Do papel ao satélite: a apuração nos 30 anos de IOR

Boka comemora evolução nos 30 anos do IOR

  Nesses 30 anos de trilha, o Ibitipoca Off Road testemunhou muitas transformações. Motos e carros se transformaram, e a prova em si cresceu em número de participantes. Para acompanhar a turma passo a passo, a apuração também passou por uma revolução.

  Testemunha ocular dessa história e responsável pela apuração do IOR 30 anos, Anderson “Boka” Santiago, lembra-se de tudo. “Da coleta na prancheta e caneta, passando pelas calculadoras cientificas, a apuração da prova já melhorou muito. De 2009 em diante, com o sistema de GPS deu um salto. Agora, o resultado individual é entregue em cerca de 10 segundos para o piloto”, conta.

Primórdios

  Parceira fundamental do Ibitipoca, a Totem fez e faz parte da caminhada de evolução. A empresa é a responsável pelos primeiros modelos de navegadores integrados após a pré-história da navegação, quando “o competidor ia no relógio, arrancando as paginas da planilha e com as calculadoras. Com a entrada Totem, há uns 20 anos, começou a evolução”, explica Boka.

Alexandre Bortot lembrou a revolução no ano de 2005

  O fundador e responsável pelos primeiros projetos de navegadores da Totem, Alexandre Bortot, se lembra bem como era o sistema de apuração mesmo depois da introdução dos novos navegadores. “Na parte de cronometragem, a grande revolução veio em 2005. Lançamos a cronometragem via GPS. Antes, o organizador precisava recrutar pares de voluntários para fazer o controle em postos de cronometragem (PCs), anotando a passagem de cada competidor pelo trecho em uma máquina coletora, só entregue após a prova. O resultado só saía cinco ou seis horas depois da chegada e gerava erros e imprecisões.”

Segunda revolução

  Paralelamente, os equipamentos de navegação foram evoluindo até os dias atuais. “Com o passar do tempo os navegadores foram sendo melhorados e a planilha passou a ser entregue em rolinhos sem emendas. Agora, o competidor navega com um celular. Essa foi a grande evolução da navegação”, acredita Boka.

Com o GPS, o PC humano “saiu de linha” no IOR

  A chegada do GPS acabou com os PCs humanos. Uma pena para alguns, mas benefício da prova. “Para muitos foi uma tristeza, pois a turma ia para os locais faziam churrasco e se divertia na prova. Mas como tínhamos que esperar todos entregarem seus coletores, atrasava demais os resultados, além de algumas imprecisões. Também limitava a quantidade de PCs por prova”, conta Boka.

Inimaginável

  Para o chefe de cronometragem do IOR, uma prova grandiosa como a edição histórica de 30 anos não seria possível sem o sistema por GPS. “Muitos não acreditavam que ia funcionar, que era ruim não ver o PC físico na trilha, pois isso dava ao piloto a certeza de estar indo pelo caminho correto. Com a apuração por GPS conseguimos colocar mais de 200 PCs por dia de prova e também criar trajetos diferentes por categoria. E não consigo imaginar uma prova com mais de 500 pilotos nas motos com apuração manual.”

Os primeiros métodos de navegação foram substituídos

  Boka acredita que, em pouco tempo, os pilotos do IOR vão aposentar o papel. “Agora, toda a planilha é carregada em celulares/tablets. A planilha digital já representa algo em torno de 80% dos equipamentos usados. Acredito que em pouco tempo a planilha de papel será coisa do passado.”

Precisão e velocidade

  Segundo Boka, o Ibitipoca é onde as inovações são aplicadas, e a Totem parceira nessa busca pela vanguarda sempre. “Tudo que foi melhorado em termos de apuração foi sempre introduzido no IOR. Já usamos os novos programas da Totem para apuração e, há cerca de 2 anos, os aplicativos de levantamento e conferencia de prova da empresa, tanto nos carros como nas motos. Com isso conseguimos uma precisão muito grande em nossas medições e marcações dos PCs”, comemora.

Sistema atual utilizado no IOR

  Segundo Bortot, o atual sistema de registro e apuração do IOR, utilizado desde 2007, é o que há de mais moderno e revolucionou as provas. “Em 2006 lançamos o sistema GPS Rastro que de fato transformou o mundo do regularidade. Neste sistema, não existem pessoas no meio da trilha. Cada competidor recebe um GPS Rastro, que grava em sua memória todo o trajeto realizado. No final da prova, o entrega e já recebe seu resultado pessoal alguns segundos depois. O organizador já não depende mais de voluntários para fazer PCs. Na prática, em 2005 a Totem atuava em cerca de 80 provas por ano e em 2007 passou à atuar em mais de 400 provas por ano”, destaca.

  Reunindo mais de 540 motos e 80 carros, o Ibitipoca Off Road 2019 – Edição Especial de 30 Anos larga dia 3 de agosto, a partir das 7h, da Faculdade Suprema, no Salvaterra, rumo à região de Lima Duarte. Após pernoite em Conceição de Ibitipoca, os participantes retornam a Juiz de Fora no domingo, dia 4, quando serão conhecidos os campeões na festa de encerramento, com show e várias atrações para o público, no mesmo local de largada.

Texto: Misto Quente Comunicação

Fotos: Misto Quente Comunicação; Divulgação/Totem

Ivan Elias

Ivan Elias, associado do Panathlon Club de Juiz de Fora, é jornalista, formado em Comunicação Social pela UFJF. Trabalhou por mais de 11 anos no Sistema Solar de Comunicação (Rádio Solar e jornal Tribuna de Minas), em Juiz de Fora. Participou de centenas de transmissões esportivas ao vivo (futebol, vôlei, etc). Apresentou diversos programas de esporte e de humor, incluindo a criação de personagens. Já foi freelancer da Folha de S. Paulo, atuou como produtor de matérias de TV e em 2007 e 2008 “defendeu” o Tupi, na Bancada Democrática do Alterosa Esporte, da TV Alterosa (SBT-Minas). Criou, em 2010, ao lado de Mônica Valentim, o então blog Toque de Bola que hoje é Portal, aplicativo, Spotify, Canal no Youtube e está no Twitter, Instagram e Facebook, formando a maior vitrine de exposição do esporte local É filiado à Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) e Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace).

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