Debate! Veja como foi audiência na Câmara sobre investimentos no futebol

Sargento Mello Casal fala na audiência pública que propôs

  Discutir as dificuldades e buscar soluções para minimizar problemas do esporte amador e profissional local. Esse é o intuito de uma série de duas audiências públicas na Câmara Municipal de Juiz de Fora. O primeiro encontro aconteceu na segunda, dia 19, e novo agendamento para a discussão no Plenário já está feito para o dia 26 de novembro.

  Neste primeiro debate, o foco foi o futebol. Estiveram presentes representantes do Executivo, como os secretários de Esporte e Lazer, Júlio Gasparette, e Fazenda, Fúlvio Albertoni.  Também a diretoria da e da Liga de Futebol de Juiz de Fora, e coordenadores de Comissão de Administração de Espaço Municipal (CAEM) como Cerâmica, Milho Branco, São Benedito e Filgueiras, além de integrantes da diretoria de Tupynambás, Tupi e Sport, único clube local que fez uso da palavra.

Objetivo

  Segundo o proponente das duas audiências púbicas, vereador Sargento Mello Casal, a discussão foi despertada com base em Mensagem do Executivo que atualiza a Lei de Incentivo ao Futebol. A intenção foi ampliar o debate para as dificuldades dos campos de várzea locais, que atraem muitos juiz-foranos todos os finais de semana.

  “Precisávamos trazer essa discussão para a casa. Recebemos uma mensagem do Executivo tratando do investimento no futebol profissional. Esta também fala sobre as categorias de base. Então, resolvemos entrar mais nesse debate e cobrar também melhorias nos campos da cidade. Haja vista que nós, a maioria, convive mais todos os domingos nesses locais que estão sem manutenção há vários anos. É o início de um debate”, explica Mello.

O vice-presidente da LFJF, Ricardo Wagner, pediu parceria contra vandalismo

Foco na várzea

  Por conta das dificuldades apontadas pelos coordenadores de CAEM presentes, como depredações, invasões e desgaste natural com o tempo, a discussão ficou focada no futebol amador local. “Tivemos a fiação e equipamentos de iluminação furtados recentemente. Também não conseguimos mais realizar festivais como antigamente, garantindo uma renda extra. Por isso, a dificuldades com manutenção do campo é muito grande”, destacou em sua fala na tribuna o coordenador de CAEM, Sérgio Eduardo, o Dudu do Cerâmica.

  Vice-presidente da Liga de Futebol de Juiz de Fora (LFJF), Ricardo Wagner, destacou o trabalho da entidade e pediu ação e parceria para evitar a depredação do patrimônio que é de todos. “A Liga é centenária e trabalha com seriedade para a busca de excelência no futebol juiz-forano. Acompanhamos a luta da Secretaria de Esporte e Lazer e dos responsáveis pelas CAEM. Para enfrentarmos essas depredações e o vandalismo, precisamos das forças de segurança, mas principalmente da sociedade parceira, que esteja consciente de que aquele é um bem dela e para ela”, disse o dirigente da tribuna da Câmara.

Ramos se disse preocupado com exigências do projeto de Lei

Profissionais

  Entre os clubes da cidade que teriam a possibilidade de se beneficiar diretamente com a Lei de Incentivo ao Futebol, apenas o Sport fez uso da palavra. O diretor administrativo, Jorge Ramos, demonstrou preocupação com algumas exigências da atualização na legislação. “Nosso foco atualmente não é o profissional. Isso é para futuro. Mas focamos na base. E da maneira como está na mensagem do Executivo, quase nenhum clube da cidade vai conseguir alcançar as exigências como certidões negativas, por exemplo”, acredita.

  Ramos também demonstrou preocupação com outras exigências da Mensagem do Executivo que visa aprovar nova Lei de Incentivo ao Futebol. “Há algumas ingerências sobre os estatutos dos clubes. Vamos lembrar que estes são entidades de cunho privado, e artigos como a proibição de eleição de parentes até segundo grau, por exemplo, fere a autonomia dos estatutos sobre o tema”, considera o dirigente.

Finanças

  Segundo o secretário de Fazenda, Fúlvio Albertoni, a Projeto de Lei não pretende colocar os clubes locais em dificuldade, mas estar adequado à legislação de responsabilidade fiscal. “O que pedimos como condições para o recebimento do investimento da Prefeitura é apenas o que a Lei exige de nós. Somos fiscalizados pelos órgãos competentes e podemos ser acusados de improbidade administrativa caso não encaminhemos esse tipo de informação. Sob pena de respondermos com patrimônio pessoal em caso de irregularidades. Então, temos que pedir esses requisitos a quem irá receber o dinheiro público”, explicou em sua fala na tribuna da Câmara.

Albertoni expôs as dificuldades da Prefeitura e pediu parcerias locais

  Albertoni também falou sobre a dificuldade de investimento do município. “Nós estamos com extrema dificuldade por conta de uma dívida de R$ 200 milhões em repasses atrasados do Governo de Minas. Na última semana, tivemos aqui uma audiência pública discutindo redução de impostos. Nesta, pede-se aumento de investimento no futebol. É uma conta que não fecha. Na Mensagem sobre a Lei de Incentivo ao Futebol, conseguimos manter os valores para as equipes profissionais, mas, atualmente, não se pode ir além disso”, explica.  

  Para a melhoria nos campos de futebol amador, o secretário de Fazenda considera que pode haver saída viável mesmo sem o aporte direto municipal. “O que reparamos é que as obras e reparos necessários não são de grande vulto. É um alambrado aqui, uma pintura ali, uma reforma de banheiro e vestiários. Assim, se os comerciantes das regiões do campo pudessem adotá-lo, como no projeto de adoção das praças, por exemplo, seria uma solução, por exemplo”, considera.

Gasparetti comemorou poder exporto trabalho de sua pasta e destacou a busca por alternativas

Dificuldades

  O secretário de Esporte e Lazer, Júlio Gasparette, destacou a oportunidade de explicar em uma audiência pública o trabalho de sua pasta e as complicações vivenciadas nela. “Primeiro, damos satisfação ao Legislativo e à sociedade organizada de nossas ações. Depois, pudemos mostrar as necessidades e dificuldades da Secretaria. O prefeito Almas vem trabalhando e nós também, mesmo com todas as dificuldades impostas pela dívida de mais de R$ 200 milhões do estado com a cidade, com muita parceria, para atender as demandas”, disse.

  Gasparette aproveitou também para dizer que os vereadores podem ajudar a angariar investimentos para o esporte local. “Estamos com quatro mensagens aqui na Câmara. Elas sendo aprovadas, facilitará muito para podermos buscar recursos na iniciativa privada através de incentivos no ICMS, no Imposto de Renda, propaganda e parcerias. Em breve teremos projetos que poderão sair do papel, se tudo correr como previsto”, prevê.

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos

Fotos: Toque de Bola 

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