Doze jogos e uma missão. Ricardinho precisa salvar o Tupi: “Temos um elenco em condições de buscar isso”

A chegada de Ricardinho ao Tupi movimentou o clube na tarde desta quinta-feira, 22. Com treino aberto e cheio no Estádio Salles Oliveira, em Santa  Terezinha. o novo técnico passou suas primeiras instruções aos jogadores durante um coletivo em campo reduzido. Com muita conversa e parando o treinamento a todo momento, Ricardinho acredita no elenco, quer mais posse de bola e um time que proponha o jogo: “Hoje no futebol há essa exigência”, disse. Ele conversou com a imprensa após a atividade  e mostrou confiança  no elenco para a “reversão da  situação”.

A estreia do novo técnico está marcada para sábado, 18h30, em Juiz de Fora, diante do Brasil de  Pelotas.

Ricardinho conversa com o elenco junto da comissão técnica (Foto: Felipe Couri / Tupi)
Ricardinho conversa com o elenco junto da comissão técnica (Foto: Felipe Couri / Tupi)

Confira a primeira entrevista coletiva de Ricardinho como técnico do Tupi:

Elenco com condições de recuperação

Primeiro procuramos recuperar nosso posicionamento na tabela. Temos um cenário de zona de rebaixamento. Não é o que queremos, lógico. O propósito de ter aceito o convite do Tupi foi justamente entender que há uma possibilidade concreta da reversão desse quadro. Nós nas últimas doze rodadas, conseguirmos uma pontuação, um índice importante para somarmos os pontos necessários e tirar o Tupi desses últimos quatro. Nosso campeonato agora, nosso foco, nosso objetivo é justamente esse: procurar tirar o Tupi dessa situação o quanto antes. Acho palpável, temos um elenco em condições de buscar isso. Precisamos dessa situação de reversão e ela passa pelo torcedor também. Acho que a participação do torcedor é importante nesse momento, principalmente nos jogos em casa, não só para a confiança dos jogadores, mas em relação ao clube de uma continuidade numa Série B, principalmente um clube que subiu este ano.

Aplicação do conceito de trabalho

Na verdade cada um tem um conceito de trabalho e lógico que não vai ser no primeiro ou no segundo dia que eu vou passar isso para eles. Isso exige uma continuidade. O trabalho no futebol exige o dia-a-dia, exige tempo. Estamos dentro do campeonato, faltando 12 jogos, um jogo daqui a dois dias e temos que pontuar, que conseguir o resultado. Importante um bom ambiente. Só se consegue isso no futebol tendo um bom ambiente de trabalho. Entendendo que a cada dia que a gente chegarmos aqui temos que renovar o nosso espírito no sentido de buscar nosso foco e nosso objetivo. Pontuar e sairmos dessa situação.

 

Expectativa com foco

Expectativa é sempre a melhor possível. Uma estreia numa equipe nova sempre é diferente. Cada clube tem seu ambiente, vive o seu momento. A sua história. Mas nosso grupo é de jogadores que estão conscientes do que têm que realizar para sair dessa situação. Têm responsabilidade. É um grupo responsável, capaz. Quando você tem isso, você vê trabalho, a possibilidade de ter uma reversão, êxito, aumenta muito. A expectativa é de começar bem no sábado.

Vantagens de ser ex-jogador como técnico

O fato de ter sido jogador agrega, sim. Agrega ao treinador. Acho importante em vários momentos ter tido essa experiência. Mas não é um ponto circunstancial. Toda a preparação, o entendimento, ter humildade de cursar determinadas situações com bons profissionais, observar jogos, ter a oportunidade de participar de cursos, enfim, se preparar para a profissão, não só como a de treinador, é importantíssima a parte teórica. Acho que o complemento vem com a parte prática, do ex-atleta. Não acredito que só o ex-atleta consiga fazer sucesso como treinador. Mas não acredito que só a parte didática dê resultado. É um conjunto e algumas vezes a situação de ter sido atleta ajuda muito pelo “feeling” do vestiário, do ambiente, do preparo do time, do treinamento, ter esse entendimento mais rápido.

Time com posse de bola dentro e fora de casa

Hoje no futebol há essa exigência. Tem que ter uma postura dentro e fora de casa que proporcione uma iniciativa de jogo ou que você possa criar dificuldade ao adversário. É possível você jogar bem e vencer. Às vezes você venceu um jogo numa bola, numa situação circunstancial. É gratificante? É. Mas a produtividade da equipe é que traz solidez para o trabalho. Consegue ter uma solidez, deslumbrar as situações lá na frente situações positivas. Gosto sim da iniciativa do jogo. Que a minha equipe busque a iniciativa de gol, de comandar as ações, de “agredir” o adversário. Situações de buscar o gol, a essência do futebol é essa. É gol, é resultado, nunca esquecendo, lógico, do equilíbrio defensivo. Não que tenha sido minha característica como atleta, mas eu gosto disso. Não é uma situação que vai ocorrer de um dia para o outro. A gente vai procurar ir lapidando isso a cada dia. São só 12 jogos, a princípio até o final do ano. Mas o quanto antes nós assimilarmos esses conceitos, tenho certeza que estaremos perto de ter esse equilíbrio dentro e fora de casa para buscar os resultados.

Mudança de conceitos por necessidade de resultados

É importante nós encontrarmos o caminho. Qual? O caminho que nos leve aos resultados. Mas é importante buscar jogar bem, ter alguns conceitos de triangulação, de posse de bola, de criar oportunidades. Algumas situações no jogo que exigem mudança de conceito. O futebol é aberto a isso também. Não podemos ter uma estratégia, ver que aquela estratégia está tendo dificuldades e não criarmos uma situação diferente porque temos o conceito. Hoje no futebol há necessidade dessa discussão o tempo todo. Principalmente com a Comissão Técnica. Dentro do nosso conceito de trabalho, vamos executar, tendo as variações necessárias para buscar um bom resultado.

Sobre já ter trabalhado com alguns jogadores do elenco

O fato de termos alguns jogadores com os quais já trabalhamos em outros clubes facilita pelo entendimento, o conceito. O trabalho, o dia-a-dia, o que a gente gosta para se realizar e para ter um time competitivo. Até para dividir com os outros que pela primeira vez estão trabalhando também. O vestiário, aquele contato, às vezes tirar mesmo a dúvida: poxa, mas em determinado momento o que será que ele prefere? São situações do futebol que o vestiário acaba ajudando, lapidando. Tendo esses jogadores, esse entendimento, isso facilita. A tendência é que essa assimilação do grupo seja mais rápida.

O desafio de salvar o Tupi em pouco tempo

Nosso momento exige atenção. A gente tem que entender o cenário. Eu acho que depende do nosso trabalho, da reversão desse grupo de jogadores. Eu disse a eles que os protagonistas são eles. Temos que mudar algumas situações para fazer com que essa equipe vença e consiga os pontos necessários para atingir nosso objetivo, o nosso foco. Sem foco, sem objetivo, não adianta nada. Trabalha simplesmente um dia após o outro. Não. Nosso desafio é tirar o Tupi. É um desafio, não é uma missão simples.  Mas é palpável. Ela existe. Temos seis jogos em casa, temos jogos fora. Podemos pontuar. Outras equipes vão jogar também. Tudo pode acontecer. Passa pela execução deles. Por eles terem esse entendimento. Espero que sábado a gente comece a mudar isso. Com uma postura um pouco diferente. Uma imposição um pouco maior, em relação aos adversários, dentro do jogo, agressividade maior, velocidade maior, jogar mais no campo do adversário, ter confiança para executar seu jogo, a sua função, passa por aí.

 

Texto: Toque de Bola

Foto: Felipe Couri / Tupi

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