Quando o JF Vôlei anotou o 25º ponto no quarto set e sacramentou a vitória por 3 a 1 sobre o Araucária, na noite desta segunda-feira, dia 14, no ginásio da UniAcademia, em Juiz de Fora, o que se viu foi uma mistura tão grande de sentimentos, que torna até difícil tentar traduzir todos eles nos limites de um texto.
A primeira sensação de quem estava ali, em quadra ou no banco de reservas ou na arquibancada, foi de um enorme desabafo. Em toda a sua trajetória, o JF Vôlei, que começou como Vôlei UFJF, nunca ficou tão “engasgado” com uma situação como ocorreu no sábado, dia 5, em Fortaleza (o Instituto Cuca e a Confederação Brasileira de Vôlei não aceitaram o pedido de adiamento do jogo, mesmo com metade da delegação dos atletas do time juiz-forano passando mal).
Um triunfo na rodada seguinte, diante de um dos primeiros colocados da competição, trouxe a percepção: opa, apresentamos um jogo capaz de superar uma das equipes mais fortes. Confiança. Ainda resta uma rodada e a permanência, em quadra, passa ser viável na Superliga B.
Ao mesmo tempo, o desempenho do grupo local traz outra sensação, manifestada por atletas e treinador: por que, em jogos anteriores, não apresentou algo semelhante, que pudesse nos colocar em condições de estar brigando agora não pela salvação mas por uma vaga nos playoffs? Frustração.
Em meio a tantos sentimentos, no campo esportivo a equipe “voltou para o jogo”. Embora não dependa somente do seu resultado no sábado, dia 19 (precisa vencer, como visitante, o Chapecó, às 19h), o JF Vôlei chega ao final da fase de classificação como um sobrevivente.
Um campeão invicto da mesma competição em 2021, que abriu mão da vaga conquistada em quadra sem ter feito, ali, uma única partida em Juiz de Fora (por conta da pandemia), agora enfrenta outra realidade.
Depois de acusar golpes como o retrocesso, provocado pela falta de verba, e o vexame esportivo de um adversário, talvez de quem menos se esperava esse comportamento, o JF Vôlei desperta neste 15 de março de 2022 como um náufrago que consegue emergir da água, numa daquelas cenas improváveis de filme, e respirar novamente.
É exatamente neste momento que os telespectadores, alguns acompanhando esse roteiro desde o já distante 2011, vendo de camarote um desfile de seis anos numa Superliga principal, e depois tentando retomar os passos sem perigo de escorregar muito feio na passarela, olham para a tela, se espantam, entreolham e exclamam: “Olha, ele ainda está vivo!”
Texto: Ivan Elias – Toque de Bola
Foto: Toque de Bola
Torcendo pela permanência na segundo a. Pra cima deles. JF Vôlei pulsa
Torcendo pela permanência na segundo a. Pra cima deles
PARABÉNS, Ivan Elias, excelente texto. Somente pessoas próximas ao esporte e com percepção mais ampla podem avaliar com justiça o que é começar um time do ZERO a cada temporada, para contar uma nova história de MUITA LUTA a cada ano. Um abraço e bom trabalho.