
Em entrevista concedida ao Spotify do Toque de Bola, o atual praticante do ciclismo de montanha Pedro Henrique de Oliveira, conta como ocorreu a troca, que a princípio poderia ser considerada inusitada de modalidade. Afinal, Pedro era do projeto Cria – Centro Regional de Iniciação ao Atletismo – da UFJF e chegou a ser campeão sul-americano.
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Na conversa, ele cita a importância de uma fisioterapeuta e de uma atleta conhecida do bike nesta “descoberta” da nova vocação. A fisioterapeuta a que ele se referiu vamos apresentar aqui. Já a atleta é a campeoníssima e hoje também treinadora Roberta Stopa, que também conversou conosco no Spotify do Toque de Bola.
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A fisio Luciana Almeida Ottoni de de Luna Freire (“mas uso normalmente Luciana Luna”), 28 anos, trabalhou junto ao Cria, também esteve no profissional e na base do JF Vôlei e agora atua no Centro de Educação Física da Marinha, no Rio de Janeiro, e, como consequência, no futebol feminino do Flamengo. “As meninas do Flamengo treinam lá e como há uma parceria entre eles e o clube, as fisioterapeutas da Marinha atendem as jogadoras.” Em 2021, fez especialização em fisioterapia esportiva na UFMG.
Ela contou ao Toque de Bola como conheceu, primeiro, o então Pedrinho do atletismo. “Quando me formei, meu irmão tem uma clínica em Juiz de Fora, no bairro São Pedro, trabalhava com ele e fazíamos um apoio para os meninos do CRIA e para o projeto de futebol de base (também da UFJF) do Marcelo Matta (atual Secretário de Esporte e Lazer). Ali eu conheci o Pedrinho e os atletas do Cria”.
A mudança

Luciana diz que “durante a pandemia, fazíamos um trabalho de prevenção/manutenção no consultório. Nessa época ele começou a andar de bike nas trilhas com um amigos dele e percebeu que era bom nisso, que ele tinha facilidade. Quando ele comprou a bicicleta, eu o levei para fazer o bike fit com a Roberta Stopa na ideia de evitar lesão por um mau ajuste da bike. A idéia do bikefit é ajustar a bicicleta ao corpo da pessoa, ela faz várias medidas e vai ajustando a bicicleta nessas medidas pra que se encaixe da melhor forma possível à biomecânica do atleta”.
Sobre a lesão que o atrapalhava no atletismo, ela comenta: “Ele nunca teve nenhuma dor. Uma das pernas dele estava dando a passada um pouco mais devagar que a outra. Na corrida, no nível que ele fazia, isso estava atrapalhando o desempenho dele. Lembro que ele chegou a fazer análise de corrida e deu para ver bem o que estava acontecendo. Mas não tinha uma justificativa para isso. Ele passou por várias avaliações na época, todo mundo achava alguma coisa, algum pequeno desequilíbrio mas nada que justificasse.”

A vontade de Pedro em não parar de praticar esportes, como ele revelou na entrevista ao Toque, o acompanhamento da fisioterapia e a consultoria inesperada de Roberta Stopa são três fatores que explicam como, em tão pouco tempo, um campeão sul-americano de atletismo já começa a escrever uma história promissora no ciclismo de montanha.
Texto: Toque de Bola
Fotos: Arquivo Pessoal