eu falei em entrevistas e venho falando com os jogadores que eu faço questão de ter uma base, e ele seria mais uns 10% da equipe que somaria essa base. Mas o grupo tem qualidade e acho que vamos suprir bem com os que vão entrar.
Quanto a questão física pode pesar para substituir os possíveis desfalques do jogo de sexta-feira?
Ricardo Drubscky: Acho que todos os jogadores vão estar legalizados para o jogo (posteriormente, os atletas foram inscritos de fato): Bruno Costa, Felipe Formiga, Marcos Serrato, Thiago Silvy e Rafael Santos. O que eu passo de mensagem é que a gente tem que ter um pouquinho de tranquilidade nesse início porque é uma equipe que está sendo montada. São jogadores chegando, que estão treinando bem e vão jogar bem, mas vai depender de um tempo para organizar bem o time, para os jogadores se entenderem. Então peço um pouco de crédito para o torcedor.
O preparador físico, Renê Carlos, revela que Giancarlo não está 100%, mas estará bem para o jogo. Com a ausência do Hiroshi, é possível que você escale ele e o Michel Henrique no ataque?
Ricardo Drubscky: Pode acontecer isso também. A gente só vai definir a equipe na sexta-feira, na preleção do vídeo sobre o adversário, porque temos que esperar o BID. Mas existem opções boas na formação desse ataque. Acho que o Giancarlo ele vai estar em boas condições, não as ideais, mas estará em boas condições.
O Tupi volta a disputar a Série B depois de um longo período. O que você passou para o grupo com a sua experiência na competição?
Ricardo Drubscky: A gente vem passando ao longo dos dias, mas temos jogadores tão experientes quanto a gente na competição. Então é meio que uma troca, recebemos segurança, passamos segurança. Às vezes a gente comete erros, às vezes consertamos erros, é um grupo jovem, mas muito maduro. Dividimos bem essa responsabilidade, não só o treinador é rodado, mas os jogadores já têm bagagem suficiente para assumir a camisa do Tupi e a responsabilidade de atuar na Série B.
Como você está trabalhando isso no grupo? A questão da estreia e da responsabilidade de atuar na Série B?
Ricardo Drubscky: Hoje até falamos um pouco sobre isso. Eu não abro mão da minha equipe jogar bem. Claro que nos primeiros jogos vamos ter dificuldade, mas já espero alguma coisa boa da equipe. Tenho dito para eles que não quero uma equipe de corredores em campo, porque se fosse assim buscaríamos jogadores do atletismo. Quero atletas que entrem em campo para desempenhar nossa ideia de jogo. Já disputei umas seis ou sete Séries B, sei que é um campeonato de muita competitividade e que, geralmente, os times que chegam jogam bola. Então eu quero estar nesse rol de times que jogam bem.
O Rene também disse que o Henrique não estava bem para atuar, ele está ou não à disposição para o jogo?
Ricardo Drubscky: Com exceção do Hiroshi, todos os jogadores têm condições de começar o jogo. Além, claro, do Rodolfo porque chegou por último e a documentação não está toda pronta e ainda não está bem fisicamente. É lógico que optando por esse ou por aquele vamos saber medir as possibilidade de 90 minutos. Estamos muitos tranquilos em relação a isso. A preocupação do preparador físico é normal porque se o jogador começa a diminuir o ritmo na partida colocam a culpa na preparação. Aqui no Brasil é muito comum isso. Agora, se eu esperar todos adquirirem as condições físicas ideais vou ter que estrear jogador daqui há um mês, mês e meio. Um detalhe importante do treinamento também é que o jogador fica pronto com o treinamento e o jogo também. Vamos saber medir essas coisas para sempre colocar um time forte em campo.
Você disse que gosta de jogar com a posse de bola e irá enfrentar nas duas rodadas Goiás e Vasco, times apontados como favoritos na briga pelo acesso. Isso acaba sendo bom ou ruim para a equipe testar o seu estilo de jogo?
Ricardo Drubscky: Gera um confusão na cabeça da gente, porque se depender de mim eu quero que o Tupi jogue com a posse dentro e fora de casa, jogue com coragem, e isso nunca abri mão. Vocês viram um pouco do trabalho no Mineiro e conseguimos isso em alguns jogos, vencendo como visitante bem, sem sufoco, jogando em casa tivemos o resultado mentiroso contra o Atlético porque até os 40 minutos do segundo tempo estávamos merecendo o empate e por bobeiras nossas tomamos mais gols. Agora, se os jogadores que estão aqui não tiverem coragem para encarar uma Série B de peito aberto o azar é deles, não mereciam estar em uma Série B. Mas eu tenho certeza que esse grupo não é assim. São meninos valorosos, de qualidade, e junto com o trabalho que vamos fazendo iremos bem. Só não posso prometer isso nas primeiras rodadas, precisamos de um tempo porque estamos remontando o time.
O fato da rescisão do Thiago Silvy ter saído só na quarta-feira no BID te preocupa?
Ricardo Drubscky: Ele é um dos cinco que não está regularizado ainda. Mas a documentação já foi e só falta a CBF para liberar. Convoquei extraordinariamente para essa partida 22 jogadores e eles estão relacionados (nota da redação: posteriormente a entrevista, Silvy foi regularizado).
Qual a sua análise desta Série B e das possibilidades do Tupi?
Ricardo Drubscky: Acho que os 19 primeiros jogos serão difíceis, não só os dois primeiros.Acho que é uma competição fantástica. Para o Tupi é uma lua de mel estar numa competição como essa. Eu falei para os jogadores hoje que estamos literalmente jogando uma Copa do Mundo, essa para nós é a Série A. É uma competição que tem mídia, boas equipes, bons gramados, bons públicos. Acho que o Tupi não está entre os primeiros, obviamente, mas pode estar. O Tupi vai brigar. O Tupi é Galo Carijó, dentro de casa ele faz confusão com os adversários, e se conseguirmos equilibrar esses jogos dentro de casa e trazer algo de fora, não é iludir o torcedor, mas a gente pode se firmar na Série B. Acho que isso é o importante, firmar o time uns cinco anos na Série B para consolidar uma verba melhor, para arrumar a estrutura e virar um time de Série B, e ai sim, daqui uns anos buscar um passo maior. Cidade boa tem, nome tem, 100 anos, o torcedor vai aparecer, porque se o torcedor de Juiz de Fora não torcer para o Tupi vai torcer para quem? Time que nunca está aqui, como os do Rio? Então acho que ficando na Série B uns quatro anos a torcida vai crescer, vai abraçar o time e vamos fazer coisas boas. Vamos entrar meio que como um convidado de última hora, mas que a mocinha da festa vai dar mole para gente e vamos acabar namorando ela, porque vamos entrar com vontade.
Texto, foto e edição: Toque de Bola
O Toque de Bola é administrado pela www.mistoquentecomunicacao.com.br