Sou jornalista, adoro fazer reportagens e coberturas esportivas, de diversas modalidades. Tenho mais de 40 anos, trabalho e gosto disso desde antes da existência da internet.
Calma
Espere, vai embora não, pode ler o restante, não estou pedindo emprego. É só uma maneira de começar a crônica para dizer que em algumas esferas do esporte não há argumentos que nos permitam projetar quando – e se um dia – vai melhorar.
Torneio de rua?
Recentemente, vimos flagrante favorecimento a um clube (e um clube que na atual circunstância nem precisa de favores por seus méritos), nos episódios sucessivos pré-volta – pior que torneio de rua – do Campeonato Carioca. Marcando-se jogos para daqui a dois dias, desmarcando outros na véspera e “acelerando” as duas finais em intervalo de quatro dias, só citando alguns exemplos.
“Chilique?”
No Rio, sabem como a entidade mandatária lá chamou algumas manifestações, como a faixa “Respeitem a Nossa História” empunhada por atletas de Fluminense e Botafogo? De “chilique”! A instituição cobra indenização dos dois clubes na Justiça por “transcenderem direito à liberdade e manifestação de pensamento”.
Baeta mambembe
Agora, na volta do Campeonato Mineiro, o foco é a “novela” da (in)definição do jogo do local do Tupynambás.
Parênteses obrigatórios
(Para não misturar as estações: depois de acessos consecutivos, o Baeta errou demais – e admite isso – na construção do time de 2020 e está virtualmente rebaixado no Estadual por seus deméritos, não há que se culpar mais ninguém por isso).
Quadro
Hoje, sem poder treinar ou jogar em Juiz de Fora por conta do enfrentamento da pandemia, e já sem contrato com muitos atletas após quatro meses de paralisação, firmou uma parceria, foi treinar em Xerém, na Baixada Fluminense (RJ). Depois de o clube tentar apontar o local do jogo, com negativas de Prefeituras e/ou Vigilâncias Sanitárias e/ou Promotorias (informadas pelo clube e também pela Federação Mineira de Futebol), viu a entidade que comanda decretar como sede da partida, dia 26, justamente o campo do adversário (estádio de Poços de Caldas, da Caldense).
Cumpra-se
A nota da entidade informa, citando o histórico do imbróglio, que “restou decidido” em ata da reunião do dia 2-7 que “portões fechados” (sem público) corresponde a não haver inversão de mando de campo. Qual o recado que se entende? “Vai jogar no campo do adversário, sim, e não reclame porque não tem torcida contra”.
Sem sinal
Ora, se as entidades, que pelo menos em tese devem caminhar ao lado de seus filiados e buscar caminhos interessantes, tratam a volta das competições e alguns filiados desta forma, como acreditar em algum avanço ou progresso? Em ações bacanas, modernas, eficientes, que tornem os estaduais mais atrativos de algum modo?
Outros parênteses
(Ah, mas os clubes também têm culpa, por não se unirem de verdade e peitar essas entidades. Com certeza. Concordamos. Podemos abordar em outro dia especificamente estes pecados)
Tudo normal
Nestes dois estaduais, a única diferença entre o “novo normal” e o “velho normal” é o fato de não haver reuniões presenciais. É tudo “remoto”, pela internet. E assim a chance de surgir boa surpresa, fruto de conversas de bastidores já iniciadas antes do encontro, é ainda menor.
Estadual mais organizado e atraente em Minas e Rio de Janeiro? A chance é bem remota…
Texto: Ivan Elias – Toque de Bola
Foto: Tupynambás – Divulgação
Infelizmente Ivan Elias tenho que concordar plenamente com vc.
Campeonato Mineiro e Carioca penso que disputam o Troféu de Campeonato mais desorganizados do Mundo.
Ou os times se unem e enfrentam a direção da federação, e não aceitam essas posições autoritárias ou não teremos nunca um Campeonato que nós traga prazer de acompanhar.