Começa o ano e o Tupynambás está de volta ao Módulo 2 do Campeonato Mineiro e sem conseguir o acesso que garantiria calendário nacional ao clube em 2021.
Mas, nem tudo foi decepção na temporada do Baeta, segundo o vice-presidente do clube, Claudio Dias. “Fizemos uma opção clara por não endividar mais o clube e sanar todas as pendências. Agora, possuímos todas as certidões negativas, não devemos ninguém. Temos nossa vida financeira organizada. Nos preparamos para, quando voltarmos para a Primeira Divisão do Mineiro, voltar para ficar e não permanecer nesse ioiô. Não adianta montar um time para subir e não estar estruturado. Podemos ter a pretensão de montar algo melhor para os próximos anos”, explica.
Sem loucuras
De acordo com o dirigente, a difícil situação do caixa do clube fez com que o planejamento muitas vezes tivesse que ser mais enxuto. “Herdamos contas a acertar com atletas, comissão técnica e cobranças na Justiça. O clube quase foi a leilão no fim de 2019. Pouca gente sabe disso. Então, tivemos que acertar isso tudo, além de tocar a temporada. Mas conseguimos equalizar”, conta Cláudio.
“O jogador quer jogar, a torcida quer ver o time em campo. Mas futebol é dinheiro. Times que recebem mais, quando perdem atletas, contratam outros. Nós não temos essa condição. Foi o que ocorreu, principalmente no início da temporada, antes da parada do Mineiro. Optamos por não comprometer o planejamento financeiro e ficar sem ter como pagar os compromissos”, completa Dias.
Mineiro
Para Claudio, por conta de contusões e perdas em meio à competição, o time não engrenou no Estadual.
“No Campeonato Mineiro, nosso planejamento era fazer melhor do que 2019. Com Paulo Campos (treinador), conhecedor de futebol e do Estadual, iniciando o trabalho do zero e um elenco com base de atletas da cidade e indicações do técnico. Acabou sendo uma sequência de lesões, de problemas de ordem técnica e de saúde do elenco que a gente não conseguiu em momento algum colocar a equipe ideal para jogar.”
O dirigente aponta que mesmo equipes tradicionais do estado tiveram dificuldade este ano. “No futebol, se você não está ganhando e não está pontuando, fica difícil buscar no final. Boa Esporte, que havia acabado de ser campeão do interior em 2019; Villa Nova, uma equipe tradicional; e o Coimbra, com um poderio financeiro enorme, estavam lá embaixo com o Tupynambás. No esporte, alguém tem que cair. Infelizmente, o Tupynambás não conseguiu por em campo o que ele estava pensando para jogar. E tivemos um início de temporada ruim.”
Complemento atropelado
Na avaliação da diretoria alvirrubra, a volta apressada convocada pela Federação Mineira de Futebol (FMF) prejudicou ainda mais o Baeta. “Acabaram chamando para jogar no dia 6 de julho, com reestreia no dia 26 de julho. Na cidade não podíamos treinar. Tivemos que ir para o Rio de Janeiro. Fazer dois jogos sem os atletas de antes, que já estavam comprometidos com outros clubes. Atuamos praticamente com um time sub-20”, relembra.
Longe de casa, o Tupynambás acabou rebaixado com uma sequência inusitada de partidas. “Terminamos sem poder jogar em Juiz de Fora. Aceitar jogar em Poços de Caldas um jogo decisivo, sem dinheiro para contratar e com apenas dez dias de treinos. Isso culminou com o rebaixamento, com o Baeta sendo muito prejudicado pela pandemia e pela Federação”, avalia Dias
Série D
Na segunda parte da temporada, as dificuldades orçamentárias permaneceram, mas o time reagiu. “O Guiba ficou para a Série D, pegou os meninos e, dentro das limitações financeiras, montamos um time. O Baeta nunca tinha jogado uma competição nacional. Conseguimos passar em uma chave muito difícil. Fomos o único time que tirou pontos do Gama, que tinha 100% de aproveitamento, empatamos em casa e ganhamos lá no Distrito Federal”, destaca o vice-presidente.
Dias considera que o limite do Baeta na competição era mesmo o confronto com os adversários goianos. “No meu modo de ver, o time da Aparecidense é muito superior a todos que nós enfrentamos. Acredito que o Baeta pecou técnica e taticamente. Até porque tinha um grupo limitado, em quantidade de atletas. Com 22 jogadores. Não podíamos comprometer o lado financeiro. Quando enfrentamos o Gama, os atletas dele fizeram greve. Isso não ocorreu no Tupynambás, por exemplo.”
De um modo geral, a avaliação da primeira vez do Baeta em competição nacional foi positiva. “Mas fechamos a Série D de forma satisfatória. Com uma equipe competitiva, que poderia ter dado um passo à frente, por ser um mata-mata. Caímos, mas isso não determina se são bons ou ruins”, avalia Cláudio.
Texto: Toque de Bola
Fotos: divulgação/Tuynambás; divulgação/Caldense; e Nicolle Mendes/Assessoria Aparecidense