Departamento de Matemática da UFMG aponta 34,6% de chance de rebaixamento do Tupi

Chegam as rodadas finais de qualquer campeonato e os torcedores começam a pegar a calculadora para fazer as contas de quantos pontos seus times precisam para conseguir classificação, conquistar título, escapar do rebaixamento ou mesmo obter vaga para outra competição – Copa do Brasil, Série D, no caso do Estadual de Minas Gerais, por exemplo.

O Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) facilita esse trabalho, já que possui um site onde prospecta as probabilidades de cada time. No Campeonato Mineiro, para o torcedor carijó os cálculos são para evitar o descenso ao Módulo II.

Depois da derrota para a URT, domingo, 27, em Patos de Minas, o treinador do Tupi, Ricardo Drubscky, evitou fazer cálculos matemáticos. Lembrando que há várias equipes em situação delicada no Estadual, preferiu definir outra prioridade: “Temos que pensar em vencer o Tricordiano. Trabalhar para isso. essa é a nossa conta agora”.

 

 ACOES JOGOS DESTACADA-21 (2)

 

     Até com 14 há risco matemático

Segundo o Departamento de Matemática da UFMG, o número necessário para escapar do rebaixamento no estadual é 15. Faltando apenas duas rodadas para o fim da primeira fase, o Tupi precisaria vencer as partidas restantes para alcançar este número, já que possui nove pontos até aqui. O Carijó encara o Tricordiano (fora) e a Caldense (casa).

Um dado interessante: com 15 pontos, há chance – remota, mas matemática, de classificação para as semifinais – 4,07%. Número que garante matematicamente passaporte para fase decisiva é 19 pontos. Com 18 pontos, chance de 94,5%. Quem chegar aos 17 tem possibilidade apontada em 73,93% de alcançar vaga entre os quatro primeiros.

 

Sem título

 

     Boa: projeção menos boa 

Já que nos números frios a situação parece ser complicada, no percentual ela é um pouco mais suave. Segundo a mesma fonte, o Tupi tem 34,6% de chance de ser rebaixado. Este número é 1,3% superior ao aproveitamento do time juiz-forano na competição, que é de 33,3%. Apenas Boa Esporte (36,3%) e Guarani (66,1%) têm ameaças percentuais maiores.

Próximo adversário do Tupi, o Tricordiano possui 25,6% de chance de queda segundo os matemáticos.

Tombense com 21,5%, Caldense com 14,1% e Uberlândia com 1,8% são as outras equipes que ainda possuem chances numéricas de rebaixamento.

Villa Nova, América, URT, Atlético e Cruzeiro já estão livres da degola.

Sem título

   

  Próxima rodada

Para o jogo entre Tricordiano e Tupi, sábado, 2, 19h, em Três Corações, o cálculo é de um certo equilíbrio nas chances de cada equipe, até com ligeira vantagem alvinegra. Segundo eles, o time juiz-forano tem 36,52% de probabilidade de vitória, contra 36,28% dos donos da casa. Para o empate, o percentual é menor – 27,20%. Detalhe: o Tupi ainda não empatou na competição deste ano.

 

Sem título

 

Tabela dos candidatos ao rebaixamento

7° – Caldense: Tombense (casa) e Tupi (fora)

8° – Tricordiano: Tupi (casa) e Atlético (fora)

9° – Tombense: Caldense (fora) e Uberlândia (casa)

10° – Boa Esporte: América (fora) e Cruzeiro (casa)

11° – Tupi: Tricordiano (fora) e Caldense (casa)

12° – Guarani: Cruzeiro (fora) e Villa Nova (casa)

Obs: entre vários aspectos importantes que podem influenciar o rendimento nas rodadas que faltam, um chama a atenção: o Cruzeiro já está matematicamente garantido como o primeiro colocado geral e vai enfrentar duas equipes que brigam contra o rebaixamento. Será que, na prática, essas equipes que enfrentarão o Cruzeiro podem ser beneficiadas pelo fato de a Raposa estar “relaxada”?

 

Sem título

 

Em 2015

No ano passado, Democrata-GV e Mamoré foram os rebaixados ao Módulo II do Mineiro com 8 pontos conquistados. Número que já foi ultrapassado este ano por todas as equipes, restando duas rodadas para o término da fase de classificação.

Sem título

 

  Em 2016

Este ano, os 10 pontos que foram suficientes para escapar da degola em 2015 representam hoje 99% de risco de queda, conforme cálculo da UFMG.

Sem título

 

  Módulo II: Ipatinga rebaixado

Após o fim da primeira fase do Campeonato Mineiro do Módulo II no último fim de semana, classificaram-se para o Hexagonal Final da competição: Democrata (Governador Valadares), Uberaba, Nacional, Mamoré, CAP Uberlândia e América (Teófilo Otoni).

   Ipatinga e Patrocinense vão ter que voltar à Segunda Divisão na próxima temporada. O Ipatinga teve uma rivalidade diante do Tupi quando figurou na primeira divisão e agora, na prática, caiu para a terceira divisão do estado. Na nomenclatura utilizada pela Federação Mineira de Futebol, quem não está imediatamente na primeira divisão não disputa a Segunda Divisão, mas o Módulo II. Assim, a chamada Segunda Divisão corresponde, de fato, à terceira divisão do futebol estadual.
    A primeira rodada do Hexagonal começa neste fim de semana com três jogos. ANo sábado, 2, Mamoré e Uberaba se enfrentam às 16h, no estádio Bernardo Rubinger, em Patos de Minas. CAP Uberlândia e Nacional também duelam no mesmo dia e horário, no Parque do Sabiá, em Uberlândia. Já América e Democrata se enfrentam no domingo, 3, às 10h, no estádio Nassri Mattar, em Teófilo Otoni. Serão dez rodadas até a definição dos dois clubes que subirão para a elite do futebol mineiro, em 14 de maio.

 

  NOTA DA REDAÇÃO

  Só projeções

O Toque de Bola lembra que o trabalho dos matemáticos é apenas uma projeção. Já houve casos no futebol brasileiro em que equipes virtualmente rebaixadas nas contas de matemáticos (nos casos citados, não eram da UFMG)  acabaram não tendo a queda consumada.

O caso mais lembrado até hoje é o do Fluminense, em 2009. A chance de queda foi considerada 99%, mas numa arrancada improvável o tricolor carioca não só escapou do rebaixamento como ganhou uma motivação tão grande que praticamente o mesmo time conquistou o título da temporada seguinte – 2010. A arrancada derrubou as projeções por um simples aspecto: como a campanha do Flu era desastrosa, não se projetou, pelo rendimento até então e pela própria pontuação do time, uma sequência de vitórias nos jogos que faltavam

Outra situação em que as projeções foram contestadas ocorreu na queda do Botafogo para a Série B em 2014. O número mínimo de pontos considerado suficiente para não cair acabou sendo bem menor do que os cálculos indicavam. Torcedores botafoguenses chegaram a dizer que o time “jogou a toalha”antes da hora, baseado nas indicações matemáticas.

 

 

Texto com informações do site do Departamento de Matemática da UFMG 

Edição e Nota da redação: Ivan Elias – Toque de Bola

Informações sobre Módulo II e Campeonato Mineiro: site da Federação Mineira de Futebol

Artes: Toque de Bola (arte destacada), Departamento de Matemática da UFMG e FMF

O Toque de Bola é administrado pela www.mistoquentecomunicacao.com.br

Deixe seu comentário