Chegam as rodadas finais de qualquer campeonato e os torcedores começam a pegar a calculadora para fazer as contas de quantos pontos seus times precisam para conseguir classificação, conquistar título, escapar do rebaixamento ou mesmo obter vaga para outra competição – Copa do Brasil, Série D, no caso do Estadual de Minas Gerais, por exemplo.
O Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) facilita esse trabalho, já que possui um site onde prospecta as probabilidades de cada time. No Campeonato Mineiro, para o torcedor carijó os cálculos são para evitar o descenso ao Módulo II.
Depois da derrota para a URT, domingo, 27, em Patos de Minas, o treinador do Tupi, Ricardo Drubscky, evitou fazer cálculos matemáticos. Lembrando que há várias equipes em situação delicada no Estadual, preferiu definir outra prioridade: “Temos que pensar em vencer o Tricordiano. Trabalhar para isso. essa é a nossa conta agora”.
Até com 14 há risco matemático
Segundo o Departamento de Matemática da UFMG, o número necessário para escapar do rebaixamento no estadual é 15. Faltando apenas duas rodadas para o fim da primeira fase, o Tupi precisaria vencer as partidas restantes para alcançar este número, já que possui nove pontos até aqui. O Carijó encara o Tricordiano (fora) e a Caldense (casa).
Um dado interessante: com 15 pontos, há chance – remota, mas matemática, de classificação para as semifinais – 4,07%. Número que garante matematicamente passaporte para fase decisiva é 19 pontos. Com 18 pontos, chance de 94,5%. Quem chegar aos 17 tem possibilidade apontada em 73,93% de alcançar vaga entre os quatro primeiros.
Boa: projeção menos boa
Já que nos números frios a situação parece ser complicada, no percentual ela é um pouco mais suave. Segundo a mesma fonte, o Tupi tem 34,6% de chance de ser rebaixado. Este número é 1,3% superior ao aproveitamento do time juiz-forano na competição, que é de 33,3%. Apenas Boa Esporte (36,3%) e Guarani (66,1%) têm ameaças percentuais maiores.
Próximo adversário do Tupi, o Tricordiano possui 25,6% de chance de queda segundo os matemáticos.
Tombense com 21,5%, Caldense com 14,1% e Uberlândia com 1,8% são as outras equipes que ainda possuem chances numéricas de rebaixamento.
Villa Nova, América, URT, Atlético e Cruzeiro já estão livres da degola.
Próxima rodada
Para o jogo entre Tricordiano e Tupi, sábado, 2, 19h, em Três Corações, o cálculo é de um certo equilíbrio nas chances de cada equipe, até com ligeira vantagem alvinegra. Segundo eles, o time juiz-forano tem 36,52% de probabilidade de vitória, contra 36,28% dos donos da casa. Para o empate, o percentual é menor – 27,20%. Detalhe: o Tupi ainda não empatou na competição deste ano.
Tabela dos candidatos ao rebaixamento
7° – Caldense: Tombense (casa) e Tupi (fora)
8° – Tricordiano: Tupi (casa) e Atlético (fora)
9° – Tombense: Caldense (fora) e Uberlândia (casa)
10° – Boa Esporte: América (fora) e Cruzeiro (casa)
11° – Tupi: Tricordiano (fora) e Caldense (casa)
12° – Guarani: Cruzeiro (fora) e Villa Nova (casa)
Obs: entre vários aspectos importantes que podem influenciar o rendimento nas rodadas que faltam, um chama a atenção: o Cruzeiro já está matematicamente garantido como o primeiro colocado geral e vai enfrentar duas equipes que brigam contra o rebaixamento. Será que, na prática, essas equipes que enfrentarão o Cruzeiro podem ser beneficiadas pelo fato de a Raposa estar “relaxada”?
Em 2015
No ano passado, Democrata-GV e Mamoré foram os rebaixados ao Módulo II do Mineiro com 8 pontos conquistados. Número que já foi ultrapassado este ano por todas as equipes, restando duas rodadas para o término da fase de classificação.
Em 2016
Este ano, os 10 pontos que foram suficientes para escapar da degola em 2015 representam hoje 99% de risco de queda, conforme cálculo da UFMG.
Módulo II: Ipatinga rebaixado
Após o fim da primeira fase do Campeonato Mineiro do Módulo II no último fim de semana, classificaram-se para o Hexagonal Final da competição: Democrata (Governador Valadares), Uberaba, Nacional, Mamoré, CAP Uberlândia e América (Teófilo Otoni).
NOTA DA REDAÇÃO
Só projeções
O Toque de Bola lembra que o trabalho dos matemáticos é apenas uma projeção. Já houve casos no futebol brasileiro em que equipes virtualmente rebaixadas nas contas de matemáticos (nos casos citados, não eram da UFMG) acabaram não tendo a queda consumada.
O caso mais lembrado até hoje é o do Fluminense, em 2009. A chance de queda foi considerada 99%, mas numa arrancada improvável o tricolor carioca não só escapou do rebaixamento como ganhou uma motivação tão grande que praticamente o mesmo time conquistou o título da temporada seguinte – 2010. A arrancada derrubou as projeções por um simples aspecto: como a campanha do Flu era desastrosa, não se projetou, pelo rendimento até então e pela própria pontuação do time, uma sequência de vitórias nos jogos que faltavam
Outra situação em que as projeções foram contestadas ocorreu na queda do Botafogo para a Série B em 2014. O número mínimo de pontos considerado suficiente para não cair acabou sendo bem menor do que os cálculos indicavam. Torcedores botafoguenses chegaram a dizer que o time “jogou a toalha”antes da hora, baseado nas indicações matemáticas.
Texto com informações do site do Departamento de Matemática da UFMG
Edição e Nota da redação: Ivan Elias – Toque de Bola
Informações sobre Módulo II e Campeonato Mineiro: site da Federação Mineira de Futebol
Artes: Toque de Bola (arte destacada), Departamento de Matemática da UFMG e FMF
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