Viva Zumbi e viva Ademílson!
Crônica de Guilherme Salgado Rocha
O povo pernambucano aceitou sem revolta a derrota, não houve arbitragem maldosa etc. Mas a torcida do Santa Cruz podia ter esperado até, vamos dizer, uns 30 do segundo tempo, sei lá, Santa Cruz 4 a 0, para aparecer com as faixas de Santa Cruz, campeão da série D. Acho que a rede recifense de fábricas de tecidos teve de amargar considerável prejuízo…
Deixemos de lado o Cobral Coral. Para nós agora são cinzas, e nos encontraremos novamente em 2012, na série C.
Quero falar mesmo é da série de fichas (da Telemig, da Telesp, da Embratel) que começa a cair aos poucos, cada vez que o domingo, 20 de novembro, volta à cena, retorna à mente, revolve o coração.
E o nó na garganta, ao contrário do que normalmente acontece, parece ficar maior. Meu Deus, o Tupi é campeão! Sim, o nosso Tupi é campeão nacional, de uma das quatro séries do futebol nacional…!
Perdão pelo lugar-comum, mas de tão comum esse lugar tem vez: o Tupi venceu e convenceu. Diriam os mais rebuscados, carregados daquela linguagem maravilhosa: o Tupi inscreveu seu nome no cenário futebolístico nacional.
E isso não é pouco.
Aqui em São Paulo, acompanhando, pelo Toque de Bola, a 500km, viagens, resultados, gols, derrotas e vitórias do nosso Tupi, recordo-me do dia em que o Galo Carijó perdeu para o Volta Redonda, e precisava fazer, em casa, o resultado que o levaria adiante. Ali, naquele momento, em mim passou, como vento agourento, a possibilidade de o time ficar mais uma vez pelo caminho.
No dia do jogo de volta, quando consegui saber o resultado, um 4 a 2 para Cidade do Aço nenhuma contestar, confesso que veio um sentimento novo: desta vez dá, desta vez chegaremos, desta vez vai.
E deu, e chegamos, e fomos lá!
Amigos daqui e amigos daí nos reuniremos aí para um chope de Natal/final de ano, no dia 23 de dezembro. Já vou avisando que sobre a mesa estará estendida uma bandeira do Tupi, e um brinde (três, tudo bem) será erguido em honra desse alvinegro que nos deu inolvidável felicidade. Outra felicidade é meus dois meninos (João Vítor, de nove anos, e Luís Henrique, de seis anos) já conhecerem o escudo e a camisa do Tupi. E se solidarizarem, em silêncio, diante da emoção do pai, ao ver, aqui no Toque de Bola, as imagens da arquibancada de Santa Terezinha, os jogadores entrando para a foto oficial, e eu recordando o menino pequeno, do tamanho dos meus, sentado ali, com o avô deles, Diógenes, torcendo e vibrando com o Tupi…
Pois é. Estamos terminando 2011, a faixa no peito.
Decretemos, então, que o 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, passa a ser também o Dia da Consciência Alvinegra de que Somos Campeões Nacionais.
Portanto, viva o guerreiro Zumbi e viva o artilheiro Ademílson!
Guilherme Salgado Rocha
Leia também: Leia a crônica “Currículo: gandulas do Tupi”
Guilherme.
Vamos montar a TupiSampa. Falei com o Ivan Elias sobre o assunto.
Cara, eu estava lá no Arrudão. Uma das maiores emoções da minha vida com direito a foto com a taça na mão, dentro do gramado.
Ailton Nasser – SP – Record News / Record